quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Rosa Lobato de Faria

Como muito portugueses, conhecia Rosa Lobato de Faria apenas pela escrita e pela televisão. Pareceu-me sempre uma figura serena, de bem consigo mesmo, muito alerta para as coisas novas que poderia dar à sua vida e para o que desta poderia retirar, com algum sentido lúdico. A sua intervenção multifacetada no espaço público é disso prova clara, sendo que, para tal, era ajudada por uma interessante bagagem cultural. Dava, além disso, a confortável sensação de ser uma personalidade que aceitava com naturalidade o correr do tempo e da idade.

A televisão trouxe-a, com frequência, à presença dos portugueses residentes no estrangeiro, os quais, estou seguro, vão estranhar a sua ausência. É que Rosa Lobato de Faria fazia já parte de um património de memória do seu país à distância. Neste caso, com um belo e franco sorriso, o que já começa a ser raro, em particular nos dias que por aí andam. 

5 comentários:

Julia Macias-Valet disse...

Quando se esta longe sente-se com maior magoa a perda de certas pessoas, mesmo se so as conhecemos pela escrita e pelo écran.

Deixo aqui a Teresa Sacchetti (sua filha), minha ex-cliente da Lâncome nos meus tempos da Publicis em Lisboa, um sentido abraço.

http://www.youtube.com/watch?v=-7ubROkd2XY

Anónimo disse...

Em 1999 creio, esteve no Santuario Nossa de Fatima, em Paris, a declamar poesia para os seus compatriotas. Foi um momento belo...

Anónimo disse...

Também para mim um referência...
Faz-me esboçar sempre aquele sorriso
espontâneo e natural que tenho guardado para as grandes mulheres...
Aquelas que admiro por serem portadoras de altruísmo macroscópico.
Até...
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Li alguns livros de Rosa Lobato de Faria e gostei de todos, mas há um que adorei - "A trança de Inês". Como apaixonada que sou pela linda história de Inês de Castro, aliás o meu nome, adorei este livro e a maneira como ele foi escrito. Como é que alguém se foi lembrar de pegar na mesma história e contá-la em três épocas diferentes? --o passado, o presente e o futuro. Absolutamente admirável. Descanse em paz, Rosa Lobato de Faria!
Inês de Castro Botelho (Braga)

Guilherme Sanches disse...

Por lapso meu - "errare sanchum est" - inseri o comentário no post errado. Seria pedir muito apagá-lo do sítio ondo ficou e colocá-lo no post certo? A Filipa, que aprecia MESMO a RLF, agradece. Obrigado e um abraço.
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Chegou há pouco da escola, e eu disse-lhe:
- sabes, morreu a Rosa Lobato de Faria.
- eu sei, vi ontem no telejornal.
- e escreves-me alguma coisa sobre isso? Um texto pequenino sobre o que sentes.
- Está bem.Já to dou.
Filipa escreveu assim:
"Ontem no telejornal, vi que a minha escritora preferida, Rosa Lobato de Faria, tinha morrido. Fiquei muito triste porque tinha apenas 77 anos. Casou uma vez, e deixou 4 filhos e doze netos.
Comecei a gostar dela desde muito pequenina. Na escola, estivemos a ler e interpretar um dos seus livros que foi "A Erva Milagrosa". Um dia tivemos de fazer um trabalho sobre um escritor, e o meu grupo fez sobre Rosa Lobato de Faria. Nas novelas "Vila Faia" e "A minha sogra é uma bruxa" ela representava muito bem, eu gostava de a ver.
Sempre gostei muito dos seus livros, e gostava de ler o que a editora "oficina do livro" vai lançar para a próxima semana. Escrito por esta escritora fabulosa, tenho a certeza que vai ser um sucesso. Nós vamos recordá-la muito".
Este texto é rigorosamente original e verdadeiro(confesso - corigi "fabolosa") e nada teria de especial, se a Filipa não tivesse apenas 10 anos...

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...