quarta-feira, novembro 23, 2016

O infiel da balança

Tenho o vício de me pesar de manhã e à noite. É um vício angustiante, porque me induz uma espécie de culpabilidade pelos efeitos daquilo que acabei por comer durante o dia. E como está fora de causa que vá acabar por limitar o meu regime alimentar, à luz de uma leitura quantitativa dos meus pecados da gula, só tenho uma solução: não me pesar. A minha relação com a medição do peso tornou-se assim cada vez mais frágil, numa assumida cobardia. Acho que me posso considerar, na verdade (por que haveria de escondê-lo?), um infiel da balança.

4 comentários:

Rui C. Marques disse...

Eu serei o indeciso da balança:ela fala-me de uma revolução planeada mas sempre adiada.

Anónimo disse...

Vexa tem outra solucao

de manha pese-se com uma garrafa de agua na mao. A noite nao...

cumprimentos

Anónimo disse...


Ao anónimo das 9h00: teve V.Exa muita graça

Isabel Seixas disse...

Ai senhor embaixador, falando de infidelidades à balança que por outro lado poderão julgar-se ausências de peso, o outono inverno impulsiona-nos sem apelação ele são enchidos, marmeladas e compotas...
Agora pensando bem, não será antes fidelidade à balança? Não concorda que ela quer peso?

16 de dezembro de 1965

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