Será curioso perceber qual o consenso possível deste lado do Atlântico face ao "bullying" a que Trump vai sujeitar a Europa, na sua obsessão comercial contra a China. Embora alguma água ainda vá correr sob as pontes americanas: metade dos Tesla de Musk são fabricados na China.
11 comentários:
TRUMP ou HARRIS , que importa ! Um vento glacial se levanta sobre o Planeta.
O capitalismo está a infligir a sua crise global às pessoas.
Mas por detrás das terríveis provações dos seus estratagemas alternativos para sair de là e apesar do doloroso fracasso dos pseudo-socialismos que dão lugar a um mundo intermédio, uma nova consciência social está a ser construída passo a passo que aprende, por vezes em revolta desesperada ou revolução, para combater a corrupção e os excessos mafiosos de um sistema profundamente corrupto.
Escrevi: que aprende"! Devia talvez escrever "que deve aprender"!
Os dois conflitos mundiais em nome do Império e da Barbária, o intervencionismo militar em nome dos chamados perigos etnonacionais, a monopolização pelas grandes potências internacionais das terras de terceiros países e dos seus recursos energéticos, mineiros e florestais, agrícolas, a ascensão do neofascismo, a cronicidade e profundidade da crise generalizada, tudo isto leva (ao contrário dos especialistas que professam que o “mercado livre” é insuperável) a colocar a hipótese do fim do capital e da iminência de uma nova fase histórica.
Se isso pudesse abrir caminho a uma sociedade de emancipação humana...
Sim, porque um outro capialismo ,nao é possivel..
Em França, os Grandes Grupos começaram a deitar a carga ao mar... Michelin, Auchan, e na Alemanha, Volkwwagen... Milhares de empregos...
Veremos no 5 de Novembro o que nos propõem, os mestres do Planeta .
Entretanto, 15 bilhões de dólares
Não sei o que é um homem, só sei o seu preço. Bertolt Brecht
As eleições são, mais do que nunca, um assunto de muito dinheiro nos Estados Unidos. Espera-se que este ano estabeleça novos recordes em arrecadação de fundos e gastos com publicidade.
No final de Outubro, quase 15 mil milhões de dólares já tinham sido engolidos pelas duas campanhas e pelos mais de 11.000 grupos que procuram influenciar esta eleição, segundo a Bloomberg. Quantidades vertiginosas que lhes permitem saturar o espaço mediático.
Não creio que seja uma obsessão, os Democratas também teriam que ir por aí mais dia menos dia, os EUA têm uma indústria que ainda consegue competir com os produtos chineses antes de deixar de existir, os custos acrescidos poderão sempre ser compensados de algum modo com os empregos mantidos.
A Europa entregou-se à China para ter a casa e os bolsos cheios de “Made in China” (*) a preço mínimo, o resto está a caminho, a "morte em vias de" da VW é muito mais preocupante do que parece, outros irão a seguir incapazes que estão de evitar o inevitável, ainda há dias se falava na fuga em frente de outra grande marca alemã que só faz carros cada vez mais caros (eu sei disso, como os tenho dessa marca, estou sempre a ser convidado para ir ensaiá-los).
Os chineses nunca conseguiram produzir carros a combustão ao nível e preço dos europeus e os europeus nunca irão conseguir produzir carros eléctricos ao nível dos chineses, até porque as matérias-primas estão todas lá ou na mão deles.
A resposta a esta questão está, no fundo, nos textos anteriores “A solidão europeia” e “A Europa e Trump II”.
(*) Continuo orgulhosamente quase só com o meu Nokia 3310.
Partilho no entanto essa saudável (e sustentável!) opção com Arturo Perez-Reverte e a raínha britânica.
É precisamente o que falta à Europa, uma visão comercial da realidade, sobretudo em relação à China. Durante quanto mais tempo a UE viverá alheada do que se passa no mundo e na Ásia, assistindo passivamente à sangria da sua indústria e tecnologia, apenas porque não quer más relações com Pequim? E já nem falo de direitos humanos... Essa atitude e abordagem deu um excelente resultado com Putin, pois deu. Ainda que o politicamente correcto possa sobrepor-se, só não vê o que se passa se não quiser. Mais vale chamar diabo a Trump, alivia consciências.
Nas expressões populares o significado de "Negócios da China" revela uma boa memória dessa relação. Do Brasil lembramo-nos do "Ouro do Brasil", de África da dificuldade em "meter uma lança em África." Embora a nossa relação com a América seja importante, não me lembro de expressões populares que a refiram.
A TESLA é outra história, de um modo ou de outro a China precisa mais deles do que de outros.
Já com o aumento de tarifas imposto pela UE às importações (e que não vai resolver nada à indústria europeia) foi a Tesla que conseguiu um “preço especial”, nomeadamente face à VW e outros que também produzem fora.
