segunda-feira, novembro 04, 2024

Império

Uma mulher negra, que cresceu fora do Reino Unido, ter conseguido chegar à liderança do histórico Partido Conservador (e Unionista, parte do nome que muitos esquecem) é, a todos os títulos, um acontecimento notável, seja o futuro aquilo que vier a ser.

9 comentários:

manuel campos disse...

Nasceu a 2 de Janeiro de 1980 em Wimbledon, Londres e é cidadã britânica mas viveu até aos 16 anos nos EUA e na Nigéria.
Conta-nos o "Politico" a 18.07.2022 que "...in her maiden speech in the House of Commons she described herself as “to all intents and purposes a first-generation immigrant.”

Nuno Figueiredo disse...

with due respect, all things considered it´s just about politics...

Anónimo disse...

E deve fazer impressão às mentalidades de esquerda cá da nossa terrinha.

Luís Lavoura disse...

Manuel Campos

...in her maiden speech in the House of Commons she described herself as “to all intents and purposes a first-generation immigrant.”

Temos portanto uma imigrante como presidente de um partido que é contra a imigração.

Confere: bom número de imigrantes são os principais adversários de mais imigração.

(São como as pessoas que, mal passam a soleira de uma porta, param, dessa forma impedindo que mais pessoas atravessem essa soleira. Observa-se esse comportamento em Portugal no dia-a-dia.)

Basket-Spot disse...

Já não faltam exemplos do que deu escolher pessoas pelas suas "qualidades" físicas, e continua a insistir-se nisso? Perdoem a linguagem, mas desde quando elogiar uma escolha pelo que a pessoa tem entre as pernas ou pela maior ou menor pigmentação de melanina tem o menor cabimento? Compreenderia isso num regime racial, como o sul-africano, mas em democracias europeias maduras... Parece que andamos a regredir séculos nesta e noutras áreas, mas as elites fingem que são progressistas.

manuel campos disse...

Luís Lavoura
Dou-lhe bastante razão no que diz pois cada vez mais “bom número de imigrantes são os principais adversários de mais imigração.”.
E isso está aí à vista de todos também por cá, só que poucos olham e de entre os que olham muitos não veem (ou mais provavelmente não querem ver ou não lhes convém ver, os factos dão cabo de lindas narrativas).
Eu sei que muita gente não anda aí a pé pelas ruas, não come em restaurantes onde calha no seu dia-a-dia, não anda nos meus sempiternos transportes públicos.
É que ser “mais um” no meio de todos os que são “mais um” é instrutivo, ninguém à nossa volta se coíbe de dizer o que lhe vai na alma e no tom de voz que naquele momento lhe apraz.
Há tempos li (e sei onde) que alguém terá comentado há muitos anos que isto da imigração tem que ser olhada de outro modo a partir do momento em que ultrapassa os 10% da população residente.
Ora a imigração em Portugal não só ultrapassou os 10% em 2023, como o número de imigrantes subiu o que subiu nos últimos 5 anos.
Como já sei (não imagino: sei) que alguém pode interpretar mal esta informação, permito-me pôr aqui a ligação e cada um que leia de quem é e o que diz:

https://migrantintegration.ec.europa.eu/index.php/news/portugal-2023-saw-highest-number-resident-migrants-record_en

Por detrás de muita punhada no peito de auto-complacência esconde-se sempre bastante hipocrisia, no entanto é um facto que os “novos” imigrantes só estão para já (repito: para já) a competir nos empregos com os “velhos” imigrantes que não conseguiram subir no “elevador social” (e são muitos os que conseguiram e se libertaram daquela enorme plataforma de competição que reina nos indiferenciados e que, a este ritmo, será difícil estabilizar no emprego em poucos anos).

É evidente que não podemos prescindir da imigração nesta Europa mais que envelhecida, nós tendo alguma vantagem relativa pois a maioria vem de países com uma matriz cultural semelhante à nossa.
E também é evidente para mim que a integração se tem dado até agora de forma paulatina e com mérito de parte a parte (para quem chegou aqui agora, eu sou o tal que atravessa “bem vestido” a Mouraria e entra no Centro Comercial do Martim Moniz a dar uma volta, dispenso teorias).
Mas nada disto tem um ar muito consistente em termos de futuro e agora é tarde para andarmos por aí com ideias bonitas, há que fazer o possível, porventura nem sequer o bom, o suficiente já ajudaria muito. Mas quem se mete a fazer isso?
Se o turismo treme ou abranda, o que está sempre ao virar da esquina em tempos de guerras e pandemias, um grande número de gente estando nessa área de actividade ou a ela fortemente ligada vai fazer o quê, numa altura em que os próprios naturais e os imigrantes não indiferenciados veem o caso mal parado?
E era útil que houvesse um plano B, não sei qual, alguém devia saber, para isso existem e são pagos.

PS- Sabendo-se que os descontos para a Segurança Social têm várias vertentes, ainda que a maior parte das pessoas nunca tenham “usufruído” (termo infeliz, eu sei) de nenhuma, excepto talvez a pensão de reforma, aquela contabilidade do “deve e haver” actual que é também apresentada no artigo não é nada linear.

Retornado disse...

A grande explicação para o Brexit, foi a fuga ao Shengen.

França, Inglaterra e Portugal, já podem ter um grandes partidos, formados só negros, se eles se entenderem entre si. para o efeito.

Em Portugal, chegavam apenas unirem-se todos os que têm BI português, de origem guineense e caboverdeana, para formar um razoável partido.

AV disse...

Esse é o aspecto mais interessante da sua posição actual - dizer que é imigrante de primeira geração, tendo tido a cidadania britânica pelo facto de ter nascido no Reino Unido.

Badenoch nasceu num hospital privado em Wimbledon, porque os seus pais, médicos nigerianos de classe alta, quiseram que os filhos nascessem no RU numa altura em que a lei britânica ainda dava direito à nacionalidade britânica a quem nascesse no Reino Unido, independentemente de ter pais estrangeiros. Regressou à Nigéria, onde cresceu, pouco depois.

Tendo a cidadania britânica por nascimento, foi para o RU aos 16 anos.
Existe uma tensão interessante entre essas raízes e as posições sobre imigração da ala direita do seu partido que ela representa.

É um exemplo da complexidade das teias sociais no Reino Unido, tal como Rishi Sunak, com origens completamente distintas, é.

Alimenta a controvérsia e usa-a para chamar atenção. Vai ser pior para Keir Starmer que mantinha com Rishi Sunak uma relação polida e de civilidade institucional.

Outro ponto interessante - o Partido Conservador tem tido em muitos dos seus lugares de liderança pessoas de minorias étnicas, ao contrário do Partido Trabalhista, que é completamente ‘White British’. Exceptua-se o ex-first minister Galês, Vaughan Gething que não ficou muito tempo no lugar.

manuel campos disse...

A ligação que pus no meu texto está mal, como todos os que tenham tido a oportunidade de tentar lá chegar já se deram conta.

Aqui vai outra vez:
https://migrant-integration.ec.europa.eu/news/portugal-2023-saw-highest-number-resident-migrants-record_en

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