Os monárquicos portugueses comemoram, na data de hoje, o nascimento daquele que consideram o herdeiro legítimo da antiga coroa. Trata-se de um homem simpático, cordial e patriota, que acarreta consigo o sonho da restauração desse regime que a nova República derrubou em 5 de outubro de 1910.
Talvez valha a pena recordar que a diplomacia portuguesa está ligada ao nascimento, em 15 de maio de 1945, dessa criança, a quem a família decidiu dar o nome de Duarte (o nome completo é Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança!). Com efeito, foi na Legação portuguesa em Berna, na Suíça, que esse nascimento teve lugar. E a curiosidade maior advém do facto de, sob os pés da cama onde o parto ocorreu, terem sidos colocados pedaços de terra idos expressamente de Portugal, para melhor marcar o "solo português" onde o acontecimento tinha lugar.
Não tenho mais pormenores - embora já os tenha lido algures - sobre a conjuntura que permitiu a utilização da nossa residência diplomática para esse fim. Com efeito, os herdeiros da "casa de Bragança", que aliás não derivam em linha direta do último rei, só cinco anos mais tarde foram autorizados a viver em Portugal, prevalecendo até então o banimento que a Constituição salazarista de 1933 havia acolhido da sua antecessora de 1911.
Com a tolerância que a minha República permite, deixo aqui a imagem da velha bandeira que vigorou até 1910, a qual, aliás, considero até esteticamente mais bonita que aquela a República introduziu. Mas que não reste a mais leve dúvida: a bandeira introduzida pela República é, para mim e para sempre, a única bandeira de Portugal.