quinta-feira, novembro 13, 2014

Juncker

 
Não é uma boa notícia a fragilização do novo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, logo no início das suas funções. A natural polémica, que tudo indica que se vai prolongar por algum tempo, não ajuda à criação de um ambiente de reforço da autoridade da nova Comissão, elemento da maior importância para um desejável retoque no equilíbrio interinstitucional de poderes para o qual o programa de Juncker parecia apontar.

Dito isto, "à quelque chose malheur est bon". Se desta crise puder nascer uma nova vontade política, assumida a nível europeu, para se caminhar para uma aproximação - já não serei tão otimista para falar de harmonização - dos regimes fiscais dos diferentes Estados, isso seriam muito boas notícias para a Europa. Logo veremos.

5 comentários:

Anónimo disse...

Em tempos deixei aqui comentários sobre os vistos gold que são uma medida discriminatória e altamente polémica. Tiveram uma cabeça de cartaz que andou durante dois anos a dizer que eram bons. Provavelmente agora assobiará para o lado e a dizer que isto não é com ele.

Premonitoriamente disse também há pouco tempo que Juncker não tinha fibra para este lugar. A falta a uma conferência sobre a Europa à última hora e as desculpas atabalhoadas e nada convincentes que deu não auguram nada de bom.

Duraram portanto uma noite ou nem isso os comentários "desassombrados" de Jean Quatremer a dizer que agora, com Juncker, havia finalmente política de comunicação da UE e que "tínhamos homem". Na manhã seguinte era publicada na imprensa a bomba antónia sobre os paraísos luxemburgueses...

Volta Durão, que como sempre disse, não foste mau como te quiseram pintar.

Nuvorila disse...

E o cheiro,senhores? E o cheiro? Quem,honrado,vai poder estar ao lado daquela podridão? A menos que sejam todos iguais,o problema é sério.

Joaquim de Freitas disse...

Dei a minha opinião sobre Juncker no momento da eleição deste à cabeça desta pobre Europa., onde vimos Juncker ser apoiado por Angela Merckel, por razões opostas às de Cameron que o combatia.

O ex primeiro ministro do Luxemburgo, de 1995 a 2013 , esteve à cabeça dum dos principais paraísos fiscais do mundo , no qual milhares de milhões de euros defraudados aos Estados, que vão tão mal, vieram abrigar-se para "fugir à república social"! (Os Portugueses devem ter um sorriso amarelo quando souberam que Salgado levou , semanas antes da queda do BES, centenas de milhões para a ilha de Jersey ou Man !) .

Juncker eleito para "defender" os interesses dos Europeus! Se não fosse trágico, seria risível.

Na Europa temos grandes tenores da defesa da finança internacional. Juncker hoje e sempre, e Durão antes dele, mas que se apresentam sempre como defensores dos cidadãos.

O escândalo das arbitragens, por exemplo, demonstra de que lado estão estas autoridades supranacionais. O sistema de arbitragem dos diferendos entre Estados (ISDS) e os investidores, é a espada de Damoclés , este tratado permitindo de atacar os governos perante um comité de juristas de empresas, os únicos a ser representados.

Mesmo o "The Economist" , portanto campeão das empresas e dos tratados comerciais qualificou este tratado das arbitragens entre Estado e investidores de "meio permitindo às multinacionais de serem ainda mais ricas em detrimento dos cidadãos".

Agora, quando se descobre que as multinacionais podiam negociar a taxa de imposição antes de se implantar no pais, é obra !!!!!

A evasão fiscal na Europa , à qual Juncker participou efectivamente, o que ele nega , claro está, mesmo se admite a "responsabilidade politica" , devia levá-lo à demissão imediatamente.

Quem poderá ter confiança na promessa do combate futuro contra a fraude e a evasão fiscal de alguém que escondeu os contratos passados pelo "seu" governo luxemburguês com a AIG, Amazon, IKEA, Apple, Verizon, Pepsi ou Heinz, privando assim de milhares de milhões de euros de receitas fiscais os governos europeus, que morrem à mingua ?

Claro que era mais fácil exigir dos cidadãos europeus de apertar mais um furo do cinto, em nome duma austeridade "salutar" para a economia e "pagar" a dívida soberana, que exigir o pagamento dos impostos às sanguessugas da economia.

E que Juncker venha agora encarregar Moscovici de preparar um texto sobre o sujeito (Durão devia tê-lo feito antes !) sabendo que todos os países europeus continuam a bater-se numa concorrência mortal para atrair os investidores, prometendo taxas de imposição cada vez mais competitivas, "me laisse songeur" , porque toda e qualquer decisão em matéria fiscal necessita unanimidade!

Neste contexto de milhares de milhões de euros que valsam ao sabor dos ventos da fraude generalizada nesta defunta União (?) Europeia, o governo Português aparece-me como um "gagne petit" com o seu "Golden Visa" . Embora , simbolicamente, o impacto moral na consciência dos cidadãos Portugueses seja também devastador.

Anónimo disse...

Se Juncker tivesse honorabilidade, ter-se-ia demitido já.

Anónimo disse...

"Atrás de mim virá quem bom de mim fará"
José manuel Durão Barroso

25 de novembro