O ataque americano a posições militares de Assad não é uma surpresa. O pretexto do uso de armas químicas junto da população civil tem alguma consistência, porquanto - e não vi até agora alguém lembrar isto - o regime sírio tinha-se comprometido a desfazer-se de todo esse tipo de armas, tendo ficado a Rússia como garante de que isso se concretizaria. Foi, aliás, graças a esse "deal" que a Síria foi então poupada. Washington tinha ali uma oportuna justificação. Resta apenas saber se foi, de facto, o regime de Assad o responsável pelo uso das armas químicas - embora seja plausível que sim.
No atual contexto de "acossamento" político interno, Trump jogou a cartada clássica do embate contra um adversário externo, que, pelo menos num primeiro momento, tem sempre efeitos unificadores garantidos, em especial nos EUA. O facto de isto representar, em absoluto, uma mudança de rumo na política anunciada pelo novo presidente para a área externa é um fator despiciendo neste contexto, como é óbvio.
3 comentários:
Mais hediondo do que um crime hediondo é atribuir a sua autoria e respectiva punição sem ter a certeza de quem o praticou. Não há lógica que sustente poder saber em 48 horas quem usou armas químicas num lugar onde não entram jornalistas, sem qualquer investigação independente. O coro de aplauso europeu ao insano golpe de teatro de Trump, sufocado pelos neocons, e dos quais o mainstream mediático se tornou inesperado aliado, revela, tragicamente, o seu vazio moral.
Quem não ouviu falar das armas de destruição maciça de Saddam Hussein, no Iraque, que justificou a invasão deste país pelos Americanos e o consequente controlo dos jazigos de petróleo iraquiano pelos mesmos?
E o circo de Colin Powell na ONU, com os seus frasquinhos de “AMD” que deviam aniquilar o mundo livre? Pobre Colin….Os frasquinhos estavam vazios... mas o que era vital era agir, isto é invadir, antes mesmo que o inquérito dos inspectores chegassem ao Conselho de Segurança. O plano estava pronto e should go on...
Os Americanos, com o louco descido da torre de Nova Iorque que porta o seu nome, têm o novo Bush.
Com o ultimo julgamento urgente, sem perda de tempo, sobre os mortos por gás tóxico numa região ocupada pelos rebeldes no norte da Síria, os media revelam-se como uma ameaça para o jornalismo responsável e para o futuro da Humanidade.
Mais uma vez, assistimos ao cenário curioso no qual o veredicto precede o inquérito, mesmo se um tal comportamento pode conduzir a uma escalada perigosa da guerra assim que do número de vítimas.
Antes mesmo de toda avaliação minuciosa das provas, o “New York Times “e outros grandes dos média US tinham designado o governo sírio de Bashar al-Assad como culpado.
O que relançou a exigência dos Estados Unidos e doutros países de criar uma “zona de exclusão aérea” na Síria, o que constituiria o principio duma nova “guerra” de “mudança de regime”, como na Líbia, e arrastaria os EUA numa guerra provável com uma Rússia dotada de armas nucleares.
Enquanto que se procurava ainda saber o que se passou na terça-feira, nós, o publico, estávamos já preparados para não acreditar na resposta do governo sírio segundo a qual os gases tóxicos poderiam ter sido libertados acidentalmente ou intencionalmente, provocando a morte de civis numa cidade da província de Idlib.Ou a um incidente provocado pelos djihadistas, que desprezam perfeitamente a vida humana...
Se num passado não muito longínquo, os Americanos não tivessem metido a pressão sobre o Conselho de Segurança da ONU, para concluir rapidamente que Saddam Hussein tinha escondido as famosas “AMD”, ao ponto que não deram mesmo o tempo necessário aos inspectores da ONU no Iraque para as procurar a fundo, talvez não existisse hoje a impressão que, uma vez mais, os Americanos bombardearam a Síria imediatamente, porque têm receio que o inquérito que será feito prove que não foi Assad que bombardeou ou outra causa alternativa.
Bush agiu da mesma maneira. Não dar tempo à verdade para sair à luz do dia. E depois é tarde demais e estão-se marimbando para o que pensamos no resto mundo. Isto tem um nome: IMPERIALISMO.
"...pretexto do uso de armas químicas junto da população civil tem alguma consistência"
Ai sim. Qual? Que provas há? Ou será mais do mesmo, alegações, ou um acto de bandeira falsa como outro que ja ocorreu na Siria que se veio a saber que foram os terroristas do daesh cof cof quero dizer os rebeldes ... moderados.
"...o regime sírio tinha-se comprometido a desfazer-se de todo esse tipo de armas, tendo ficado a Rússia como garante de que isso se concretizaria"
Sim e desfez-se delas (como deveria saber) não so monitorizados pelos eua e companhia mas tambem com a participação destes no processo de destruição das mesmas.
Adoro a utilização da palavra regime, com a qual pretendem insinuar algo tirano.
Pois... mas aqui na europa todos vivemos em regimes. Passo a explicar o que é um regime para quem deveria saber.
Regime político, na ciência política, é o nome que se dá ao conjunto de instituições políticas por meio das quais um estado se organiza de maneira a exercer o seu poder sobre a sociedade.
Tipos de regimes :
Repúblicas presidencialistas totais.
Repúblicas presidencialistas ligadas a um parlamento.
Repúblicas semipresidencialistas.
Repúblicas parlamentares.
Monarquias parlamentares constitucionais em que o monarca não exerce poder pessoal.
Monarquias parlamentares constitucionais em que o monarca exerce poder pessoal (muitas vezes ao lado de um parlamento fraco).
Monarquias absolutistas.
Repúblicas unipartidárias.
Ditadura militar
Terminada a aula gratuita de ciência política, passemos a geopolitica, geoestrategia e logica.
Mas cabe na cabeça de alguem com o minimo de inteligencia, que agora que as forças terroristas (que teem feito a Siria num inferno desde ha 6 anos) estão prestes a ser esmagadas o governo sirio iria dar um tiro no pe com um acto destes ?
Em relação ao daesh e al qaeda e al nsura organizacoes terroristas que cometem atentados ca na europa, sabe-se muito bem que sao apoiadas e financiadas por paises e nao são aplicadas sanções contra esses paises ?
Ou será mais uma Gladio caseira
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