quinta-feira, junho 04, 2009

Comissão Europeia

João Vale de Almeida, chefe de gabinete de Durão Barroso, é o novo director-geral português na União Europeia. Uma ascensão merecida para alguém que tem uma longa carreira dentro das instituições comunitárias, essencialmente construída pelo próprio, como resultado do seu esforço e prestígio pessoais.

Dez anos depois de Portugal ter deixado de ter um director-geral e cinco anos depois de ter sido escolhido um presidente da Comissão com a nacionalidade portuguesa, o nosso país volta a ter acesso a um dos 34 lugares de topo da administração comunitária.

Um dia tenciono contar, em detalhe, a história da "perda" do director-geral português, um episódio onde se cruzam algumas responsabilidades nunca assumidas. E fá-lo-ei "naming names", como dizem os anglo-saxónicos.

2 comentários:

Helena Sacadura Cabral disse...

Como devo ser cautelosa no que escrevo no blog dum diplomata apenas direi que um dia também valerá a pena historiar a escolha de um presidente da Comissão com nacionalidade portuguesa.
Por acidentes da vida pessoal, acompanhei esse período, atenta mas não veneranda. E como cidadã que tem memória e não tem compromissos, estou a preparar-me para escrever sobre os ultimos anos da sociedade portuguesa. Aliás, não por iniciativa minha - como economista poderia ser, até, tentada a fazê-lo -, mas a pedido duma editora interessada. Julgo que poderá vir a ter algum interesse...

pirata disse...

Caro Senhor Embaixador,

Lamento corrigi-lo, mas não é verdade que Portugal tenha deixado de ter um DG na Comissão há 10 anos.

Aqui vai a cronologia dos últimos 10 anos nessa matéria, necessariamente imprecisa porque me socorro apenas da memória:
-António Cavaco deixou de ser DG Pescas em 1999 para ser chefe de gabinete de António Vitorino;
-em 2003 (se não me falha a memória) Jorge Oliveira e Sousa foi DG PRESS (saiu em 2005/2006);
-depois em 2004 António Cavaco voltou a ser DG, desta feita do ECHO, DG Ajuda Humanitária. Durante algum tempo tivemos portanto dois DGs portugueses.
-só desde a reforma de António Cavaco em 2006 (mais coisa menos coisa) é que não temos DG.

A correcção ao seu post é portanto a seguinte: estivemos 3 anos sem DG. Isso é, sem dúvida, grave, tanto mais porque estivemos apenas à espera que o mandato da Comissão chegasse ao fim e que Vale de Almeida estivesse disponível para ocupar o lugar. É pena, mas não é surpreendente.

Concordo com Helena Sacadura Cabral: interessante é a história da nomeação do Presidente da Comissão, história que na verdade é conhecida de muito poucas pessoas, algumas das quais fazem hoje questão de fingirem não a conhecer.

Abraço

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