Em tempo de democracia, a
presença portuguesa nas instituções internacionais deve muito aos socialistas.
Mário Soares foi, e ainda é, a cara respeitada do Portugal democrático. António
Guterres deixou uma marca impressiva na Europa, seguida de uma prestação
excecional como Alto Comissário para os Refugiados. António Vitorino permanece
a memória da excelência portuguesa na Comissão Europeia. Vitor Constâncio
assume-se como um prestigiado vice-presidente do BCE.
Jorge Sampaio recebeu, há dias,
o prémio Nelson Mandela, destinado a galardoar, de cinco em cinco anos, figuras
que se destacam na promoção dos valores da paz e da solidariedade à escala
global.
Desde que deixou a presidência da República, em 2006, cargo que exerceu com uma elevação e uma dignidade excecionais, o antigo secretário-geral do PS foi chamado a importantes responsabilidades no quadro das Nações Unidas, inicialmente como representante do secretário-geral da ONU na luta contra a Tuberculose, mais tarde como Alto Representante para Diálogo das Civilizações. Ainda mais recentemente, Sampaio tem-se mobilizado em favor dos estudantes sírios, afetados pela tragédia que atravessa o seu país.
Pertenço a uma geração que se habituou a ter Jorge Sampaio como referente ético na ação cívica, muito para além da conflitualidade que a espuma dos dias introduz na política doméstica. Da luta académica à defesa dos presos políticos, da mobilização democrática durante a ditadura ao empenhamento institucional em democracia, passando pela experiência governativa e autárquica, em tudo Jorge Sampaio deixou sempre uma marca indelével. Nele me habituei a admirar a capacidade de diálogo e de compromisso, o sentido de equilíbrio, a palavra culta e informada, o respeito absoluto pelos outros, a permanente intransigência perante a mesquinhez e a intriga, uma seriedade à prova de bala - sinais que fazem hoje parte da imagem de marca deste grande homem e português de bem.
Há dias, olhando os presentes na sessão de homenagem que a Fundação Calouste Gulbenkian lhe dedicou, ficou muito clara a transversalidade da admiração e respeito que suscita no país.
É muito bom, para Portugal, poder contar com figuras da estatura de Jorge Sampaio, que honram a imagem do país à escala internacional. E não se estranhará que os socialistas tenham um especial orgulho de poder contar com ele entre os melhores da sua família política.
(Artigo que hoje publico no "Acção Socialista Digital")
Desde que deixou a presidência da República, em 2006, cargo que exerceu com uma elevação e uma dignidade excecionais, o antigo secretário-geral do PS foi chamado a importantes responsabilidades no quadro das Nações Unidas, inicialmente como representante do secretário-geral da ONU na luta contra a Tuberculose, mais tarde como Alto Representante para Diálogo das Civilizações. Ainda mais recentemente, Sampaio tem-se mobilizado em favor dos estudantes sírios, afetados pela tragédia que atravessa o seu país.
Pertenço a uma geração que se habituou a ter Jorge Sampaio como referente ético na ação cívica, muito para além da conflitualidade que a espuma dos dias introduz na política doméstica. Da luta académica à defesa dos presos políticos, da mobilização democrática durante a ditadura ao empenhamento institucional em democracia, passando pela experiência governativa e autárquica, em tudo Jorge Sampaio deixou sempre uma marca indelével. Nele me habituei a admirar a capacidade de diálogo e de compromisso, o sentido de equilíbrio, a palavra culta e informada, o respeito absoluto pelos outros, a permanente intransigência perante a mesquinhez e a intriga, uma seriedade à prova de bala - sinais que fazem hoje parte da imagem de marca deste grande homem e português de bem.
Há dias, olhando os presentes na sessão de homenagem que a Fundação Calouste Gulbenkian lhe dedicou, ficou muito clara a transversalidade da admiração e respeito que suscita no país.
É muito bom, para Portugal, poder contar com figuras da estatura de Jorge Sampaio, que honram a imagem do país à escala internacional. E não se estranhará que os socialistas tenham um especial orgulho de poder contar com ele entre os melhores da sua família política.
(Artigo que hoje publico no "Acção Socialista Digital")
20 comentários:
...e foi substituido no cargo de PR por uma pessoa tão fraquinha, que noa anda a envergonhar a todos. Venha depressa 2016!
O Senhor Jorge Sampaio é bem merecedor de tais palavras.
Francisco F. Teixeira
Que saudades do tempo em que tínhamos um Presidente da República "a sério"...
Completamente de acordo.
Definiu para sempre o que é ser-se um bom Presidente da República e será para sempre o termo de comparação.
Tudo quanto fez após ter acabado a sua presidência é fabuloso, pela idade que tem, pela intervenção cirúrgica a que foi submetido e pelo cansaço visível quando acabou a sua última presidência.
