domingo, maio 18, 2014

"Welcome to Trofa!"

"Welcome to Trofa", foi a saudação com que ontem Paulo Rangel acolheu Jean-Claude Juncker, na deslocação ao Norte de Portugal do candidato conservador à chefia da próxima Comissão europeia. Juncker fala bem inglês, muito embora essa não seja uma das três línguas do seu país. Mas posso supor que Paulo Rangel já faça parte de uma geração portuguesa para quem o francês é uma língua menos cómoda.

Dito isto, este post é menos sobre o cosmopolitismo linguístico e mais sobre as críticas que, segundo a imprensa, Juncker deixou ao "programa socialista de governo", que alguém lhe deve ter traduzido. É pena que Juncker não se tenha informado melhor antes de se pronunciar. Se acaso tivesse falado com alguns dos vários amigos socialistas que tem em Portugal, eles ter-lhe-iam explicado que esse programa ainda não existe, que naturalmente só deverá aparecer quando eleições legislativas estiverem à vista.

Mesmo assim, antes que alguma vestal rosa se ponha para aí a falar de "ingerência" ou coisa do género, é importante deixar claro que, passando as instituições comunitárias a ter uma dimensão de escolha nacional, projetando-se cada vez mais as grandes formações políticas europeias na nossa vida interna, temos de nos habituar a que estas figuras mandem os seus "bitaites" sobre opções dessa nossa ordem política. É a vida, como diria alguém que espero que, em breve, ande por aí de novo.

Juncker não é o candidato socialista. Mas, aqui entre nós - e só espero que os socialistas não me oiçam! - é um excelente candidato, um homem sério e que já provou ser nosso amigo, um europeísta que, por exemplo, sabe bater o pé à Alemanha.

10 comentários:

patricio branco disse...

certamente o melhor candidato à presidencia da ce.
welcome to trofa é uma saudação um pouco ridicula, assim me soa, pobre de ideias, melhor, que mostra desde logo a pobreza de ideias, linguagem e oratoria da campanha.

opjj disse...

Por certo queria dizer bem-vindo à Trofa. Boa terra no Norte.

Anónimo disse...

Para que andam estes senhores a incomodar-se se, conforme os tratados, quem vai escolher o Presidente da Comissão Europeia será a Senhora Merkel, ah, desculpem, queria dizer o Conselho Europeu, pois claro, o que me terá passado pela cabeça! Tem que ser votado pelo Parlamento Europeu depois? Ah, e já viram o número de deputados alemães no PE? E o SPD do Schulz nao esta em coligação com a Senhora Merkel? Mas para que andam a incomodar-se a ir aTrofa! Antes fossem a Fatima!

a) Henrique de Menezes Vasconcellos (Vinhais), euro-céptico desde o berço, que o teve, contrariamente a alguns plumitivos oportunistas, como o Senhor Feliciano da Mata...

Anónimo disse...

lido no "blasfémias", será verdade ?

"As 15 promessas de Seguro em Português
18 MAIO, 2014
tags: Portugal é isto, Seguro, Troika 4.0
por vitorcunha
Estão aqui, as 15 promessas. Vamos traduzir.

1. Acabar com a TSU dos pensionistas
A Taxa Social Única mudará de nome e chamar-se-á algo como PSU, Provimento Social Unificado.

2. Revogar cortes no complemento solidário para idosos
Passa a existir a CSPPIPPJ – Contribuição Social de Provimento Para Idosos Pago Por Jovens.

3. Não despedir funcionários públicos e aumentar o salário mínimo
Excedentários passam a professores da nova disciplina Educação Social e de Estado, a leccionar a partir do 1º ciclo. Salário será aquele que permita viver em dignidade, como aferido pelo dignómetro digital, a produzir na renovada indústria portuguesa.

