"Fulano é teu amigo?", perguntaram-me ontem ao almoço. Respondi que não, que o conhecia de nome mas que nunca o tinha visto pessoalmente. "É que escreve na tua página de Facebook", esclareceu quem me interpelava. "Ah! Isso sim!", respondi. "Era isso que eu queria dizer" fechou a conversa o meu interlocutor.
Tenho o maior respeito pelo conceito de "amigo" que o Facebook nos trouxe. É uma realidade simpática, que alarga os nossos contactos, ainda que virtuais. A verdade, porém, é que ele não deixa de induzir alguma confusão face ao estatuto tradicional de relação.
É que ainda sou do tempo em que, para além dos nossos reais amigos, só os comunistas tratavam por "amigos" aqueles que, não sendo "camaradas", lhes eram simpáticos. Ainda farão isso? Ando distraído.
3 comentários:
Além desses, há os amigos da onça! Não sei quais são os mais perigosos…
O tradicional amigo comunista era usado no tempo da clandestinidade, quando tratar alguém por camarada trazia amargos de boca. Era um substituto possível.
Vem naquele elencar da canção de Sérgio Godinho, "Boa-noite amigo, companheiro, camarada..." São estes e os outros.
Bela cronica, muito saborosa.
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