sexta-feira, junho 12, 2009

Aristides Sousa Mendes

É hoje à noite, pelas 20h35, que o canal televisivo France 2 projecta o filme "Désobéir. Aristides Sousa Mendes". Leia o texto da apresentação feita:

Juin 1940. La France vient de capituler. Les Allemands arrivent, poussant devant eux des cortèges de réfugiés jetés sur les routes par la peur et le danger. A Bordeaux, le consul du Portugal, Aristides de Sousa Mendes (Bernard Le Coq, tel qu'en lui-même), voit affluer à ses grilles des centaines de malheureux, suppliant son pays, neutre, de leur accorder un visa. Après trois jours de réflexion, l'aristocrate catholique, le fonctionnaire sans histoire va prendre une décision qui plongera sa vie dans le chaos et en sauvera 30 000 autres : en un mois, aidé de son fidèle secrétaire (trop rare Roger Souza), Sousa Mendes délivrera autant de visas, dont un tiers à des juifs, malgré une circulaire de Salazar l'interdisant formellement. Racontée avec sobriété et sensibilité par Joël Santoni sur un scénario de José-Alain Fralon et Jean-Carol Larrivé, cette histoire belle et vraie rend justice à l'homme de bien. Enterré vivant par la dictature de Lisbonne, qui ne pardonnera jamais à ce juste d'avoir désobéi, Sousa Mendes accomplit la plus grande action de sauvetage menée par une seule personne durant la Shoah.

E leia mais aqui. Tempos futuros trarão outras homenagens a Aristides Sousa Mendes, a que a Embaixada de Portugal vai associar-se ou promover.

9 comentários:

Anónimo disse...

Conhecia a historia do Cônsul de Bordéus e talvez também por isso vi o filme com a intensidade que ele me despertou.
Eram pouquissimos, naquela época, a interrogarem-se sobre o que nao era discutivel. A tomarem atitudes como a do Cônsul de Bordéus deve ser unica na historia da Diplomacia portuguesa!
A Embaixada de Portugal em Paris ganharia ainda mais prestigio com iniciativas a recordar Aristides de Sousa Mendes...
José Barros.

João Antelmo disse...

Aristides de Sousa Mendes não foi o único diplomata a arriscar a carreira para salvar judeus do nazismo. Sampaio Garrido e Teixeira Branquinho fizeram-no também, em Budapeste.
Mas, de facto, Sousa Mendes foi o que pagou o preço mais alto pela sua atitude.
A RTP produziu, há anos, um excelente e bem documentado filme sobre ele.

Anónimo disse...

Senhor Embaixador, permita-me que o felicite pela excelente iniciativa em dar espaço, no seu blogue, a Aristides de Sousa Mendes, sem margem para dúvidas o Maior Humanista do séc. XX - Património da Humanidade.

“Tenho de salvar estas pessoas, tantas, quantas, eu puder. Se estou a desobedecer a ordens, prefiro estar com Deus e contra os homens, do que com os homens e contra Deus”, assim se justificava.

Homenageado em vários países, pelos seus actos humanitários, em plena II Guerra Mundial, por ter salvo das garras das tropas nazis e do Holocausto mais de 30 mil vidas, das quais mais de 10 mil judeus.

Também, Israel homenageou Aristides de Sousa Mendes, como “Um Justo entre as Nações”, plantando, em sua memória, na Floresta dos Mártires, junto ao Yad Vashem - o Museu do Holocausto -, um bosque com 30.000 árvores, simbolizando uma árvore por cada uma das vidas judaicas que salvou.

Assim como, a título póstumo, lhe foi atribuída uma medalha, em cujo reverso pode ler-se a citação do Talmude: “Quem salva uma vida humana, é como se salvasse um mundo inteiro”.

Referindo-se a Aristides de Sousa Mendes, Yehuda Bauer, perito em História do Holocausto, questionaria:

“Que dizer deste HOMEM, que, sozinho, contra tudo e contra todos, realizou a maior operação de salvamento da História do Holocausto?
Responda quem quizer. E souber.
Pessoalmente, confino-me ao mais respeitoso silêncio!...”

Por outro lado, importa não perder de vista que a actuação de Aristides de Sousa Mendes jamais viria a ser resgatada (o que só se verificaria após a Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1974), para desta forma, por contraste, não evidenciar a acção, a conivência, a negligência e a omissão de outros diplomatas e membros do governo do ditador António de Oliveira Salazar, que, durante a Segunda Guerra Mundial, se tornaram participantes, cúmplices e coniventes, embora de forma discreta e indirecta, da grande tragédia do Holocausto.

