quarta-feira, setembro 07, 2016

"Voyeurisme" político

Cada um falará por si, mas quero dizer que quase sempre tenho alguma curiosidade em ver dissecados, a posteriori, episódios polémicos do quotidiano político, que a espuma dos dias deixou para trás de forma inconclusiva. Casos portugueses e não só.

Às vezes, em especial no estrangeiro, isso é feito por algum jornalismo de investigação, mais ou menos competente. Porém, na grande maioria dos casos, essas coisas ressurgem só através de memórias, com a limitação desses relatos unipessoais raramente fugirem a uma leitura parcelar e interessada dos factos, quase sempre por forma a deixar o autor no "safe side" da questão. 

Vem isto a propósito do livro que Fernando Lima vai publicar nas próximas horas, onde aborda o seu tempo com Cavaco Silva em Belém, como assessor para a comunicação social, depois de o ter acompanhado ao tempo de primeiro-ministro, período de que deixou um relato não excessivamente excitante.

A grande curiosidade em torno deste novo livro não será tanto a sua acrimónia final face ao antecessor de Rebelo de Sousa (para quem gosta de andar à cata das coscuvilhice que tanto anima certa imprensa) mas, essencialmente, a luz que o texto possa vir a deixar sobre o famoso caso das acusações de "vigilância" de S. Bento a Belém, nos idos de 2009. 

Por isso, ao contrário de alguns amigos, que seguramente rejeitarão o livro com a mesma convição com que (como eu) rejeitavam fortemente o "cavaquismo", irei ler com muita curiosidade o texto. 

Há dias, uma personalidade conhecida, dizia-me: "tu não serves de orientação em matéria de leituras, porque lês tudo". Não é verdade, antes fosse. O que eu leio é "de tudo", dando clara preferência àqueles com que sei, à partida, que não vou concordar.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cá por mim, não irei ler.
Gente que nos fez muito mal!...

Carlos Fonseca disse...

De mim, o Lima não leva um cêntimo. O que não garanto é que não vá ler as tretas que ele, desta vez, escreveu.

Anónimo disse...

Também não irei ler o livro!. Assessor e assessorado, penso que, estão bem um para o outro. Já agora também o JMF. Desde o famoso caso,"bufado" pelo Autor, deixei o Público e passei para o DN.

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