terça-feira, março 07, 2017

Jaime Nogueira Pinto


Acabo de ter conhecimento de que uma ameaça de boicote e invasão do espaço onde, ao final da tarde de hoje, deveria realizar-se uma conferência de Jaime Nogueira Pinto conduziu ao adiamento da sessão, que deveria ter lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), da Universidade Nova de Lisboa.

Como membro do Conselho de Faculdade da FCSH, lastimo que a direção da escola tenha sido forçada, contra a sua vontade, a tomar esta atitude para salvaguarda da estabilidade funcional da instituição. 

E porque convém chamar os bois pelos nomes, que fique claro que esta inadmissível atitude censória, foi tomada por uma estrutura de estudantes identificada com o Bloco de Esquerda.

Há meses, em Cascais, teve lugar um debate público com três intervenientes: Jaime Nogueira Pinto, Francisco Louçã e eu próprio. Ninguém se lembrou de boicotar a sessão. Claro.

19 comentários:

Anónimo disse...

É lamentável que uma situação destas tenha acontecido numa universidade. A liberdade de expressão é fundamental e não pode ser coartada.

Anónimo disse...

A sua informação tem bastante de pós-verdadeira. Pelo que se lê nos jornais, a decisão de pedir a suspensão foi aprovada em RGA. A AEFCSH limitou-se a cumprir o pedido da RGA.

Claro que JNP devia sempre falar e debater por lá. (Tal como, já agora, devia haver reciprocidade de acesso de outras correntes, em igualdade de números e tempo, aos OCS, mas aí o berreiro fica-se pelas caixas de comentários dos blogues e das redes sociais).

De qualquer modo, tem algo de ironia kármica sujeitar Nogueira Pinto a uma das modalidades de condicionamento usadas pelo Governo que defende há anos. E talvez lhes faça bem sujeitá-lo, pontualmente, ao tipo de disciplina que defendeu para os outros. E um destes dias passava pela tortura do sono e pelos safanões dados a tempo, vale?

Anónimo disse...

Onde isto vai!
Criticarem a Srª. Profª. Drª Teodorosa Cardoso, excelentíssima presidente do Conselho (não é desse) é do de Finanças Públicas, pedirem a demissão do Senhor Doutor Carlos Costa, excelentíssimo governador do Banco de Portugal, e agora isto!
Está-se mesmo a ver que voltamos ao PREC.
É o que dá, isto de viver em liberdade, há gente que se excede.
O que seria de nós sem os sempre atentos defensores da paz e da ordem social.

Reaça disse...

E o Bloco não tem direito de boicotar?
Têm, eles são muitos, temos que multiplicar cada bloquista por 3, para saber quantos são na realidade.
Quem são afinal esses três?

Luís Lavoura disse...

É claro que com esta atitude a FCSH está-se a boicotar a si mesma. Pois que outras universidades em Lisboa (tanto a pública UL como universidades privadas) poderão a partir daqui prestigiar-se e atrair professores e estudantes com base no argumento de que são espaços de liberdade, ao contrário da FCSH.

A FCSH dá um tiro no próprio pé.

Eu se fosse professor de um departamento de Ciências Sociais de uma outra universidade em Lisboa, trataria imediatamente de contactar Nogueira Pinto para o convidar a dar na minha universidade a palestra que ele tinha preparada para dar na FCSH. Pimba!

Anónimo disse...

Que boa noticia. Nao sou adepto do bloco de esguelha mas esta agradeço-lhes.
Uma coisa é liberdade de expressao outra bem diferente é a liberdade de espalhar barbaridades e disparates em publico e essa entidade já tem muitos canais (demais) para o fazer. Bloquearem-lhe um ... azar ... para os meninos mimamados que nao suportam ser contrariados um bocadinho e fazem-se logo de vitimas a vida tem destas coisas para o comum dos mortais

Anónimo disse...

Eu sou de esquerda e da Nova. E leio com imenso prazer jaime nogueira Pinto, cultor de boutades mas imensamente culto. O estilo entre o altivo e o blasé poderá irritar mas não deixa de ser um pensador com densidade. Deus ou o seu substituto legal nos guarde de sermos tomados de assalto por totalitários de esquerda.

Anónimo disse...

menino mimado??

num estado de direito o estado tem o monopolio da violencia, nao uma associcao de estudantes.

Carlos disse...

