domingo, julho 19, 2015

Piresinos

Alguma Europa só agora acorda para as práticas xenófobas do governo húngaro, dirigido por Viktor Orban, que se somam a iniciativas legislativas que colocam em causa a separação de poderes no país e dão aso à perspetiva de eternização no poder do partido aí dominante. Orban está agora envolvido na polémica construção de um muro entre o seu país e a Sérvia, para travar os fluxos de imigrantes. A evolução da Hungria para uma espécie de "democratura", uma coisa a meio caminho entre a democracia e a ditadura - como hoje existe na Rússia e alguns temem que a Turquia se possa tornar -, é uma realidade muito evidente. A Europa, que tão zelosa se mostra a julgar a democraticidade do resto do mundo, no seu processo de relações externas, faria bem se olhasse com maior atenção para estas derivas que ocorrem no seu seio e cuidasse em lhes pôr cobro. Mas, neste caso, como no fechar de olhos às graves situações que envolvem as minorias russas nos países bálticos, Bruxelas prova que tem dois pesos e duas medidas e, em particular, um grande incómodo quando se trata de aferir se os seus Estados membros cumprem aquilo a que se comprometem pelos tratados.

Há uns tempos, numa sondagem feita na Hungria, país onde o populismo xenófobo está em crescendo, estimulado pelo próprio governo, foi colocada uma questão sobre o modo como os interrogados apreciavam a possibilidade de facilitar a imigração de pessoas vindas de Pirese. Dois terços dos inquiridos reconheceram os piresinos como uma etnia criadora de dificuldades e cuja imigração no país seria indesejável. O curioso é que "Pirese" foi um nome inventado e os "piresinos" não existem... Mas estes detalhes são irrelevantes para mentalidades já marcadas pela discriminação étnica.

11 comentários:

patricio branco disse...

há muito que a hungria é uma caricatura de democracia, uma feia e falsa democracia, como algum dos países balticos, mas os ddhh deixaram de interessar à ue, pouco lhe importa, dentro ou para fora. há uns 20 anos umas eleições austríacas e o indigitado pm dum partido de extrema direita levaram o país a ser colocado em quarentena pelos parceiros, hoje nada disso já interessa, não existem mitterrands nem felipes gonzalez, existem merckeis, passos coelhos, rajoys e as condenações e punições vão para as grécias.
a hungria pode costruir o seu muro, há muito anunciado, haverá vozes de circunstancia hipocritas para fingir que

Anónimo disse...

a merkel esta presa e ainda nao se deu conta

a alemanha parece quer apoiar o seu dominio da europa usando os paises germanicos e os de leste. Nada existe de latino nem de balcanico na europa alema. nao nos admiremos pois de ligeiras charamuscas com os russos...

Majo disse...

~~~
~ SHAME ~ SCHANDE ~ HONTE ~ WISTYD ~ SKAM ~ SCHAAMTE

~ VERGÜENZA ~ VERGOGNA ~ VERGONHA!! ~

~ UMA IMENSA VERGONHA!!
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Anónimo disse...

Senhor Embaixador, que espera o senhor desta Europa? que actualmente é governada por autênticos "piratas" que só pensam em números. Há muito que a "ideia de Europa" protagonizada depois da Guerra está ferida de morte. Eu como cidadão Europeu que me preservo em ser não me revejo na actual União Europeia, vou até mais longe ela deveria acabar.

Carlos Botelho

Anónimo disse...

A UE tem regras. Essa coisa sagrada e teutônica. A Grécia tem de cumprir essas regras, que por acaso a Alemanha, a Finlândia e a Holanda não cumprem, mas isso é porque são reconhecidamente de uma raça superior, o que ainda ha de ser reconhecido nos tratados. O muro do Orban é uma homenagem aos saudosos tios Adolfo e Zé (o do bigode). Ate o insular Cameron quer por "paredes" no canal. Não falemos de Vintemiglia. Quanto a piresinos peço desculpa mas a palavra existe, quer dizer grego em ariano.
Fernando Neves

Anónimo disse...

sou a favor, esses países vivem a duras penas para se manter estáveis, por que deixas estragar, em vez de acertar a outra que vai lhes causar problemas. França, Alemanha, Itália, Portugal Hungria devem frear essa invasão.

Unknown disse...

Dá que pensar que uma dificuldade com um governo de esquerda tenha despoletado tanta xenofobia e popularidade da direita. Será que a "solidariedade" que enche a boca das esquerdas está inquinada e não passa de narrativa faz de conta? é que verificando factos há uma unanimidade entre os que clamam "solidariedade" e os que têm ano após ano contribuído para a solidariedade na UE com defices sucessivos: e ainda outra "coincidência", foram sempre os grandes arautos da necessidade de preservar ao máximo a independência nacional. Mas eu não acredito em bruxas...mas que as deve haver isso deve.

Sérgio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís Lavoura disse...

A construção do muro na fronteira com a Sérvia nada tem a ver com a xenofobia do povo ou do governo húngaros. É exatamente o mesmo que faz a França ao fechar a fronteira de Ventimiglia ou o Reino Unido ao deixar os candidatos a imigrantes apodrecer em Calais. E a esses ninguém acusa de xenófobos.

Unknown disse...

É curioso, que os defensores de uma certa independência nacional em relação aos tratados da UE, e que por vezes o comité central exagera na interferência ou chantagem, sejam os mesmos que da Grecia que nem para a boca consegue mostrar solidariedade e tratar de alimentar o seu povo, acham que se imiscuíram demais; aqui que nem precisa de "caridade" já se deve !!

Unknown disse...

É curioso, que os defensores de uma certa independência nacional em relação aos tratados da UE, e que por vezes o comité central exagera na interferência ou chantagem, sejam os mesmos que da Grecia que nem para a boca consegue mostrar solidariedade e tratar de alimentar o seu povo, acham que se imiscuíram demais; aqui que nem precisa de "caridade" já se deve !!

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...