O SENTIMENTO DE UM ALSACIANO
No bar Procópio, ao anoitecer,
há tal alacridade, tal folia,
que os bulícios, o Tejo, a maresia,
fazem até questão de se esconder.
Alice veio dar- me as boas-vindas
e o Senhor Luís minha bebida.
Falamos com amor das coisas lindas
que tantas comezainas dão à vida...
Ali onde se urdiram tantos golpes
e derrotas se fizeram alegria,
contamos das artroses, dos joelhos
desfeitos sob o peso (nao me voltes
há tal alacridade, tal folia,
que os bulícios, o Tejo, a maresia,
fazem até questão de se esconder.
Alice veio dar- me as boas-vindas
e o Senhor Luís minha bebida.
Falamos com amor das coisas lindas
que tantas comezainas dão à vida...
Ali onde se urdiram tantos golpes
e derrotas se fizeram alegria,
contamos das artroses, dos joelhos
desfeitos sob o peso (nao me voltes
a falar da dieta que eu devia...)
E diz o alsaciano: trapos velhos?
Talvez! Na nossa mesa eram vermelhos...
E diz o alsaciano: trapos velhos?
Talvez! Na nossa mesa eram vermelhos...
Mas o nosso homem não ficaria sem resposta. Poucas horas era passadas, e logo um ausente, também ele diplomata, de pena fácil e elegante, deixava pela sua facebookica folha uma resposta:
À NOITE
Naquela tertúlia de burgueses
Há sempre coisas simplesmente loucas,
E que sem histórias nem entremezes
Em todo o caso merecem umas bocas.
Como quando tu, já feito alsaciano,
Todo fresco na Dois te sentaste.
E, rodeado de carinho lusitano,
Reconheces a Pátria que deixaste.
Ele é Luís, ele é Carlos e até Alice
Correm à Dois cheios de alegria.
Houve abraços, risos, tagarelice,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Há sempre coisas simplesmente loucas,
E que sem histórias nem entremezes
Em todo o caso merecem umas bocas.
Como quando tu, já feito alsaciano,
Todo fresco na Dois te sentaste.
E, rodeado de carinho lusitano,
Reconheces a Pátria que deixaste.
Ele é Luís, ele é Carlos e até Alice
Correm à Dois cheios de alegria.
Houve abraços, risos, tagarelice,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Então, um diplomata que é poeta,
O que faz se a ocasião enseja?
Toma, rápido,da cibercaneta
E sobre aquele episódio verseja.
Ainda diziam por aí que "não havia Necessidade(s)"...
4 comentários:
Gosto do Procópio, pois então
é das melhores coisas de Lisboa
como gosto de iscas e empadão
mas temperados à moda de Goa
Diplopoetas, mas que admiração!
Nunca pensei que nas Necessidades
existisse uma rima por procuração
que chegasse a muitas cidades
Mas a estória é sempre estória
e quando aparece nessas noites
traz-me lembranças à memória
As palavras duras, quais açoites
com copos e ditos até mais não;
mas prefiro as noites de Mormugão
(Uma contribuição - sem Maria Luís, abrenuncio - para a versalhada começada)
Diplopoetas, ai, Senhor Ferreira,
é mesmo o piorio que aparece!
É gente que anda aí, eira nem beira,
a ver se alguém os lê e reconhece!
Lá na Travessa não os deixe entrar,
infestam-lhe o blog de sonetos
e se, quais moscas, os quiser caçar,
fogem como morcegos pelos tectos.
Diplopoetas são a nova praga
que desceu, como a troika, com voz doce,
a fingir que consolam e que ajudam
e depois, no Procópio ou em Braga,
é vê-los a cortar com nova foice
e a martelo julgarem que nos mudam…
a) Feliciano da Mata, poeta sem qualidades, anti-poeta, odiador de poetas e tudo
magnificos talentos poeticos estampados em 3 sonetos (ou quase)divertidos, meio satiricos, meio circunstanciais, alsácia lisboa procópio goa mormugão tostas pão de ló empadão mesa 2 e tertulias de burgueses, poetas, diplomatas etc
melhor que emagrecer
era alterar a cultura
fazer o corpo parecer
"fremosura" de gordura
Melhor que emagrecer
só mesmo adoçar a vida
em convívios de invejar
pontos de encontro e partida
ânsia de voltar a voltar...
melhor que emagrecer
era alterar a cultura
fazer o corpo parecer
"fremosura" de gordura...
Que inspiração em Sonetos à desgarrada...
Sempre multifacetado, agora também poeta,
Feliciano da Mata, trovador saído do nada
desvenda com algum fel a sua nova faceta...
melhor que emagrecer
é partir à aventura
dar à amizade prazer
cometer "qualquer" loucura...
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