4. Acabar com a sobretaxa de IRS graças ao combate à fraude e evasão fiscal
Seguro vai dar com a língua nos dentes.

5. Promover novos acordos de contratação colectiva
Boys passam a ter contrato unificado.

6. Avançar com o plano de reindustrialização 4.0
Dignómetros digitais de nova geração. Três eixos de desenvolvimento: tradição (Mota-Engil), recursos endógenos (Casa Pia) e indústrias de raiz (Aloe Vera e Vidas Passadas).

7. Estação Oceânica Internacional dos Açores
Com ligação à Gare do Oriente, articulando o hub ferroviário com hovercrafts de grande velocidade. Portugal não pode ficar fora da rede intercontinental de hovercrafts.

8. Pacto para o emprego
“Vamos criar empregos? Está bem”. Finalmente, um governo que cria emprego, cria recursos e desafia Lavoisier.

9. Não aumentar a carga fiscal na próxima legislatura
Não é preciso mais impostos. Não só a Europa recebe dívida em Eurobonds como dívida é só o que for superior a 60% do PAB, o Produto Administrativo Bruto. Poderá parecer que há um aumento de impostos mas é porque antes media-se em PIB e agora medir-se-á em PAB, um indicador muito mais eficaz para o cálculo de tretas.

10. Exclusividade na saúde, separação total entre público e privado
Encerramento de vários hospitais, quando os profissionais forem obrigados a optar.

11. Reduzir a taxa de abandono escolar dos actuais 20% para 10%
Passagem administrativa de metade dos que abandonam o sistema de ensino através de um sistema de sorteio.

12. Não plafonamento das contribuições para a Segurança Social
Redução do valor obtido pelo cálculo de pensão para o escalão etário 50–65. Reformados existentes mantêm pensão, novos pensionistas passarão a receber 1/3.

13. Cumprir o Tratado Orçamental
Ignorar os números 1 a 12.

14. Promover a reforma do Estado
Não fazer cortes. Reforma significa colocar as pessoas certas no sítio certo.

15. Defender uma nova agenda europeia
A Minha Agenda, O Meu Primeiro Calendário ou Almanaque
Republicano para Petizes."

Alexandre

Defreitas disse...

Curioso o conselho do Senhor Embaixador a Junker , de consultar os socialistas, porque Schultz disse que Juncker já era socialista ...: Vous vous déguisez en socialiste » aquando do duelo na TV francesa. "« Tous les cinq ans vous vous déguisez en socialiste et entre temps vous appliquez un programme conservateur ».

Exactamente isso, os políticos! O que importa é vender!
Mesmo se o Luxemburguês protestou, são realmente "bonnet blanc, blanc bonnet " !

Neste duelo, o consenso foi largo entre os dois homens. Mas todas as questões ficaram em suspenso. No fim do duelo, a minha impressão é que não sairemos da "cepa torta" com um ou outro. Porque nenhum quer ir ao fundo das coisas.

O que é normal, quando se debate, por exemplo , da moeda, o euro, sem comando, uma moeda que foi criada antes mesmo de haver um Estado, cujas fronteiras evoluíram ao sabor dos tratados. Moeda que foi imposta a todos os países sem discernimento, sem avaliar a economia de cada um. Retirando aos mais fracos a possibilidade de adaptar a competitividade respectiva pela desvalorização da moeda nos momentos difíceis.

Uma moeda que certos parceiros nem aceitaram continuando a fazer parte da Europa, enquanto na City de Londres sabotam a economia europeia.

Quando se debate do Banco Central, a quem a Alemanha , assediada pelos velhos demónios do passado, deu como função de controlar a inflação, em detrimento duma politica do emprego e do crescimento. Impondo em seu lugar a austeridade mortal aos povos da Europa.

Não retirando as lições da história, quando se sabe que em 1929, nos USA, foi a politica grosseiramente restritiva da FED que transformou o krach da bolsa numa crise do crédito, e que mergulhou a economia na deflação e numa recessão incrível. Como na Europa em 2007/2008.

