sexta-feira, março 08, 2013

Bornes de Aguiar


8 comentários:

Isabel Seixas disse...

Igreja de S. Martinho de Bornes

Dos encontros com o tempo e para além dos sentidos, só as sombras regressam em sonhos urdidos,mas na eternidade ao invés do sepulcro da amoreira, em cinzas, a solidão da presença das almas é o borralho permanente nos silêncios das nossas memórias...

Isabel Seixas disse...

Se me permite Sr. Embaixador

A minha homenagem no dia da Mulher...


Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade,
in "Os Amantes Sem Dinheiro"

Anónimo disse...

Eis se não quando aparece a igreja onde fui batizada.
O local é perfeito, o batismo não sei se me ajudou alguma coisa.
Valha a boa vontade de quem achou este o local ideal para a minha primeira festa!

patricio branco disse...

belissima igrejinha, e bem antiga, românica será !!!

Portugalredecouvertes disse...

Doce património!

Helena Oneto disse...

Uma boa ou má recordação?

freitas pereira disse...

No Dia da Mulher


A la Femme aimée

Lorsque tu vins, à pas réfléchis, dans la brume,
Le ciel mêlait aux ors le cristal et l’airain.
Ton corps se devinait, ondoiement incertain,
Plus souple que la vague et plus frais que l’écume.
Le soir d’été semblait un rêve oriental
De rose et de santal.
Je tremblais. De longs lys religieux et blêmes
Se mouraient dans tes mains, comme des cierges froids.
Leurs parfums expirants s’échappaient de tes doigts
En le souffle pâmé des angoisses suprêmes.
De tes clairs vêtements s’exhalaient tour à tour
L’agonie et l’amour.
Je sentis frissonner sur mes lèvres muettes
La douceur et l’effroi de ton premier baiser.
Sous tes pas, j’entendis les lyres se briser
En criant vers le ciel l’ennui fier des poètes
Parmi des flots de sons languissamment décrus,
Blonde, tu m’apparus.
Et l’esprit assoiffé d’éternel, d’impossible,
D’infini, je voulus moduler largement
Un hymne de magie et d’émerveillement.
Mais la strophe monta bégayante et pénible,
Reflet naïf, écho puéril, vol heurté,
Vers ta Divinité

Vivien - Essais

Anónimo disse...

Quando era menino acreditava que o Céu era junto desta Igreja.

Foi assim...