terça-feira, outubro 14, 2014

Ana Maria Duarte Silva

Foi-se hoje a Ana Maria Duarte Silva. Uma longa doença anunciava há muito este dia. Longe de Lisboa, não podemos despedir-nos, como desejaríamos, de uma amiga de há quase quatro décadas. Conheci-a quando, juntamente com a Madalena Mendonça, secretariava o diretor-geral dos Negócios económicos. Eu tinha acabado de entrar para o Ministério, não conhecia por lá praticamente ninguém, e nunca esquecerei a simpatia acolhedora de ambas, nesses tempos iniciais que, por várias razões, não foram para mim totalmente fáceis. 

A Ana era uma amiga sempre alegre, divertida, tinha uma forte e sã gargalhada. Conhecia meio mundo, sabia tudo, era de uma ilimitada disponibilidade para os amigos. Quando estávamos no estrangeiro, era para nós uma espécie de "anjo da guarda". Gostava imenso de ser útil, de ajudar, desencantava soluções. Era uma companheira ideal para jantaradas e nunca esquecerei a surpresa muito agradável que me fez um dia, em Londres, batendo à nossa porta numa noite do meu aniversário. Em 1995, quando estava de saída da Presidência da República, onde trabalhara com Mário Soares, convidei-a para integrar o meu gabinete, no governo que começava. Cheguei tarde! António Sousa Franco, de quem era amiga pessoal, havia chegado mais cedo...

Adeus, Ana. Até sempre!

4 comentários:

Isabel Seixas disse...

Está frio, orvalhou,
uma névoa cinza benze memórias,
no inverno da saudade,
é seu, o lugar na cabeceira da mesa,


por fim não é preciso
ser ninguém,a alma não ocupa lugar
despojou-se da usura
ama sem preço,

podem ir embora,
não é preciso esperar,


não leva casaco?
Está frio, orvalhou...

Isabel seixas in Espólio

patricio branco disse...

Pessoas que contaram, que eram na verdade viradas para os outros, que encaravam a amizade em pleno, alytruistas, pois é tambem uma parte dos amigos que se vai...

Alain Demoustier disse...

mais uma grande amiga que se despede e deixa imensas saudades
DIEU AIT SON AME
FFriquette e Alain

Anónimo disse...

E estava sempre nos concertos, nas óperas e nas exposições, com uma palavra simpática!
Já temos saudades dela.
JPGarcia

Maduro e a democracia

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