As festas populares no seio da comunidade de origem portuguesa em França têm um carácter de grande autenticidade e de uma extrema fidelidade às raízes nacionais. Andei por várias nestes dias e pude falar com imensa da nossa gente que já tornou francês o seu sonho de vida.
Achei muito curioso nelas ver os símbolos do futebol português, com expressão nacional ou clubística, surgirem como "bandeiras" de orgulho português. Embora eu me pergunte se parte desse mesmo orgulho, expresso em alguns outros símbolos mais radicais de teor nacionalista, patente em peças de vestuário, não poderá vir a contribuir para um isolamento, no seio da sociedade francesa, de quem recorre à sua afirmação quase agressiva. A ver vamos.
A festa da Rádio Alfa, realizado no domingo, foi um desses momentos onde pressenti que os portugueses revelam hoje uma saudável serenidade face à livre e alegre expressão da sua identidade numa sociedade que, podendo pontualmente ser tentada a menorizá-los, no fundo os respeitam e até os admiram. Por razões que são cada vez mais óbvias, a França encontra, dia-a-dia, razões de sobra para reforçar essa atitude face aos "seus" portugueses.
Igualmente emocionante, mesmo para quem as coisas da fé nada dizem, foi o encontro dos portugueses que encheu a Notre-Dame de Paris, ao final da tarde de sábado, com os coros da comunidade de origem portuguesa a ressoarem, na nossa língua, naquele magnífico espaço, durante a cerimónia religiosa que lhes foi dedicada, celebrada a elevado nível eclesiástico. No final, alguns dos nossos compatriotas pediram-me para, no próximo ano, podermos ter por lá a nossa bandeira nacional. Confesso que estou hesitante: os portugueses que ali estiveram presentes são, por estas terras, a nossa verdadeira bandeira. Não é preciso nenhuma outra.
Achei muito curioso nelas ver os símbolos do futebol português, com expressão nacional ou clubística, surgirem como "bandeiras" de orgulho português. Embora eu me pergunte se parte desse mesmo orgulho, expresso em alguns outros símbolos mais radicais de teor nacionalista, patente em peças de vestuário, não poderá vir a contribuir para um isolamento, no seio da sociedade francesa, de quem recorre à sua afirmação quase agressiva. A ver vamos.
A festa da Rádio Alfa, realizado no domingo, foi um desses momentos onde pressenti que os portugueses revelam hoje uma saudável serenidade face à livre e alegre expressão da sua identidade numa sociedade que, podendo pontualmente ser tentada a menorizá-los, no fundo os respeitam e até os admiram. Por razões que são cada vez mais óbvias, a França encontra, dia-a-dia, razões de sobra para reforçar essa atitude face aos "seus" portugueses.
Igualmente emocionante, mesmo para quem as coisas da fé nada dizem, foi o encontro dos portugueses que encheu a Notre-Dame de Paris, ao final da tarde de sábado, com os coros da comunidade de origem portuguesa a ressoarem, na nossa língua, naquele magnífico espaço, durante a cerimónia religiosa que lhes foi dedicada, celebrada a elevado nível eclesiástico. No final, alguns dos nossos compatriotas pediram-me para, no próximo ano, podermos ter por lá a nossa bandeira nacional. Confesso que estou hesitante: os portugueses que ali estiveram presentes são, por estas terras, a nossa verdadeira bandeira. Não é preciso nenhuma outra.
2 comentários:
A comunidade portuguesa evoluiu em França numa quase total "invisibilidade". As suas associaçoes, activas e numerosas, sempre organizaram as suas actividades quase à porta fechada, quero dizer entre portugueses, privilegiando o cultural e o desportivo e afirmando a voz alta, durante muitos anos, o facto de nao desenvolverem actividades politiacas porque o "politico" afugentava os portugueses... A França interessava-lhe este posicionamento e Portugal orgulhava-se de ver a sua comunidade evoluir sem "fazer barulho"... Afinal tanto a França como Portugal deixaram que a comunidade resolvesse a maioria dos seus problemas sozinha: entreajuda e solidariedade; culturais e de desporto; editoriais; e de educaçao criando e financiando escolas de português...
As associaçoes de portugueses, numerosas como dissemos, têm sido as que menos concorrem a pedidos de subvençao a organismos franceses! Durante décadas uma das imigraçoes mais numerosas em França, tem sido a que menos despesa tem dado... Até ao problema do alojamento, que em França tem sido ao longo das décadas um dos grandes problemas em relaçao às familias desprivilegiadas, a comunidade portuguesa se afrontou resiolvendo-o à sua custa! no principio "resolveu-o", de forma autonoma, com o "desenrascanço" dos bairros da lata nos suburbios das cidades sem que isso fosse muito apontado como uma enorme vergonha de um pais civilizado como a França pretendia ser! Depois, de uma forma mais nobre, uma grande parte da comunidade resolveu individualmente este problema comprando ou construindo a sua propria habitaçao.
Agora passados tantos anos, aos sinais de portugalidade que aqui e ali se exprimem de forma mais insistente podem ser vistos, também, como uma forma de protesto, implicito, de algo de muito importante que deixou de lhes pertencer e que eles ainda teimam em negar...
José Barros.
bandeiras de futebol portugues como simbolo de orgulho nacional ? a comunidade portuguesa em franòa ainda esta a esse nivel? que tristeza ! ou e afinal o espelho do unico orgulho "cultural" portugu§es ?
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