segunda-feira, maio 25, 2015

Terei olhado os jacarandás?


Entre abril e junho, em alguns locais de Lisboa, florescem os jacarandás. É uma árvore que alia a beleza a algum incómodo, porque o seu fruto, quando tomba sobre a pintura dos automóveis, não deixa os respetivos proprietários em excessivo contentamento.

Tal como a parte superior da rua Castilho, a avenida dom Carlos I (nunca percebi por que se diz "primeiro", porque nada indica que vá haver um "segundo"...) parece-me ser a artéria da capital onde os jacarandás oferecem um panorama mais deslumbrante (agora me lembro que, no jardim da casa onde vivi em Brasília, havia também um jacaradá fabuloso!).

A "dom Carlos" foi, em 1974, o local onde o MES (o então recém-criado Movimento de Esquerda Socialista) tinha as suas instalações, em dois prédio diferentes. Já me tenho perguntado se, à época, a nossa militância (eu sempre fui um sofrível militante) nos permitiu atentar na beleza do arvoredo da artéria. Duvido muito! Embora as coisas e as pessoas bonitas não fossem indiferentes a uma geração que se entretinha então a fazer a Revolução, posso imaginar que o ritmo desses dias (e, principalmente, dessas noites) não dava espaço para contemplações dessa natureza. É que só uma certa maturidade nos conduz a parar perante algumas coisas (e também pessoas) que, por muito evidentes "ali à volta", tendemos a não olhar com a atenção devida.

Ao andar pela cidade, reparei uma vez mais nos jacarandás. Mas, passados todos estes anos, só há horas descobri que, no largo do Rato, também há jacarandás. Não deixa de ser curioso...   

13 comentários:

Isabel Seixas disse...

Olhou de certeza , são tão bonitos.

Anónimo disse...

O jacaranda tem realmente uma cor maravilhosa e estonteante. Tive a mesma sensacao ao passear em Inglaterra New Forest na Primavera,num verdadeiro tapete de blue bells, a perder de vista.Anos 70! Ainda dava mais tonturas porque era necessario olhar o caminho e tentar nao pisar as mimosas flores...

Tenho saudades de jacarandas e por isso vou ouvir uma cancao de Wilson Simonal que possivelmente a nova geracao desconhece:

"Meu limao,meu limoeiro
meu pe, meu pe de jacaranda..."

Bom dia de sol, com jacarandas e boa musica.

F. Crabtree

Joaquim de Freitas disse...

Magnifiques! Faz-me pensar a certas avenidas de Pretoria .

Anónimo disse...

Caro Embaixador,

Os Jacarandás são a árvore da cidade de Lisboa.

Aproveite um passeio pela Av. 5 de Outubro e pela Av. Defensores de Chaves e vai ver que por lá abundam de sobremaneira.

Anónimo disse...

Nunca se sabe se existirá no futuro um D.Carlos II, depois da República fandanga actual !

Em Pretória, o sr. Freitas no tempo do apartheid ?........

Anónimo disse...

E o cheirinho que a certa altura do ano deitam? Muito bom.


Melhor, mesmo, só a necessidade do Freitas de mostrar que fala francês e de que já foi à África do Sul.

Anónimo disse...

Os jacarandás foram oferecidos à cidade de Lisboa, que não os plantou logo em alamedas, mas aqui e ali para ver como se desenvolviam. Há muitas espécies "mimosas" nas Canárias e na Madeira. No Funchal sempre foram plantadas as árvores roxas, perpendicularmente às ruas copadas de amarelo claro. As cores da bandeira no Funchal são: roxo/amarelo... Também a espécie "pau-preto" abunda nas quintas madeirenses. Quem não se lembra daquele mobiliário de pau-preto; austero nos escritórios e bibliotecas e pintado nos santos e nos altares?! Como bem se lembrou o Senhor Embaixador no Largo do Rato pelo menos a cor já lá está... Que o roxo naqueles lados, não seja sinal de luto, mas uma cor vigorosa para a próxima Primavera... Em 1970 (tempo de grandes espaços de dança...) abria em Las Palmas o "Jacarandá" aonde num ambiente lilás se dançavam as músicas de que muitos dos seus amigos e o Senhor Embaixador bem se lembram. Era moda: ""màxi roxa com capucho" e outros acessórios com tons de Jacarandá, até para os rapazes. Do que me fez lembrar!

Anónimo disse...

Mas olhe que as jacarandás do Largo do Rato são "fraquinhas" se comparadas com as da av. D. Carlos. eheheheheheh.

Anónimo disse...

Buenos Aires está cheio deles. E o cheiro - confirmo -, é uma maravilha.

Isabel del Toro Gomes disse...

Não esquecer a R. Almirante Barroso, que desemboca no Largo da Estefânia (perto da Esc. Secundária de Camões, antigo liceu Camões).

Anónimo disse...

E em frente à CPLP...

Anónimo disse...

O embaixador está apaixonado, é o que eu lhe digo.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Comentador ou Comentadora das 00.57. Estou apaixonado por Lisboa e pela vida, lá isso estou! Não tinha ainda notado? Mas leu bem o post?

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