sábado, março 02, 2013

Protesto

Olhei para a cara das pessoas que hoje estavam na manifestação que, em Vila Real, se associou ao protesto nacional - contra a "troika", o governo e algumas entidades mais. Pareceu-me haver algum desânimo pelo facto do cansaço, e talvez do sentimento da eventual inutilidade do gesto - porque ninguém de bom-senso pensará que há hoje mais conquistados para as políticas praticadas -, ter afastado muita gente e transformado este evento numa sombra do protesto de setembro de 2012. Parece-me, porém, que laboram num equívoco. Esse protesto de então foi único, porque foi o primeiro momento em que aquele Portugal que não era parte do setor público (jornalistas e comentadores incluídos) sentiu que lhe estavam a "ir ao bolso". Fez toda a diferença!

O humor faz também parte destes exercícios e, pelo menos em Vila Real, ele ainda persistiu em alguns cartazes. Um deles rezava, de forma muito transmontana e numa bela transcrição fonética, dirigido ao poder: "num baleides um tchabelho". Sorrir, mesmo de forma amarela, ainda não paga imposto.

12 comentários:

Anónimo disse...

Ah Ganda embaixador

Mônica disse...

Olá Sr Francisco.
faz tempo que nao venho mas é porque estava ocupada com outras atividades.
mas nunca o esqueço!
Um grande abraço
faz tempo que no Brasil nao realiza manifestaçao!
comc carinho Monica

Helena Oneto disse...

"Parece-me que laboram num equívoco"??!
Blasé? mon cher Ambassadeur?

EGR disse...

Senhor Embaixador: antes mesmo do sorriso receio que o simples facto de sairmos a rua passe a ser tributavel.
Já estivemos mais longe mas como se sabe nos temos uma enorme capacidade para aguentar e para suportar tudo custe o que custar.
Importa manter o rumo porque no final os sobreviventes terão a sua espera um futuro de radiosa prosperidade.

menvp disse...

Eu não estou interessado nestas manifestações...
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Eu estou disponível é para participar numa Plataforma de Intervenção Cívica... que nos permita ultrapassar o sistema vigente - o sistema «vira o disco e toca o mesmo».
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-> Não seja/sejam cúmplices da música para otários: «vira o disco e toca o mesmo».
-> De facto, mesmo realizando eleições em todos os "semestres"... seria o «vira o disco e toca o mesmo»: os lobbys manteriam a sua influência... e quando passassem a «ex-», os governantes, teriam belos 'tachos' à sua espera.
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-> Votar em políticos... sim mas... votar não é passar um 'cheque em branco'!
-> Os políticos não deverão ter o número de mandatos limitado... mas, em contrapartida, esses mandatos deverão estar sujeitos a uma muito maior vigilância/controlo por parte dos cidadãos. [nota: e os políticos deverão ter uma idade de reforma igual à do regime geral!]
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-> Pelo 'Direito ao Veto de quem paga': blog «fim-da-cidadania-infantil».

Isabel Seixas disse...

Estava a pensar se sorrir sem imposto
não banalizará o sorriso...

Defreitas disse...

Até talvez o Sr. Embaixador tenha razão : Os Portugueses estão equivocados! Eles podem cantar com todo o fervor patriótico "Grândola", podem desfilar centenas de milhares e mesmo milhões, nas ruas de Portugal, aquilo que eles tinham pensado conquistar em Abril 1975, a liberdade, a democracia, os direitos fundamentais, tudo isso foi-se na enxurrada da globalização e da Europa das promessas não respeitadas.

Foi-se também a classe política que tudo prometeu, tudo falhou, mas que na realidade não tem poder nenhum para recuperar os frutos da Revolução. Ela mesmo foi levada na mesma enxurrada. Hoje, ela demonstrou que é o salve-se quem poder quem mais ordena , por todos os meios, mesmo os mais vis.

Nos rostos daqueles que desfilam lê-se o desespero, a descrença nas classes dirigentes e, talvez pior ainda, a convicção que perdem o seu tempo, (aqui também tem razão, Sr. Embaixador !), e que a terra portuguesa é uma terra sem futuro. E que ,finalmente, a única porta de saída é a emigração, como lhes aconselhou o primeiro ministro .

A Revolução de Abril, que foi obra das Forças Armadas, resta mais uma vez a ultima esperança. Mas numa Europa sem bússola, quem vai tomar a iniciativa de fazer explodir o consenso pacífico europeu?

Só quando florir a primavera dos povos europeus, todos em conjunto, porque todos são afetados dos mesmos males, é que uma nova esperança se poderá oferecer aos povos que desfilam sem convicção.

J. de Freitas

ARD disse...

Em Lisboa, a manifestação não foi "uma sombra do protesto de Setembro de 2012"; não houve menos gente e o pulsar da indignação foi mais perceptível.
A corda está prestes a partir e seria bom, embora não acredite que os anões que nos governam disso sejam capazes, que fosse ouvido o aviso de Unamuno, falando de Portugal, sobre "ira dos mansos", que "é a mais terrível".

Guerra disse...

"num baleides um tchabelho"
Viva sr. Embaixador,
Não o vislumbrei pela Bila. Lá tenho que subir as escadas, em roda do elevador que nunca funcionou, bater á porta do Dr Federico e pedir ajuda.
Já agora ajude-me sff. O cartaz referia-se a Gregos e Troianos? Quero crer que sim.
Depois de uma crise financeira uma crise económica, a esta se seguirá uma crise social e depois?
Nada de bom aí vem se não houver cabecinha.

Anónimo disse...

Eh! Ah! Ainda há coisas que não pagam imposto. Já ganhei o dia!

Anónimo disse...

Subscrevo ARD.
Biscaia

Anónimo disse...

Aqui por Portugal de passagem ainda quis ir a uma reunião (manifestação) de reformados "indignados" que protestavam contra a diminuição das suas reformas. Mas a minha, de 18€, como não atingia aqueles patamares... pensei que seria ridiculo protestar!
José Barros

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