Há azares formais que se tornam ridículos. No "Expresso" de hoje, o ministro Pires de Lima e o ministro do Comércio e Investimento britânico, Lord Livingston, assinam um artigo conjunto. Num gesto de verdadeira saloiice, o artigo é assinado "Lord Livingston e Dr. Pires de Lima".
Imagina-se a cena entre os assessores da Horta Seca e o jornal: "Então põe-se o Lord ao inglês e não se coloca um título ao nosso ministro? Era o que faltava!". Não quero, contudo, acreditar que o ministro, se consultado, não tivesse preferido o simples "António Pires de Lima".
Terá Pires de Lima, ao conhecer o seu colega britânico, tido o rasgo de lhe perguntar, como Stanley fez no célebre encontro como David Livingstone, em 1891, junto ao largo Tanganica: "Dr. Livingston, I presume?". Terá ficado daí o "doutor"?
15 comentários:
E se fosse antes na Tanzânia, proximo das nascentes do Nilo ?
Tem razão, Joaquim de Freitas. Correção feita
Também o "Lorde" era escusado, pois por cá já temos montes de lordes..
Caro Anónimo das 14:27: não, não era. É assim que deve ser, porque é essa a designação oficial do governante britânico. Nunca ninguém, em nenhuma parte do mundo, se lembrou de chamar a Lord Carrington o seu verdadeiro nome que é Peter Alexander Rupert Carrington.
Senhor Embaixador, quando se tem como Chefe de Gabinete um boy do PSD ignobil e desqualificado que dá pelo nome de Jose D' Aguiar é o que dá!
"“O momento fatal para a PT foi o Governo de José Sócrates só ter acedido à venda da Vivo pela compra, a um preço exorbitante, da Oi, que era uma empresa de terceira classe. Esse movimento destruiu muito valor e, segundo se sabe, foi uma exigência direta de Sócrates”in Expresso
You Presume ?????
Os próprios jornalistas se encarregam muitas vezes destes lapsos... Para eles, por exemplo, «Professor» só há um, Marcelo Rebelo de Sousa e mais nenhum e quase tratam vários professores, com doutoramentos «a sério» (estou a lembra-me de Francisco Louçã, mas há mais..)como se tivessem andado na mesma escola... Pires de Lima terá defeitos, como qualquer um, mas não esse... e os cursos que fez não fazem parte das passagens administrativas
Francisco, quem conhece Pires de Lima, sabe que ele nada terá tido que ver com esse título.
Servir-se dele para menorizar uma pessoa que não aprecia, nem parece seu!
E, como sabe, eu gosto deste governo como de azedas...
Cara Helena: só treslendo o texto se poderá concluir que eu quis menorizar Pires de Lima. Leia melhor, por favor!
Estou a ouvir o Dr. Marques Mendes que está a dizer muito, mas muito, mal do Governo. Presumo que o Governo deve estar para cair.
JPGarcia
O Dr. Pires de Lima pode não fazer parte das passagens administrativas (não conheço o seu curriculum, nem me apetece ir ver, para avaliar), mas que mudou, desde que se alçou ao ministério, mudou. Diz coisas que até eu - que tinha uma certa simpatia por ele, decorrente da credibilidade que outrora me inspirava - começo acreditar que a politica é uma coisa má e faz mal às pessoas. Ou será que são as pessoas que, sendo más ou não sendo ferreamente boas, fazem má a politica que praticam?
LN
Enfim, talvez o Lord e o Dr. no título tenham, de facto, a ver com o encontro oitocentista. Mas só se lembra quem sabe o que torna o título infeliz, pois a paródia não é clara.
Quanto ao que LN achava de Pires de Lima, mais valia ler o que recentemente disse Sandra Monteiro, no Le Monde Diplo: "«Antes fosse só incompetência, mas não é. A incompetência resolve-se substituindo pessoas impreparadas por pessoas capazes de fazer um trabalho bem feito. Não seria um grande drama: mesmo com a emigração, o país ainda está cheio de pessoas competentes. Mas o que está a acontecer ultrapassa em muito a incompetência. O actual disfuncionamento da sociedade é uma consequência previsível, saudada por uns e criticada por outros, da transformação estrutural imposta pela austeridade, pela dívida, pela arquitectura europeia e monetária. E avariar o Estado é um elemento central deste empreendimento."
Isto o pessoal político não é como os melões. Crato e Paula Teixeira da Cruz e outros traziam dentro aquilo em que se tornaram, bastava ouvi-los e pensar.
como diria o outro
"Elementar meu caro Lima..."
Só vingam como ministros aqueles que a "opinião pública" do Chiado deixa vingar. Santos Pereira foi mais um outsider (do Canadá? Essa agora!) para o chiado.
O quê que este ministro acrescentou?
Da FEP é também o "cabo dos trabalhos". Mesmo depois de AC afirmar que Rui Rio vai ser o seu adversário e de já haver um movimento no Porto (o Norte não tem voz), os do Chiado (da estrema esquerda à estrema direita) estão caladinhos que nem ratos à espera que se apresente. E vai ser a sua grande barreira!
antonio pa
Porquê não admitir que a irremediavel possidoneira se deve à redação do Expresso?
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