Quando as eleições terminarem, vamos continuar a ouvir falar de Schengen e dos desgraçados afogados no Mediterrâneo, do controlo do dumping fiscal, que o Luxemburgo não aplicará, dos impostos no pais onde o lucro é obtido, que o Luxemburgo e outros vão recusar, dos bancos que obtêm dinheiro do BCE a 0,25% de juros, mas que não reinvestirão, preferindo o mercado especulativo, da consolidação das despesas publicas, sem falar do crescimento, e ainda menos das rendas, etc,etc.

Quando o resultado for anunciado, vão chorar sobre a morte anunciada da Europa, com o voto populista da extrema direita a demonstrar que os Europeus perderam a fé.

Vai ser preciso outra coisa que as vagas promessas de reforma fiscal para recuperar a confiança das classes populares, que têm a impressão, nestes últimos tempos, que os seus interesses económicos e sociais eram mais bem defendidos pela extrema direita que pelos socialistas!

Para dar uma ideia do debate entre os dois candidatos, só duas expressões:
"Jumeaux ? ( Gémeos?)
Juncker : « Je ne suis pas le jumeau des populistes ».
Schulz : « ok mais je ne suis pas l’homme derrière les trafiquants d’humains qui meurent dans la Méditerranée ».

Defreitas disse...

Só uma pequena achega ao futuro (?) presidente da Comissão Europeia, que aparentemente não conhece a história!

"Eles lembram-me um dos vossos compatriotas mais prestigiados: Cristóvão Colombo. Quando partia nunca sabia para onde ia, quando chegava nunca sabia onde estava, e era o contribuinte que pagava a viagem. É desta forma que procedem os socialistas dos nossos dias”, acrescentou Juncker.

Claro que ele sabe onde é Génova, onde nasceu Colombo, e sabe fazer contas porque é economista. Mas a viagem de Colombo foi certamente a mais rentável da história da Espanha!

Anónimo disse...

juncker foi primeiro ministro de um pais de o tamanho do distrito de aveiro, com os detalhes jardinicos


Juncker annonce la démission du gouvernement pour le 11 juillet 2013, à la suite d'un scandale concernant les services de renseignement, accusés d'avoir constitué une véritable police secrète et politique en fichant illégalement des centaines de milliers de citoyen.

nao se percebe como um personagem do genero possa ser presidente da comissao europeia...
ou talvez sim

cumprimentos

Anónimo disse...

Senhor embaixador: através do seu bloggy, queria dizer ao senhor Henrique de Menezes... e ao Sr. Feliciano da Mata que eu devo ser primo de ambos, dado o meu bom nome: Diogo de Menezes Vasconcellos de Vinhas de Boa Cepa Pomares e Mata.Só não estou absolutamente seguro de tal pois assino Vinhas e não (Vinhais). Acuso de tais incongruências o barbeiro (e tira-dentes) que me registou por, àquela hora de fim de tarde, já andar de muito boas relações com Baco que, dentro em breve, o entregaria a Morfeu, enquanto Eros levava a sua (do barbeiro)esposa (Ifigénia) para o aconchego do meu compadre Zacarias, experto na produção de vinhos e bastardos. Foi o que me contaram. Para os primos de Trás-os-Montes e do Algarve, um aperto de mão deste vosso fidalgo duriense, Diogo.

Anónimo disse...

O Sr. da foto parece o cineasta João Botelho em oração no estádio da Luz, a pedir as boas graças para o seu Benfica. Não terá o Sr. Embaixador trocado as fotos?Fico-lhe grato se me puder elucidar

Anónimo disse...

Caro anónimo das 11.24, não sei se é uma foto do João Botelho, mas que é parecido é. Se alguém tivesse escrito um artigo a propósito desse cineasta português e tivesse posto esta mesma foto, também poderíamos sempre afirmar que o senhor da foto parece o Senhor Juncker a reflectir sobre o futuro da Europa. E perguntar se não estariam trocadas as fotos. Juncker e Botelho são clones um do outro, fotograficamente falando. E, portanto, as fotos deles podem ser usadas indiscriminadamente.

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