sábado, março 04, 2017

Miguel Lobo Antunes


Sou muito suspeito, sou amigo do Miguel, por quem tenho uma grande admiração, pelo que é e por tudo quanto soube construir ao longo da vida, com azares e muitas coisas boas pelo meio. Fizemos "tropa" juntos, temos algumas ideias (nem todas) em comum, mas eu tenho melhor feitio do que ele (o que, aliás, é fácil).


A seu convite, faço parte de uma "conspiração do bem" que ele criou há vários anos, uma combinação improvável de pessoas que discretamente se dedica, sem a menor agenda de interesses, a refletir sobre os caminhos de futuro para o país - e que deve ser a única "tertúlia" no mundo que reúne às 9.30 da manhã (temos água e café de borla).

Gostei agora de uma entrevista que deu, feita, com a serenidade inteligente de sempre, pela Ana Sousa Dias, onde ele se mostra perplexo com a reforma que aí (lhe) virá.

Não te preocupes, Miguel! O ativo ou a reforma não são categorias que se excluam mutuamente. Conheço muita gente que, estando teoricamente "no ativo", está "reformada" há muito, às vezes desde sempre. E, tal como tu, também conheço alguns "maduros" para quem estar tecnicamente reformado significa apenas ter conseguido muito mais tempo para aquilo em que quer manter-se ativo.

Welcome to the club, old chap!

(Leia-se a entrevista aqui)

4 comentários:

Anónimo disse...

António Lobo Antunes é um grande escritor, em especial as crónicas. O irmão que via no aeroporto quando director da SAS guardo apenas a imagem de alguém mal encarado, possivelmente muito competente, o erro de apreciação será possivelmente meu, por desconhecimento. Esta entrevista achei a desinteressante mas por acasos do destino tropecei noutra de João Lobo Antunes e li algo com grande densidade que já me fez ganhar o dia.

Helena Sacadura Cabral disse...

Meu caro Francisco
Este seu texto lembrou-me umas palavras que lhe escrevi a propósito da reforma. Você disse-me que não me preocupasse porque iria passar a ter tempo para o que queria fazer. Pensando em mim própria, achei que seria muito verdadeira a sua despreocupação.
Olhando à distância , não posso deixar de sorrir, porque, de facto, não conheço ninguém mais activo que o meu amigo.
Abraço

anamar disse...

Ora que pena que a entrevista com o Miguel não se consegue abrir...

:(

Francisco Seixas da Costa disse...

Anamar: tente agora

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...