Sr. émbaixador, não percebo a parte onde diz que "a direção foi forcada contra sua vontade". Mas a direcção da faculdade não é soberana neste tipo de decisões? Qual a legitimidade legal e democrática do grupo de estudantes que se opunha ás realização do evento? O que é a "estabilidade funcional da instituição"? O primeiro dever da direcção seria não ceder a este tipo de terrorismo ideológico e de sectarismo. A liberdade de expressão académica é um valor fundamental em relação ao qual nunca a universidade deveria fazer cedências. Em meu entender e com base na informação publicada a cedência da direcção é inexplicável e injustificável.

Anónimo disse...

Ao contrário do que escreve "Carlos", a direção não foi "forcada". Até porque os forcados fazem frente ao boi e, como se viu nesta tourada, o que aconteceu foi mais uma fuga...

Anónimo disse...

VERGONHA DAS VERGONHAS!!
Fico à espera de comentários dos professores de esquerda da Nova...
Alguns deles foram presos no tempo da «outra senhora», por delito de opinião (como me estou a lembrar, pelo menos Medeiros Ferreira (já falecido) e Fernando Rosas...
Quem nos dera que todos os intelectuais de direita fossem como o Jaime Nogueira Pinto e a sua mulher, já desaparecida, Maria José Nogueira Pinto...
Ainda há dias falei nela, a propósito dos transportes públicos de Lisboa - vergonha das vergonhas - e da «lição» que deu, numa sessão de candidatura à CML, no auditório do Alto dos Moínhos, em que só o Ruben de Carvalho (PCP) e ela tinham feito o trabalho de casa e que trabalho de casa... Era o tempo desse ps carrilho, uma tristeza... Ela foi pedir ajuda a um Prof. especialista da matéria no ISTécnico, estudou, preparou o trabalho e explicou o que é trabalho técnico e o que é decisão política. Pérolas a porcos, na época...

Anónimo disse...

O responsável da faculdade apareceu agora, defendendo um debate com mais gente, mais... plural.
Aparentemente, optou pela cernelha... E, como no caso desta, faz má figura.

Anónimo disse...

A conferência foi adiada do mesmo modo que a estátua de Ferreira do Amaral em Macau veio apenas de vez para Portugal para sofrer reparações...

Anónimo disse...

Anónimo menino mimado 8 de março de 2017 às 04:43

la tinha de aparecer um menino mimado a falar em violencia

Anónimo disse...

Anónimo 8 de março de 2017 às 18:16

e os comentario de professores de centro e direita não lhe interessam? Isso de olhar so para um lado normalmente da mau resultado

Anónimo disse...

Anónimo 8 de março de 2017 às 18:16

Por acaso sabe o significado de cernelha?

O priberam explica. E que o seu comentario foi absolutamente sem nexo. E no que da querer usar palavras caras sem saber o seu significado.

cer·ne·lha |â| ou |ê|
substantivo feminino

cernelha
1. Parte do animal onde se unem as espáduas.
2. Fio do lombo.
3. [Portugal: Trás-os-Montes] Rima de molhos de trigo, milho ou centeio.

pega de cernelha
• Aquela em que se agarra o touro pela cernelha e se lhe dobra a cabeça para o subjugar.

"cernelha", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/cernelha [consultado em 08-03-2017].

Anónimo disse...

Não me sinto minimamente preocupado com esse incidente. JNP é uma daquelas provocadoras figuras que pouco consideração merecem.
Estou-me completamente nas tintas para o que lhe sucedeu. Foi gente do Bloco? Tanto faz!

Anónimo disse...

Caro "8 de março de 2017 às 22:06". Na tourada, a "pega de cernelha" é o último recurso. É considerada uma coisa quase sem honra, própria de quem falhou quando devia e não conseguiu pegar o touro de frente. Foi o que aconteceu com o reitor.

Eu sugiro-lhe que, em vez de se preocupar com o "preço" das palavras, se preocupe em usar a cabeça para pensar além do básico. Sempre evita dar marradas em vão.

Anónimo disse...

Anónimo 8 de março de 2017 às 23:57

"Na tourada, a "pega de cernelha" é o último recurso"

Pois... mas voçê não referiu "pega de cernelha" referiu apenas "cernelha". As suas sugestões nada me interessam pois os da sua espécie por mim iam direitinhos para o campo pequeno mas não seria para touradas. Entendeu ?

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...