quinta-feira, maio 14, 2015

Só à chapada

- Já viste o vídeo das miúdas a esbofetearem o colega?
- Vi algumas imagens.
- Aquilo é chocante, não achas?
- Tens toda a razão.
- E todas aquelas bofetadas...
- Aí já estou um bocadinho mais dividido...
- O quê?! Não me digas que achas bem que tenham torturado o miúdo!
- Não é nada disso. Não sou é totalmente contra as bofetadas.
- Essa agora! Não esperava isso de ti...
- Não percebeste nada! Chocava-te muito que os pais dessem uma boas chapadas nas filhas que fizeram aquilo? A mim, não...
- ...

8 comentários:

Anónimo disse...

Muitos homens batem em mulheres. Impunemente, há tempos imemoriais.

Às mulheres tem-lhes sido dito que ninguém lhes pode bater, que isso não é aceitável em nenhuma circunstância, que tal prática configura um crime. E elas têm esperança de que esses homens, os que lhes batem, vão para a cadeia e lá fiquem.

Mas alguns homens continuam a bater em mulheres, até à morte muitas vezes. E muitos continuam impunes. Quase todos.

Violência gera violência. Toda a gente sabe isso.

E embora pareça que nada disto tem a ver com a violência entre adolescentes, a verdade é que no inconsciente de uma rapariga de 16anos estará a ideia de que "se eles podem bater e nada lhes acontece, então eu também posso, que nada me acontece".

Desconheço as motivações que levaram umas adolescentes da Fig da Foz a cometer esta barbárie.
Mas calculo que a humilhação que certamente se sente depois de "apanhar" de um homem ficará apaziguada se batermos noutro homem/rapaz. Mais fraco. Mais pequeno. Que esteja em desvantagem. Que não possa sozinho impedir a ameaça.
"Rings a bell?"

É um percurso do "inconsciente", como tantos outros. Não sei que violência testemunharam estas raparigas, nem se alguém lhes batia. Condeno em absoluto o que se passou e acho que els devem ser castigadas, mas também ajudadas, porque ninguém retira prazer desta barbárie, a não ser que esteja "a contas" com alguma coisa.

Joaquim de Freitas disse...

A violência, mesmo quando lhe chamamos "punição" mete medo às crianças como aos adultos e pode provocar uma reacção adequada. Quem não puniu? Quem não se sentiu punido injustamente?
As consequências da punição podem ser desastrosas se "não há explicação", se não se ajuda a tomar consciência do acto incriminado e das consequências eventuais.
Uma criança é confrontada cada dia a centenas de comportamentos "ordinários" – frequentemente na escola - que destroem o sentimento do seu próprio valor.
A trágica realidade da vida humana é que poucas pessoas são conscientes da força impressionante que possui uma pessoa com o espírito integrado (uma pessoa cuja memória, os pensamentos, os sentimentos, as sensações, a consciência e outras funções funcionam em conjunto duma maneira integrada). A sua força excepcional vem do facto que o indivíduo é capaz de escolher o que favorece a vida (incluindo escolhas não conformes às leis e normas da sociedade) e de resistir corajosamente a todas as tentativas de o controlar ou de o obrigar no que quer que seja pela força.
Donde vêm indivíduos como Adolfo Hitler, Idi Amin, Pol Pot e todos aqueles que cometem violências incluindo os líderes políticos que desencadeiam as guerras e os criminosos que nos atacam nas nossas casas e nas nossas cidades? Criamo-los.

Como será possível demonstrar claramente que o comportamento de muitos responsáveis políticos a um dado momento da nossa vida, estão na origem de tanto mal estar , de tantas desgraças que se arrastam uma vida inteira, para tantos cidadãos?
Se querem que uma criança seja não violento, sincero, acolhedor, atento, fiável, paciente, sensível, respeitoso, generoso, honesto, cortês, determinado, corajoso, forte e que goste de si mesmo e dos outros, é preciso dar-lhe o exemplo e demonstrar estas mesmas qualidades em relação a ele.
Se não vemos porque razão é necessário de agir assim, perguntemos-lhe se é possível acabar com a violência sob todas as formas – a guerra, o terrorismo, a violência urbana, a catástrofe climática que se anuncia, a exploração actual da África, da Ásia, e da América central e do sul , sem atacar as suas causas profundas?
Não parece, mas olhemos bem à nossa volta : há um mundo a salvar. No sentido literal do termo. E os jovens são a semente dos cidadãos de amanhã.

Anónimo disse...

Sobre o comentário das 13:44

Há um segmento na Euronews, de que há muito sou fã, denominado - no coments -.

Transformar uma atitude de adolescentes, em claro momento psicopata, em comentário sobre a igualdade do género é .... - no coments-.

N391111

Anónimo disse...

Esta cena de "chapada" não tem nem de longe nem de perto as conotações negativas que estas engraxadas cabeças bem/mal pensantes vêm alardear para as gazetas. O que se vê não passa dum simples teste de simulação de dominância. O "marmelo" nem esboça defesa nem se queixa nem se defende, pelo que é óbvio que está a colaborar, talvez com pouca vontade, mas não grita nem estrebucha. As damas exercitam a sua habilidade ou estão a cobrar as imaturidades sexuais ou de personalidade do jovem. Afinal a aprendizagem da vida é dura e, se doer na carne o aproveitamento melhora, isto não passa de exercícios para a igualdade, pelos vistos aceites sem grandes reclamações dos envolvidos, todos se riam.







ão de dominância de jovens adolescentes a "domar" um macho imaturo.

Anónimo disse...

A anedota do dia:

"Chamo a atenção que estamos numa circunstância política muito especial, já que em condições normais daqui a três semanas este Governo cessaria funções. Só por circunstâncias excecionais previstas na Constituição é que este mandato se vai prolongar por mais alguns meses”.....A.Costa.......

Majo disse...

~
~~ Em caso nenhum, são admissíveis situações violentas!
~~ Caso contrário, tratar-se-ia da prática da lei da selva.
~~ É muito provável
que as garotas vivam em ambientes difíceis e tumultuosos.
~~ A situação económica
actual fez recrudescer os casos de famílias disfuncionais.

Usar a brutalidade na educação é método de trogloditas!
~~ Por muito que nos deixe chocados e revoltados...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Anónimo disse...

Para o anónimo das 17h11, que entendeu o meu comentário como estando a fazer uma defesa dos direitos das mulheres, não queria deixar de o esclarecer acerca de 3coisas:

1. eu não sou mulher

2. isto não era um comentário sobre a igualdade do género e sim sobre o género de homens que andam por aí (alguns, como eu sempre ressalvei)

3. essa rubrica da EURONEWS - no coments-, ainda que em "português" queira dizer literalmente "não há comentários a fazer", "sem comentários", tem uma conotação negativa, dado que usamos essa expressão quase sempre, senão sempre, de forma depreciativa.
A verdade é que no contexto das notícias da EURONEWS, a expressão tem a conotação oposta: destina-se a salientar uma coisa importante. nesse espaço televisivo "no comments" é uma chamada de atenção para as peças jornalísticas que nos blocos informativos foram as mais apelativas, que não necessitam de orador, cujas imagens se impõem por si mesmas. Normalmente, as desgraças mundiais do dia.
Não exagero se disser que " no comments" aplicado ao que escrevi quereria dizer, na EURONEWS,
" chamo-vos a atenção para o que vão ler a seguir".

4."comments" tem 2 mm.

5. vejo que não percebeu nada do que eu quis dizer. "Tant pis, c'est pas grave.".


Anónimo disse...

Obrigado pela emenda....

N391111

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...