Através da propaganda do Estado Novo, os jornais do regime louvam Salazar. “Portugal sempre foi um país cristão”, é o título de um Editorial do “Diário de Notícias” do mês de Agosto de 1940, em que Salazar é louvado por ter salvado refugiados e fugitivos no Sul de França…

Por incrível que possa parecer, até o embaixador Pedro Teotónio Pereira, refere, nas suas “Memórias”, a acção de Aristides de Sousa Mendes como sendo de sua exclusiva iniciativa e autoria!...

O agradecimento é, por vezes, extensivo aos governantes, nomeadamente a Salazar, o mesmo ditador que severamente castigou Aristides de Sousa Mendes, por desobediência a ordens que a terem sido cumpridas, teriam impedido a salvação de milhares de refugiados.

PORTUGAL - HOMENAGEM NACIONAL: PARA QUANDO?...

Quanto a Portugal, apesar de já lhe terem sido feitas algumas homenagens e concedidas as condecorações: Ordem da Liberdade, Cruz de Mérito e a Grã Cruz da Ordem de Cristo, falta, ainda, assumir como acto de verdadeira Justiça a realização da HOMENAGEM NACIONAL que lhe é devida por direito próprio, uma atitude patriótica, que cabe aos poderes constitucionalmente constituídos chamar a si as iniciativas que se tornem imperativas em ordem à trasladação dos restos mortais do Embaixador Aristides de Sousa Mendes (promovido a título póstumo pela Assembleia da República) para o Panteão Nacional, em Lisboa, onde repousam Os Grandes Heróis Portugueses, como o poeta épico Luís de Camões os cantou em “Os Lusíadas”, como “…aqueles, que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando”…

Concluindo, todos os seus feitos humanitários decorreram numa altura, em que pairava a rebeldia pelo mundo, no qual Aristides de Sousa Mendes não só era um digno diplomata como, também, se desenhava como o modelo do português crítico, o representante ideal da Nação que todos gostaríamos que Portugal sempre fosse.

Senhor Embaixador, reiterando as minhas felicitações, peço-lhe que aceite o meu fraterno abraço.

Paulo M. A. Martins
Fortaleza (CE) - Brasil

Anónimo disse...

Pssttt.... Antenne 2 s'appelle FRANCE 2 depuis presque 10 ans...
Amitiés

Francisco Seixas da Costa disse...

Tem toda a razão. Coisas da memória antiga...

Anónimo disse...

Que contraste entre o que aqui diz – corajosamente - neste seu Blogue o Embaixador Seixas da Costa e a forma “oblíqua” como outro Embaixador, João Hall Themido, se refere a Aristides de Sousa Mendes, no seu último livro de Memórias, creio que editado no ano passado. De algum modo, poder-se-ia dizer ser, num caso, a opinião de uma “escola de ontem” (ao tempo de um determinado “Passado”) e, outra, a de FSC, “a opinião de uma escola de hoje”, ou seja, de quem, para além do dever profissional que lhe é exigido, nem por isso deixa de ser capaz de reconhecer, pela positiva, determinados comportamentos e gestos do passado, como foi o caso ASM, à luz do Portugal actual - democrático.
Albano

Anónimo disse...

Que contraste entre o que aqui diz – corajosamente - neste seu Blogue o Embaixador Seixas da Costa e a forma “oblíqua” como outro Embaixador, João Hall Themido, se refere a Aristides de Sousa Mendes, no seu último livro de Memórias, creio que editado no ano passado. De algum modo, poder-se-ia dizer ser, num caso, a opinião de uma “escola de ontem” (ao tempo de um determinado “Passado”) e, outra, a de FSC, “a opinião de uma escola de hoje”, ou seja, de quem, para além do dever profissional que lhe é exigido, nem por isso deixa de ser capaz de reconhecer, pela positiva, determinados comportamentos e gestos do passado, como foi o caso ASM, à luz do Portugal actual - democrático.
Albano

Anónimo disse...

Que contraste entre o que aqui diz – corajosamente - neste seu Blogue o Embaixador Seixas da Costa e a forma “oblíqua” como outro Embaixador, João Hall Themido, se refere a Aristides de Sousa Mendes, no seu último livro de Memórias, creio que editado no ano passado. De algum modo, poder-se-ia dizer ser, num caso, a opinião de uma “escola de ontem” (ao tempo de um determinado “Passado”) e, outra, a de FSC, “a opinião de uma escola de hoje”, ou seja, de quem, para além do dever profissional que lhe é exigido, nem por isso deixa de ser capaz de reconhecer, pela positiva, determinados comportamentos e gestos do passado, como foi o caso ASM, à luz do Portugal actual - democrático.
Albano

Anónimo disse...

É a figura histórica que mais admiro. Vi ontem o filme "Désobéir"
na TV5. O filme infelizmente não desenvolve a história muito profundamente. Mostra o solar de Cabanas de Viriato como um palácio, mas enfim, presta uma homenagem a um Grande Homem, infelizmente quase desconhecido internacionalmente.

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