Há
mais de um ano, escrevi por aqui isto:
"Uma
senhora por quem tenho, de há muito, um grande respeito: Maria de Jesus
Barroso. É uma das figuras públicas portuguesas que, ao longo de todos estes anos, nunca me desiludiu. Combatente contra a ditadura, mulher coragem em tempos pessoais e políticos muito difíceis, mostrou-se sempre, ao lado de Mário Soares, com uma dignidade de que o país se deve orgulhar, consagrando-se como uma personalidade com uma dimensão cultural e cívica que é muito rara entre nós. Escrevo isto com o à-vontade de quem está longe de ser um seu íntimo ou mesmo próximo. Mas não posso esconder a admiração que sinto pela sua coerência e a sua verticalidade."
A dra. Maria de Jesus Barroso morreu hoje. Não acrescento nada ao que escrevi, para além da expressão do meu profundo pesar a toda a sua família.
16 comentários:
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~ Subscrevo. ~
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Uma Senhora!
E hoje infelizmente há poucas.
Paz à sua alma.
Como não subscrever o que é bem escrito, e sobretudo bem sentido e justo.
Uma GRANDE MULHER!
Lamentavelmente, cada vez mais escasseiam.
Só recebi atenções, excessivas aliás, de Maria de Jesus Barroso Soares. Do seu marido também. Deixo-lhe, e aos seus filhos e netos, um abraço neste momento tão difícil.
JPGarcia
Senhora de grande coragem e grande cultura. Recordo-me da primeira vez (e única) que a vi. Estávamos em plena crise académica em Coimbra em 1969. Tempos difíceis, apesar da "abertura marcelista". Contavam-se pelos dedos os que tinham a coragem de publicamente manifestar solidariedade à luta dos estudantes. Professores foram poucos: Paulo Quintela e Orlando de Carvalho. Maria Barroso, juntamente com Tóssan, teve essa coragem. Foi a uma das muitas assembleias gerais que se realizaram no enorme ginásio da A.A.C., a abarrotar de "malta" (eu estava pendurado num dos espaldares), manifestar a sua solidariedade e a “de outros que não ali podiam estar", como referiu na altura. Disse dois poemas com o seu timbre inconfundível e a sua irrepreensível dicção: Nossa Senhora da Apresentação de Álvaro Feijó e Llanto por Ignacio Sánchez Mejías, mais conhecido por A las Cinco em Punto de la Tarde, de Garcia-Lorca. Inolvidável. O meu pesar pela sua morte. Que descanse em paz.
Não será este o momento próprio para estabelecer comparações, por isso, para além de subscrever o que aqui deixa (re)publicado, acrescento somente, porque contactei pessoalmente, em diversas ocasiões com as mulheres dos 4 PR - Drª Manuela Eanes, Drª Maria de Jesus, Drª Maria José Rita e Drª Maria Cavaco Silva - Que a Drª Maria de Jesus se destacou pela sua simplicidade, humildade, pelo trato, pela educação e cultura e o desejo permanente de preocupação para com os mais desfavorecidos. Da "presidenta" em fim de mandato... destaca-se, como o dia se destaca da noite.
Fazia tudo bem feito e discreta na acção.
Cumps
Assino por baixo.
Que esteja em paz!
Lamento imenso, também! Que descanse em paz.
Morreu um momento grande da história de Portugal que ficou empobrecido.
Saudações
curioso o facto de para se homenagear alguém, neste caso Maria Barroso, alguns comentarios insistirem lhe em chamar senhora, dra, etc. como se fosse isso o importante
cumprimentos
Guardo sempre a imagem de às 8 da manhã estar a receber os alunos no Colégio Moderno.
Caro Chico
Tive o privilégio e a honra de conviver com a nossa eterna primeira dama. Que grande diferença da Senhora Maria...
Também subscrevo o teu texto exceptuando que a conheci.
Abç
Subscrevo com muito respeito.
Sem palavras!
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