quarta-feira, julho 15, 2015

"Opinion drivers"


Fico sempre muito curioso com a seleção dos entrevistados que os jornalistas portugueses fazem quando se deslocam a certos países estrangeiros. A ninguém passa pela cabeça que, em Paris, Washington ou Londres, um episódico correspondente português pare no meio de uma rua para ouvir um cidadão sobre uma questão de política interna. Porém, em territórios mais "exóticos", como agora é a Grécia, já é vulgar assistir a essa estranha amostragem, através da qual o sentimento do país é medido por dois ou três cidadãos que se disponibilizam para dar a sua opinião. Penso sempre se, como português, me sentiria representado por uns fulanos entrevistados ao acaso no Rossio ou no Cais do Sodré... 

Há, contudo, um "grau zero" na recolha deste tipo de opiniões de "populares": são os taxistas. Quando vejo um jornalista citar a opinião de um taxista, mudo logo de canal ou mudo de página num jornal. Porquê? Porque me lembro logo dos nossos... 

15 comentários:

Anónimo disse...

Senhor,

E por acaso acha que aqueles "comentaristas" que passeiam nos canais portugueses faz anos representam a opinião dos portugueses?

Já ninguém consegue ouvir LMM, MRS, MFL, AV, MB, ASS, CC e companhia.

Por alguma razão o País está como está.

JS disse...

Exacto. Será a "escola de jornalismo" ou uma cuidadosa orientação editorial na selecção dos candidatos ?.
Ps - O corrector é que introduziu estes "C"s !.

Anónimo disse...

O MNE devia criar um curso de taxistas diplomatas (com carreiras e escalões de praças, conforme o local), devidamente habilitados como certos "flaneurs" do "engagement" actual.

Anónimo disse...

Caro Chico

O "anónimo" das 09.59 (já o disse muitas vezes que não engraço com eles) desta feita tem (quase) toda a razão.

Mas há momentos em que precisamos de um taxista (ver minha conversa com o Lech Walesa...) Sem o prestimoso condutor, o que seria de mim?

Abç

Anónimo disse...

Concordo consigo senhor embaixador. Já me tinha dado conta e também me encanita esse mau hábito. Contudo, julgava-o utilizador de 'carros de praça' mas pelo que escreveu no final imagino-o a calcorrear Lisboa com uns confortáveis sapatos... ou será que acredita que os chauffeurs de praça não têm acesso aos seus escritos?

PdCF

Bartolomeu disse...

Resumindo; muda de táxi!

D.Constança disse...

Quem nos representa, então?
Bom, para além de FSC, naturalmente …
Por mim, nada contra, sou fã. Haja cravos e ferraduras ...

Anónimo disse...

Há quem diga que os taxistas por diversas razões conhecem bem a população com quem trabalham. Sentem bem o pulso das populações. Enfim são teorias.

Joaquim Pinto disse...

Sr. Emb. Francisco seixas da Costa.
Muito bem retratada a mensagem que faz referencia. Não custava nada medirmos as distancias e não tratar tudo da mesma maneira, sabemos que muitos percebem a serio de politica, e eles metem-se um pouco em matérias que não deviam mexer.
Sabemos perfeitamente que a primeira imagem dum pais, passa pela mão desses profissionais, e que deviam dar imagem que não foram para essa profissão por que não teriam mais nada. já temos encontrado grandes Sres profissionais com muita atenção pelo publico, mas os bons tem que disfarçarem o pouco profissionalismo de outros.

Ana Paula disse...

Que indelicadeza, senhor embaixador.

Abraham Studebaker disse...

Também detesto alguns taxistas.Quando me lembro de em 1978 perguntado de onde vinha,e tendo respondido que vinha do Norte,a minha terra,logo o taxista do aeroporto me retorquiu: do Norte,o sítio onde os padres comem todas as miúdas? Resposta minha : pára a lata velha e salta lá para fora para discutir isto! Se esse taxista me está a ler,ainda se deve recordar do que aconteceu.

Francisco Seixas da Costa disse...

Que fique bem claro. Eu não detesto taxistas! Detesto a conversa de muitos taxistas, embora haja entre eles gente muito simpática. E digo isto na qualidade de utilizador muito frequente do serviço de taxis de Lisboa

Anónimo disse...

Sr. Embaixador, o Senhor só detesta aqueles taxistas que dizem que seriam precisos vários Salazares para por na ordem esta cambada de incompetentes e corruptos que destruíram o Estado para o assaltar melhor! E continuam! Estou certo ou estou errado?

Anónimo disse...

Então já não se desloca com os mordomos da UBER?

patricio branco disse...

os barbeiros (antes, mais) e os taxistas são bons barómetros e transmissores de opiniões. mas um serviço de correspondência basear-se na opinião dos taxistas é caricato. os/as correspondentes que estão em atenas raiam frequentemente o ridículo no que nos dizem, mas ficámos a saber que os cofres caseiros estão esgotados na grécia devido aos gregos necessitarem dessas caixas para guardar as notas que têm retirado dos bancos ultimamente, embora o vendedor dos cofres (os de marca chinesa não são tão seguros, ficámos a saber) se queixe do negócio apesar de se terem esgotado na sua loja

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...