quarta-feira, dezembro 11, 2013

Champions, claro!

Uma amiga comentava que o Sporting, ao contrário de outras agremiações que por aí andam, nem à Liga Europa vai. É pura verdade, mas isto tem uma explicação, aliás bem simples: connosco, Sporting, é tudo ou nada. O que for abaixo da Champions não consegue excitar-nos. Claro que vamos a jogo, mas apenas por um saudável espírito de participação, uma atitude olímpica, no essencial. E, normalmente, isso acaba por não dar! Os nossos rapazes, lá no fundo, pensam: "mas vamos nós transpirar a glória de um clube, que está eternamente fadado para outros voos, nestes torneiozecos de segunda?" E, pronto!, desinteressam-se, não correm, fragilizam a defesa, desguarnecem as alas, não armam o meio campo, atacam com estilo mas com displicência. Às vezes marcam golos, outras vezes não, a gente diz-lhes para se empenharem, mas eles, coitados, não sentem essa necessidade. Desincentivam-se, é isso! Essa, aliás, é a razão concreta que explica a nossa escassez de títulos: falta de motivação perante troféus que achamos, com óbvia razão, que estão abaixo das legítimas ambições de um clube como o nosso. Que querem? Fomos feitos para as grandes vitórias e, por isso, essa arraia-miúda das taças e coisas assim não é suficiente para nos mobilizar. E, claro, com uma atitude destas, às vezes não ganhamos, muitas vezes empatamos jogos e tempo, acontece até perdermos... com mais frequência do que seria aconselhável, por razões estatísticas, temos de convir! Resta-nos, contudo, uma singular consolação: com esta simples e desprendida atitude, temos vindo a dar oportunidade a outros clubes, a gente que sempre anda aí afoita, num afogadilho perante competições de terceira escolha, de (à sua medida, claro) se realizarem e atenuarem as frustrações dos seus adeptos. Se isso os alegra, quem somos nós para os criticar? Ficam contentes? Ótimo, contribuímos assim para a paz social, que é um bem público que cultivamos. É isso mesmo que estão a pensar: generosidade. É o que nos move. Estão a ver como compreenderam? Era assim tão difícil lá chegarem? Ah! Este ano é diferente: com o resto das agremiações desportivas portuguesas pelas ruas da amargura em que andam, a nossa responsabilidade perante a imagem do país face ao mundo obriga-nos a outra atitude. Falámos com os nossos rapazes e, pronto!, vamos arregaçar as mangas e aí vai disto! E viva o Sporting Clube de Portugal!

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Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...