A Leonor escreve com a alma e a alma dela é feita de uma imensa alegria na aventura da vida. O seu "Passageiro Clandestino" é como que um diário de um período durante o qual a Leonor passou a ter consigo a doença. Essa mesma. Mas este não é um livro melancólico, "doentio". Longe disso! É uma obra cheia de vida, de graça, da aprendizagem de saber olhar os outros de uma outra forma, com pequenas e deliciosas notas de um quotidiano que se tornou novo, porque passou a ser diferente, talvez apenas um pouco mais urgente. Quem conhece a Leonor não se surpreende com o que ela própria decidiu: "Mais do que nunca, uso e abuso da palavra e do conceito de descoberta". E fá-lo com a deliciosa escrita a que sempre nos habituou, cultivada sem ser chata, inventiva sem ser pretensiosa, solta sem cair na vulgaridade. Este é um livro do qual não se sai triste.
No dia 24 de novembro, pelas 18.30 horas, no jardim do Teatro de S. Luis, os amigos da Leonor - o livro também é dedicado "a todas e a todos que me querem bem" - vão estar no lançamento. Vão ser ser muitos, estou certo. Nessa data, por razões profissionais, estarei no estrangeiro. Mas irei dar um beijo à Leonor uns dias mais tarde, no "jantar da Dois", do "Procópio". E então beberemos também um copo pelo Raul que, lá onde estiver, estará a ordenar-nos o seu "façam favor de ser felizes!".
4 comentários:
Francisco
Que bela e merecida homenagem à nossa Leonor!
Eu pensava que a Leonor já não nos podia surpreender,,mas pode = em condições bem difíceis, tem sido um exemplo para todas nós. Infelizmente vou estar muito longe ... mas bem perto dela no dia 24. Ela sabe .
Bem haja, Francisco, por estas palavras tão amigas e tão merecidas.
Trabalhei no Brasil nos anos setenta. Um dia, por mero acaso, comprei um livro de Leonor Xavier, cujo título era: "Só Eram Verdade os que Partiam". O seu nome jamais me esqueceu. Os personagens (portugueses) que descreve parecia-me que os conhecia todos...
Muita coragem para os seus problemas de saúde e um abraço,
Vou comprar, claro.
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