Transcrevo, de seguida, o texto "Pacto para o investimento", que hoje publico na revista "Sábado", que me pediu, como a várias outras pessoas, uma "ideia" para o país:
"Já não é tempo de milagres. A vida dos portugueses só pode
melhorar se o país puder criar mais riqueza. Limitado o endividamento,
circunscritos os fundos comunitários, apenas uma injeção de investimento
produtivo pode funcionar. Para tal, há fatores que não dependem de nós, porque
derivam do quadro externo em que nos interessa manter integrados. Outros decorrem
da eventual coragem dos agentes políticos em levar à prática o interesse
coletivo, ousando afrontar os poderes das corporações, dos lóbis e da rua.
A capacidade de rutura da classe política portuguesa é
reconhecidamente escassa. O conúbio entre alguma representação institucional e
certos interesses, do parlamento às autarquias, apresenta aos potenciais
investidores um país que, não obstante fantásticos avanços, tem vastas zonas de
atraso comportamental.
É urgente gerar entre nós um pacto social para relançar o
investimento produtivo, desenhar-lhe rapidamente os contornos – na burocracia,
na justiça, na estabilidade fiscal, no apoio à qualificação, no combate à
corrupção e ao “arranjismo”. A sociedade civil, que teve coragem para pôr termo
ao tabu da dívida, tem de ser capaz de forçar um choque de realismo,
apresentando às forças partidárias uma agenda para a modernidade da sociedade e
da economia. Para além dos “suspeitos habituais”, há que envolver nela os
bancos, as universidades e a comunicação social. Quem tem coragem para avançar?"
8 comentários:
Caro dr. Seixas assim é que se fala.
Haja coragem.
Chega de paninhos quentes.
Vamos à luta com as armas que temos na mão.
Guilherme.
Eu bem sei que não sou politizado mas cada vez percebo menos. Então da forma como está o país haverá alguem que queira investir aqui quando a Europa enterrou aqui dinheiro e fomos à falência. Desculpem a minha ignorância mas parece-me que temos de mudar muita coisa, criada até hoje, para podermos atrair investidores.
Senhor Embaixador,
Este governo destruiu a classe média em Portugal. Só há muito ricos, por um lado, e remediados, pobres e muito pobres por outro. Pacto social (ou seja, consenso) é impossível nestas circunstâncias. O que se pede é que, nos próximos votos, apareça alguém que governe (ou seja, decida) bem. Tarefa difícil porque não houve Educação (ou seja, Cultura) em Portugal pelo menos nos últimos 100 anos. De outra forma, só resta a emigração (ou seja, o deserto, os lares de idosos e os cemitérios).
ninguem
quem tem coragem para avançar avançou para o estrangeiro e deixou os idiotas a falar sozinhos
Curioso este texto do Embaixador. É evidente que desde que surjam as condições o investimento externo, e não só, vai aparecer. A verdadeira questão tem é a ver com a sustentabilidade do Estado no formato que hoje existe mas que não vai poder subsistir por muito mais tempo.
Caro Francisco,
Excelente texto!
O abraço de sempre.
Se este é um repto, conte comigo. E se não for conte também. Um bom dia para todos.
Senhor Embaixador
A propósito de realismo, o futuro Ministro das Finanças parece ser uma pessoa realista
https://www.youtube.com/watch?v=ewcI9Ut6M_Y
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