É um "bem elaborado telegrama", com antes se dizia nas Necessidades, aquele que o embaixador britânico nos Estados Unidos enviou, ao final da passada 3a feira, ao seu governo, analisando a vitória de Donald Trump. Nele faz, por exemplo, delicadas avaliações sobre a personalidade do futuro presidente e discretas recomendações sobre o modo como o seu governo deverá atuar perante ele. Estou certo que, ao escrevê-lo, o diplomata estava longe de pensar que eu ia ler o seu texto, caso contrário não se teria permitido o tipo de comentários que fez, convencido como estava de que a sua análise iria permanecer no secretismo próprio deste tipo de comunicações. Só que assim não aconteceu: eu vim a conhecer o telegrama e, agora, posso dar-me ao luxo de especular abertamente sobre um trabalho profissional que não era previsível que tivesse lido. Eu e os largos milhares de leitores do "Sunday Times", o jornal britânico que, há horas, comprei no aeroporto de Munique, onde vem escarrapachado o texto assinado por sir Kim Darroch.
Fazer diplomacia desta forma, sujeito a estes percalços, não deve ser fácil. A minha sincera solidariedade vai para o diplomata britânico.
Fazer diplomacia desta forma, sujeito a estes percalços, não deve ser fácil. A minha sincera solidariedade vai para o diplomata britânico.
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