Em 2012, ao tempo em que (também) representava Portugal na UNESCO, opus-me a que o nosso país apresentasse, logo nesse ano, a candidatura do Cante Alentejano a "património imaterial da Humanidade".
Tomei essa atitude por temer, à luz de uma rigorosa avaliação técnica que então havia sido feita, que algumas flagrantes fragilidades detetadas no processo de candidatura a pudessem vir a comprometer, originando um primeiro parecer negativo da UNESCO, que poderia colocar em risco, por muitos anos, o futuro daquela iniciativa. E fui de opinião de que não haveria o menor inconveniente que o processo fosse atrasado por mais algum tempo. A minha atitude, corroborada pela Comissão Nacional da UNESCO, não foi muito bem aceite pelos proponentes, que chegaram a organizar uma manifestação em redor do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O bom senso acabou por prevalecer. O processo foi entretanto corrigido e soube-se hoje que a avaliação feita pela UNESCO sobre o mesmo é positiva, o que indicia que podemos estar no bom caminho para uma próxima consagração internacional do Cante. Parabéns aos respetivos proponentes e, muito em particular, à Comissão Nacional da UNESCO que, com equilíbrio e sabedoria, conseguiu levar as coisas a bom porto.
3 comentários:
O Cante Alentejano, é um estado de alma.
Recado breve e final a um contumaz : vá pregar para outra freguesia!
Todos sabemos como nasceu o jazz e vamos ficar a saber o que significa o cante alentejano.
O trabalho duro, sofrido, e o linguajar ardiloso como base.
Respeitosos cumprimentos.
Guilherme.
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