"Alto Representante para Diálogo das Civilizações"
Mas que raio é isso???!!!
Não esquecer ainda os socialistas Figo, Ronaldo, Mourinho e o cante alentejano e outros emigrantes de sucesso no meio de outros milhões emigrados.
Por falta de prémios, taças e bolas, honoris causa, não vamos fugir aos torcicolos de tanto olharmos para alguns lá em cima.
Das primeiras atitudes que tomou quando iniciou a primeira presidência, foi acabar com as leis da inquisição que mandavam queimar na fogueira, naqueles tempos de Camões.
Embaixador, Sou de Esquerda, mas não tenho Partido Politico. Fui até aos meus 15/16 anos apoiante do PS( muito por influência do meu Pai que sempre foi seu apoiante). Tenho para mim que Jorge Sampaio terá sido a par de Mário Soares os dois melhores Presidentes da República. Agora quanto ao Vitor Constãncio tenha lá paci~encia, mas esse ficará sempre como uma nódoa. Não sabia de nada do que se passava no BPN e no resto e chega a vice presidente do BCE, aqui alguma coisa sinistra ainda não saberemos. Vitor Constância ficará a par de nomes como: Sócrates, Vara, Melancia, Duarte Lima, oliveira e Costa, e outros que agora não me recordo como aut~enticos escairros do atual regime politico inaugurado em 74
António Vitorino e Victor Constâncio? O Seixas passou-se, definitivamente!
Um homem com dignidade, culto e com passado. Este sim não nos envergonhou, cá e fora. Tem grandeza de espírito. Este teria ido ao funeral do Nobel português, por exemplo.
~ ~ ~
~~ Subscrevo. ~~
~~~~~~~~~~~~~~
.
Caríssimo Chico
Jorge Sampaio, um Homem a valer, foi meu colega - ainda que mais "velho" - em Direito e no Sporting. Convém não esquecer que a primeira coisa que fez após Belém, foi ir ver os Leões no nosso estádio, no meio da maralha e sem "seguranças"...
Assistimos a muitos jogos dos nossos verde-e-brancos, no Alvalade: ele, o Miguel Galvão Teles (infelizmente já falecido), o Vera Jardim e... eu.
Abç do alfacinha
.
Caro ANÓNIMO 31julho23:38 :
Qual Nobel? Egas Moniz, ou José Saramago ?
Vi a sua actuação de longe, como emigrante. Sempre me impressionou pela sua personalidade e a maneira elevada como dignificou a sua função. Tive a oportunidade de o cumprimentar em Guimarães, no Hotel de Guimarães, onde por acaso fiquei alojado com a minha Esposa.
Disse-lhe todo o respeito que me inspirou como Português, aquando da cerimonia da passagem de Macau para a China, e as lágrimas que bailavam nos seus olhos quando cantava o Hino Nacional, no momento em que a bandeira das quinas descia lentamente no mastro , após 5 séculos de presença. Um autêntico Português.
Dr. Seixas da Costa, nem a madre Teresa de Calcutá fez tanto pelos pobres, doentes e indigentes!
O prémio Mandela era bem melhor entregue a Guterres.Este sim está no terreno e ainda apanha por lá malária.
Com o dinheiro dos outros é fácil.
Diz V.Exª- respeito absoluto pelos outros.-
Aconselho-o a ver a 1ª página do jornal no dia que Sampaio despachou Santana (não sou admirador deste). Ainda hoje sinto vergonha do que li.Como é possível alguém ser tão cruel!
Se tiver acesso a essa 1ª página, publique-a. Gostaria de relê-la. Nela se vê a grandeza dos homens.
Virtudes só para um lado, não será tendencioso!
Cumps
De acordo. Um conjunto de contributos excepcional. Mas o cenário para o futuro é deprimente. Onde estão indivíduos com estatura semelhante na nossa política?
Uma vergonha insistir-se nos dois excelentíssimos e competentíssimos eurocratas, como bem refere o meu homónimo de 31 de julho de 2015 às 22:06.
Não lancem fora a tralha neo-liberal depois queixem-se do sítio onde meteram o país.
Mas é muito complicado ter participado nas negociações que tão bem nos atiraram para o buraco onde estamos, passando do orgulho infundado à vergonha na cara, não é?
Ah grande Freitas!!! Um verdadeiro português é aquele que... chora.
Eu, dos bons me confesso, que fui às lágrimas com o seu comentário!
O Sr. Freitas, devia dedicar-se a enredos de telenovelas históricas, do estilo "agarra-me senão choro".
Hilariante o comentário.
E eu, me confesso, que ver arrear a bandeira do meu país em tais circunstâncias me emocionou da mesma maneira.
Interpretar a minha última frase , ligando-a à emoção que descrevi, prova realmente que o corajoso anónimo das 13:30 é realmente um bom ....
Tem razão de chorar do seu infortúnio.
Enviar um comentário