sábado, março 25, 2017

Mário Centeno


No ano passado, escrevi por aqui isto:

"Há cerca de dois anos, uma organização de alunos da Universidade Nova de Lisboa convidou-me para um debate sobre os novos desafios da Europa. Teria como parceiro de mesa Mário Centeno. O nome dizia-me alguma coisa, mas pouco. Fiz uma pequena pesquisa e ela fez-me lembrar que ouvira Mário Centeno na conferência anual da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde se pronunciara sobre Economia do trabalho. Ficara então muito bem impressionado com a apresentação feita, muito estruturada e com perspetivas que não conhecia.

O nosso debate na Nova correu muito bem. Voltámos, depois disso, a cruzar-nos algumas vezes, em reuniões, e, com naturalidade, vi-o surgir à frente da pasta das Finanças no governo de António Costa, de quem havia sido o "guru" na área económico-financeira. Todos nos recordaremos que havia então em Centeno uma jovialidade que se espelhava num sorriso franco, quase adolescente, que se manteve em muitas aparições públicas, em que foi sendo conhecido pelos portugueses."

No meu texto de 2016, notei ainda que o sorriso de Mário Centeno se tinha esvanecido. O peso da responsabilidade e as dificuldades da conjuntura estavam, claramente, a afetar a sua jovialidade.

Nos dias que correm, Mário Centeno já tem razões para rir. Conseguiu o mais baixo défice da democracia, obteve a recapitalização da Caixa - essa impossível missão, segundo algumas Cassandras - e ganhou indiscutível credibilidade junto das instituições europeias. Não esqueço que foi António Costa quem lhe propocionou as condições políticas para poder levar a cabo a política orçamental de sucesso que implementou. Mas os ministros das Finanças não são uns governantes quaisquer e Centeno provou, em escasso tempo, estar à altura da escolha feita por António Costa.

Estará já Carlos Costa arrependido em não ter aprovado o nome de Mário Centeno para a direção do Gabinete de Estudos do Banco de Portugal? Ao fazê-lo, apenas retirou uma linha ao currículo do seu provável sucessor.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sobre o discurso da Europa no governo há pelo menos 3 velocidades, há o que António Costa diz, e bem , há o que diz Santos Silva, que é um génio mas não é a mesma coisa e há o que a secretária de estado dos assuntos europeus, que não é um génio, diz e que também não é a mesma coisa...

Anónimo disse...

Bom bom seria Victor Constâncio cair do BCE. Foi sempre um erro de casting em Frankfurt e no largo do rato e não sei se o benzer se antes da refeição pode ajudar a explicar tudo.

Anónimo disse...

Do DN: "Banco público precisa de 350 dadores de óvulos e esperma"

Será a CGD ?

Anónimo disse...

Será que os direitolas do ppd, já largaram o osso? Quanto aos sms's do homem, que toda a gente já percebeu há muito,, que foi indo atrás da exigências do sr. que não queria que soubessem do muito que tinha juntado, e quem sabe, da sua proveniência face a informação prevílegiada que tinha no seu emprego de origem?. Tendo, no meu entender levado o bom do homen a tentar dar umas abébias ao sr. que toda a direita, e não só, achavam que seria o salvador do banco público.
Para mim, estamos na presença de uma pessoa tecnicamente competente e um bom algarvia, ao contrário de outros, velhacos, vingativos e torcidos algarvios. Este plural é a fingir!.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...