O "Diário de Notícias", dedica hoje uma sua página à entrega dos meus livros à magnífica Biblioteca Municipal de Vila Real (na imagem).
Nessa reportagem de Leonídio Paulo Ferreira falo das obras que já partiram, da minha velha e complexa relação com os livros e de outros aspetos relacionados com esse meu saudável "vício". O texto pode ser lido aqui.
Não faço esta doação com o objetivo de dar qualquer exemplo. Mas gostaria de estimular outras pessoas (diplomatas, por exemplo) a promoverem a entrega dos seus livros (ou de parte deles) a bibliotecas das terras de onde são originários, assegurando-se, antecipadamente, que eles serão tratados de forma adequada, como está a acontecer no meu caso. Assim se evitaria o espetáculo, algo triste e deprimente, de ver excelentes espólios surgirem dispersos, algumas vezes vendidos a preços irrisórios, por alfarrabistas ou casas de velharias. Os nossos livros merecem sempre o melhor destino.
8 comentários:
Apoio a sua iniciativa! Eu já assisti, nalguns alfarrabistas de Lisboa, a autênticos crimes de familiares de ilustres, que dariam voltas na sepultura... se soubessem o que aconteceu aos seus livros.
E... porque não .... livros sobre dipolmacia..... entregues à biblioteca do MNE???
É com gosto que o vejo seguir o bom exemplo do Sr. Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.
O problema da entrega de livros às bibliotecas é a falta de interesse com que, nalguns csos, se tratam os espólios.
Vi numa biblioteca o triste destino de cerca de 20000 volumes, que demoraram anos e anos a serem inventaridos e ficaram todo esse tempo num depósito a apanhar pó. Nesses livros encontravam-se algumas priemiras edições de meados do sec XX, uma tristeza.
Espero sinceramente que a minha filha venha a ter interesse pela leitura e os trate bem.
LBA
É importante relevar que oferecer livros dá muito trabalho.
Dr. Francisco, imagino o tempo e a ofegante dedicação que envolveram a entrega de tão precioso espólio.
Cumprimentos amigos.
Guilherme.
Também já considerei muito triste o destino de bibliotecas que se dispersam após a morte de quem as reuniu. E por isso compreendo e respeito a sua opinião. Hoje penso de outro modo: uma biblioteca é um todo mas é-o para quem a reuniu. Após a morte deste há o sério risco dos seus livros adormecerem (e apodrecerem) por decénios nos sótãos familiares; tornam-se estéreis (não é o caso da oferta a uma biblioteca local)
Ora se os livros de alguém que os amou se dispersarem por alfarrabistas, aqueles que vierem a comprar cada uma das obras isoladas fá-lo-ão por amor ou interesse nessa obra. Assim, a biblioteca do de cujus pode ter morrido como biblioteca, mas cada um dos seus livros renascerá numa biblioteca diferente.
Os meus cumprimentos
José Neto
é de facto a grande solução para bibliotecas que estariam condenadas a desfazer se se não fosse assim, mas há que assegurar que o receptor tratará bem os livros, os catalogará e disponibilizará para futuros leitores...
Lo tudo no DN e fiquei algo espantada! É preciso ter coragem para fazer esse tipo de transferências em vida... Parabéns por isso! O senhor é um espanto!
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