sexta-feira, março 10, 2017

O europeu derrotado


O governo polaco, descontente com Donald Tusk, seu opositor político interno, decidiu uma candidatura própria para a presidência do Conselho Europeu e, para tal, foi descortinar no Parlamento Europeu uma personalidade tida pela imprensa como "quase desconhecida", apontando-a como o seu candidato a esse posto. Essa tentativa saiu, em absoluto, frustrada e o nome avançado por Varsóvia foi clamorosamente derrotado, com a reafirmação da confiança em Tusk por parte dos outros 27 Estados.

Quem era a figura escolhida pelos governantes polacos? Um deputado de seu nome Jasek Saryusz Wolski, membro da direita local, o qual, por essa ousadia que se sabia politicamente suicida, se viu afastado da vice-presidência do Partido Popular Europeu.

E por que é que trago o assunto para aqui agora? Porque Saryusz Wolski é, há mais de duas décadas, um bom amigo pessoal. Com ele troco, nomeadamente no Twitter, mensagens que expressam as nossas profundas mas sempre cordiais divergências, sobre a política europeia, a questão ucraniana ou as relações com Moscovo. 

Jacek foi, por algum tempo, meu contraparte polaco, como secretário de Estado dos Assuntos Europeus e nunca mais esqueceu uns filetes de pescada que um dia o levei a comer à "Primavera", bem como uma noitada no "Procópio", onde se queixou por então só por lá haver vodka "Moskovskaya"... É que, para ele, tudo o que for russo é tabu!

Um abraço para ti, Jacek!

4 comentários:

Anónimo disse...

Mas que raio de ideia de Varsóvia de substituir o polaco de que não gostam por outro polaco. Confirma que a UE ainda não entrou naquelas cabeças
Fernando Neves

jj.amarante disse...

Onde é esse restaurante "Primavera" com filetes de pescada "inesquecíveis"?

Joaquim de Freitas disse...

O povo e os políticos polacos são certamente os mais retrógrados da Europa. Isto explica porque Donald Rumzsfeld declarou que a Nova Europa se situava precisamente no leste, com a Polónia como eixo central.

Anónimo disse...

" APERTA-SE O CERCO Á OBRA PRIMA DO GEPETO"IHIHIHIHI. Assim também eu ia para Paris, LOndres e por ai fora, "as bavas deste país, os pinóquios deste pais, os granadeiros deste país, os salgados deste país, os nuncios apostólicos ou não deste país" merecem na tola uma daquelas que saem de umas das desaparecidas da PSP.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...