A Tesla tem algumas vantagens financeiras, nomeadamente em impostos, já asseguradas pela China para a produção local e, quando da ultima visita de Elon Musk lá, algo terá sido consolidado.
As tarifas já impostas em Maio pela actual Administração americana são de 100% (quadruplicaram), aliás foram várias as áreas em que esses aumentos se deram, tendo Biden na altura explicado que a China estava a “inundar” os mercados (não é grande novidade..).
Um artigo de há mês e meio do World Economic Fórum “Major economies are taking aim at China’s EV industry. Here’s what to know” lê-se bem.
Business is business. As usual.
Eu não gosto de ser advogado do diabo, principalmente se o diabo se chamar Donald. Não me parece que a Europa tenha tratado bem o agora presidente eleito, desde os líderes aos media.
Aliás, a vitória de Trump é muito interessante. Trump não é um político de embalagem, como me parece ser esta nova geração de líderes que nos pastoreia. Nesse sentido, Trump é mais próximo de nós do que outros, habituados às lides partidárias desde muito cedo, ou então aqueles que seguem a cartilha do mainstream do momento. É evidente que o homem é estranho, mas estranho é também o cidadão comum. É também evidente que o homem tem qualldades, e estas também nós as temos. É evidente que Trump é isto e aquilo, mas é genuíno. O que eu sei é que as pessoas estão fartas de linhas de montagem, onde a diferença reside na bandeira do país.
Olhem, por exemplo, para Órban. É comido pelos "certinhos" (lembrei-me, agora, de repente, sem saber muito bem porquê, do nosso querido Sebastião Bugalho), mas consegue ter voz. As pessoas ouvem-no porque, tal como Trump, foge à linha de montagem.
Dito isto, jamais votaria em Trump, em Órban ou aquele que anda cá nas terras pátrias que se chama André Ventura. Esse nem genuíno consegue ser.
josé ricardo
Bom comentário do "josé ricardo".
Alguém que mantenha os pés bem assentes no chão!
Está tudo farto da "linha de montagem".
Ainda ontem andei por aí numas voltas que tinha que dar (de transportes públicos, claro) e acabei a volta numa viagem estranha, um autocarro pequeno cheio de gente grande, nem percebo como o motorista me abriu a porta, tal era a bagunça lá dentro. Mas abriu e eu entrei, todos nós erramos.
Uma viagem em que, ao fim e ao cabo, só lamento não estar acompanhado de alguns "teóricos" da sociedade e do que deviam ser as boas práticas eleitorais que andam por aí (e por aqui), pois mais instrutiva não podia ser.
Não há nada como um transporte público a abarrotar ao fim do dia para se conhecer bem o que as pessoas pensam das tais "linhas de montagem" dos que já não se lembram da última vez que andaram de autocarro.
O Manuel Campos tem um telemóvel Nokia 3310?! Eu tenho um telemóvel F2, que é muito mais barato e também dá para falar e enviar SMSs!
Manuel Campos
Os chineses nunca conseguiram produzir carros a combustão ao nível e preço dos europeus e os europeus nunca irão conseguir produzir carros eléctricos ao nível dos chineses
Deste facto (que é verdadeiro) deriva-se que a Europa deveria ter uma política a favor dos carros com motor de combustão interna, e contra os carros elétricos.
Mas a Europa, parva que é, tem a política exatamente oposta: quer convencer toda a gente a utilizar carros elétricos - em que os seus construtores não conseguem bater os chineses!
Por aqui se vê que a União Europeia tem políticas que favorecem os seus concorrentes - a China e os EUA - em vez de se procurar defender deles.
Não posso esconder nada ao Luís Lavoura!
Pois tenho um Nokia 3310 “Face lift” já com uns bons aninhos e faz parte da imagem de snobeira que vou tentando passar, aliás com pouco êxito numas coisas e retumbante êxito noutras.
É sempre um momento de franca alegria quando familiares, amigos e conhecidos se confrontam outra vez com o meu telemóvel, por mais que lhes explique que faz tudo o que eu quero que faça e nunca me obriga a fazer nada que eu não queira fazer, a risota não falta e a boa disposição fica desde logo garantida.
Acontece no entanto que tenho um 2º telemóvel e é um K2, um primo do seu F2.
Sei assim do que fala, aquilo aguenta tudo, qualquer deles aguenta tudo.
Era suposto trocá-lo um dia destes, já tenho pensado nisso, mas como diz um neto meu “esse ninguém te rouba, quanto muito gozam contigo”.
A última vez que me ri à custa deste meu telemóvel foi na nova oficina onde - depois de ter gasto 2100 paus em 5 dias úteis para apagar definitivamente as luzinhas dos carros, oficina onde numa semana passei de desconhecido a cliente VIP - puxei do K2 de 29.99€…
Luís Lavoura,
Faz de propósito, não faz? 😅
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