É impressionante como a figura de Amália Rodrigues continua a mobilizar as pessoas, mesmo em Paris. Ontem, durante a apresentação do livro de Jean-Jacques Lafaye, "Amália e os poetas", uma animada discussão sobre Amália e o fado, com guitarradas à mistura, deu lugar a uma concorrida sessão no Centro Cultural Gulbenkian, na avenue de Iéna. E de notar que os portugueses presentes eram bem menos que os franceses.
5 comentários:
Foi um tempo, Senhor Embaixador. E não sendo passadista, não posso deixar de me lembrar da junção excelente de Amália com esse francês que se chamava Alain Oulmain. Tive, aliás, o gosto imenso de conhecer o trio que ambos formavam com Ary dos Santos.Foi um tempo especial, que desejo manter bem presente nas minhas lembranças!
E, ao que parece, os franceses dão mais valor que os próprios portugueses, a uma Mulher que se tornou um símbolo de Portugal.
Alain Oulman era mais português do que francês. Não porque nasceu em Portugal (na Cruz Quebrada) mas porque, embora filho de judeus franceses, era português por opção e paixão. Nada melhor do que a sua música para comprovar a sua "nacinalidade"; isso e as suas posições e militância políticas, que tiveram como consequência a sua prisão pela PIDE e o exílio (sim, o exílio) em Paris, onde morreu.
Prezado Senhor Embaixador
Que haja mais franceses que portugueses numa sessão do CCG não me causa grande surpresa. Oxalá as coisas estejam a mudar, mas até há pouco tempo tempo o ambiente não era muito convidativo para os portugueses que vivem em Paris e arredores. Os episódios por que passou a minha irmã para tentar requisitar livros para os filhos (luso-franceses) davam um romance...
Quanto à questão da nacionalidade de Alain Oulman não me parece, com franqueza, assim tão relevante. A sensibilidade judaica parecia-se, segundo o próprio, à portuguesa. Os fados estão aí para o atestar. Embora os músicos de Amália se lhes referissem como "as óperas".
Gostaria de notar que Alain Oulman foi objecto de um post neste blogue, no dia 14 de Fevereiro.
O livro não é de Jean Jacques Lafaye. O livro é do doutor Rui Martins Ferreira. Jean Jacques Lafaye somente o apresentou.
Enviar um comentário