domingo, fevereiro 21, 2010

Gazza

Numa tarde de Maio de 1991, rumei ao mítico estádio de Wembley, hoje desaparecido, para ver uma final da Taça de Inglaterra, entre o Tottenham e o Nottingham Forest. Quem não gosta de futebol deve ter dificuldade em compreender a emoção que representava assistir a uma "cup final" em Wembley, que a rotina da imprensa desportiva sempre qualificava como a "catedral" londrina do futebol mundial.

O Tottenham - os "spurs", como se diz no jargão - acabaram por ganhar o jogo, mas a minha curiosidade em ver atuar aquela que era uma das maiores estrelas do futebol britânico da época ficou frustrada, logo no início da partida: Paul Gascoigne, "Gazza", lesionou-se gravemente nos primeiros minutos de jogo (na imagem, de branco, Gascoigne comete a falta em que se lesionou).

Ao assistir a esse incidente, não pressenti que estava a testemunhar o início do fim de um mais talentosos jogadores da história do futebol inglês. Desde esse dia, Paul Gascoigne nunca mais foi o mesmo. A sua recuperação não foi completa, a sua vida errática por vários clubes foi marcada por um trajeto de drogas, álcool, episódios policiais, conflitos amorosos e dissidências familiares. Ontem, num jornal, li que Gazza é hoje um sem-abrigo, que procura a caridade pública.

De certa maneira, Gascoigne teve um destino similar ao de outras estrelas cadentes que o futebol produz, como foi o caso de George Best e, entre nós, de Vitor Baptista.

5 comentários:

Anónimo disse...

Cada vez me convenço mais que existe uma teoria explicativa para os fenómenos de Endeusamento de seres humanos vulneráveis, que se traduz numa fatídica relação causa efeito entre a a maior subida/ascensão e a maior curva descendente.

Li um artigo cientifico de um estudo comparativo entre a proximidade do fascínio dos extremos, e no capitulo da discussão dos resultados, referia a correlação existente entre a possibilidade de se atingir o sucesso e a quase impossibilidade de o manter nesses parâmetros...

Depois pa pura ilusão vem...

Ah! a amostra era pequena... Felizmente. E do Meu ponto de vista não era verdadeiramente significativa, o que pode induzir viés ao estudo ou pelo menos por em causa a fiabilidade num paradigma quantitativo.
Embora respeite com prudência a ascensão, nunca tive a desfaçatez de me regozijar com as quedas.
Isabel Seixas

Helena Sacadura Cabral disse...

Porque será que o sucesso no futebol tem tantos casos destes? Pessoalmente julgo que uma boa parte disso se deve às somas astronómicas que lhes são pagas, quando a idade ainda os não coloca, sequer, entre os adultos.
O dinheiro faz, facilmente, perder o norte. Depois as mulheres, as drogas e a ileteracia fazem o resto!

C.Falcão disse...

Francisco, triste noticia!

Gazza,um dos melhores jogadores ingleses dos ultimos 20 anos.
...

C.Falcão

António P. disse...

Acabei por nunca ver uma final no velho Wembley. Sonho de criança. Estive em Londres numa delas. Penso que a de 1989 com vitória do "meu" Liverpool sobre o Everton. Estava em trabalho e não consegui desenfiarme.
Quanto a Paul Gaiscogne é como diz, caro Embaixador, um jogador de um talento enorme.
Infelizmente vai-se perder como homem tal como George Best.
Cumprimentos

Julia Macias-Valet disse...

Talvez um pouco tarde, mas achei que ficava aqui tao bem...

http://www.youtube.com/watch?v=ZlSm-wMf2yk&feature=player_embedded

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...