sábado, junho 13, 2009

O mal europeu

"A abstenção e a inércia cívicas continuam a ser o mal europeu por excelência. O do cepticismo, do fatalismo, desta espécie de degenerescência democrática que arruina a participação activa e pessoal do cidadão no destino da 'cidade'. Será uma desafeição deliberada pela Europa? Não! É mais a indiferença face a um destino comunitário que, desde as suas origens, esteve confiado às elites. E talvez, aqui e ali, com um gosto preverso e vagamente inconsciente dos povos: poder fazer da Europa que abandonam o bode expiatório da sua própria abdicação..."

Claude Imbert, no "Le Point" desta semana

2 comentários:

Helena Sacadura Cabral disse...

Leio religiosamente o Le Point,o L'Éxpress e o Nouvel. Sigo com atenção o que escreve Claude Imbert. Concordo com uma boa parte do texto, mas lamentavelmente continuo a não me rever na expressão de um dos seus "comandantes".
Só essa desafeição já me inibe de "pensar a Europa" sem um sentido crítico apuradíssimo. Sobretudo, quando todos embandeiram em arco sem saberem muito bem porquê.
Não sou anti europeísta. Nem sequer céptica. Mas não perdi a capacidade de pensar, só porque todos nos orgulhamos muito com a nossa presidencial representação. Houve aspectos positivos. Mas também os houve negativos. E se não esqueço os primeiros. também reconheço os segundos.
A UE é, hoje, algo bem diferente daquilo que o seu mentor imaginou! Nem melhor, nem pior. Apenas diferente.
Mas, de facto, uma orquesta também depende bastante da forma como o maestro conduz a partitura...

Anónimo disse...

É um caso, este da abstenção em massa, para se pensar, ou, mais concretamente, para os políticos se debruçarem. As campanhas esclarecem pouco, ou nada, e os eleitores “aproveitam” para se pronunciarem sobre as políticas dos seus governos. E nesta confusão de perspectivas acabam todos por perder. E a credibilidade dos parlamentares europeus sai, quer se queira quer não, algo debilitada. Mas é assim há anos! E não se vê meios de a coisa mudar.
P.Rufino

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