quarta-feira, abril 15, 2009

A França na literatura portuguesa (1)

Manuel Alegre

PORTUGAL EM PARIS


Solitário
por entre a gente eu vi o meu país.
Era um perfil
de sal
e abril.
Era um puro país azul e proletário.
Anónimo passava. E era Portugal
que passava por entre a gente e solitário
nas ruas de Paris

Vi minha pátria derramada
na Gare de Austerlitz. Eram cestos
e cestos pelo chão. Pedaços
do meu país.
Restos.
Braços.
Minha pátria sem nada
sem nada
despejada nas ruas de Paris.

E o trigo?
E o mar?
Foi a terra que não te quis
ou alguém que roubou as flores de abril?
Solitário por entre a gente caminhei contigo
os olhos longe como o trigo e o mar.
Éramos cem duzentos mil?
E caminhávamos. Braços e mãos para alugar
meu Portugal nas ruas de Paris.

(1967)

terça-feira, abril 14, 2009

Joe, the economist

Georgios Papandreou, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia e actual líder da oposição, organiza umas jornadas anuais de reflexão sobre política internacional, o Symi Symposium, para as quais convida amigos de cada país, num total de cerca de 20, com composição quase sempre diferenciada. Tive o ensejo de integrar vários desses encontros, realizados durante uma semana, sempre em lugares diferentes da Grécia, e que são excelentes momentos para análise da conjuntura.

Num dos anos em que participei, estava presente um americano, de que apenas me lembrava vagamente de ter lido alguns artigos na imprensa, cujas intervenções nas sessões foram brilhantes e acutilantes. Chamávamos-lhe simplesmente Joe, era antigo director no Banco Mundial e com ele estabeleci, desde o primeiro momento, uma relação pessoal muito simpática. Isso fez com que, no regresso por Atenas, com as respectivas mulheres, tivéssemos organizado uma divertida jantarada na Plaka. Trocámos cartões e, como, à época, ambos vivíamos em Nova Iorque, ficámos de nos ver.

Poucos meses passaram e, um dia, recebo um e-mail da organização do Symi Symposium alertando-me para a necessidade de darmos parabéns ao Joe. Acabara de ser-lhe atribuído o Prémio Nobel da Economia: era Joseph Stiglitz, que viria a ser um dos mais marcantes críticos da administração Bush.

Dias depois, fui convidado para sua casa, no Upper West Side, em Nova Iorque, para um lançamento privado do celebérrimo "Globalization and its Discontents", e tive-o a jantar na minha, com Jorge Sampaio, numa noite em que nos deslumbrou com o seu brilho.

Por esta historieta se pode ver bem a desvantagem de se ser um embaixador com limitado conhecimento do mundo da grande economia mundial. E que o confessa, sem a menor dificuldade.

A área política republicana criou, no âmbito da campanha presidencial de John McCain, a figura de "Joe, the plumber", uma espécie de caricatura do americano médio. Obama pôde contar, no seu grupo de apoiantes, com este magnífico "Joe, the economist". E ganhou, claro.

Autismo

"As expressões “autista” e “autismo” deixarão de ser usadas na retórica parlamentar, à luz de um acordo a que chegaram hoje os líderes parlamentares" da Assembleia da República portuguesa, informa o Público.

Percebe-se e saúda-se a preocupação de procurar colocar as palavras nos seus contextos específicos, particularmente quando se trata de temáticas de grande sensibilidade. Mas, com o devido respeito aos nossos eleitos, não estaremos a ir longe demais no "politicamente correcto"?

Expressões como "cegueira", "paralisia", “surdo” ou “doido” são utilizadas comummente sem qualquer intenção ofensiva ou desrespeitosa. Por esse mesmo critério, deveríamos começar a eliminá-las do nosso vocabulário corrente. E essas são palavras que me ocorrem no momento. Outras seguramente haverá em idênticas condições.

Mas concedo que possa ser eu que estou errado, pelo que estou aberto a ser convencido.

Hubert Védrine

Hubert Védrine foi ministro dos Negócios Estrangeiros de França, durante o governo Jospin. Antes, havia sido íntimo colaborador de François Mitterrand, em torno de cuja figura fez um livro que considero essencial para melhor se perceber o antigo presidente - "Les Mondes de François Mitterrand".

É um homem sereno, que pensa a política externa com grande cuidado, sublinhando as vantagens de olhar os tempos em perspectiva, evitando juízos radicais ou moralistas, mas não caindo nunca num relativismo de "realpolitik".

Conheci-o bem quando, ao tempo em que ele era homólogo de Jaime Gama, nos cruzámos em dezenas de horas de reuniões, nos idos de 90, e, em especial, no processo de sucessão das presidências portuguesa e francesa, em 2000. Foram tempos complexos, em que nem sempre estivemos de acordo, antes pelo contrário. Mas guardámos uma excelente relação pessoal, que prolongámos em encontros em Nova Iorque.

Tivemos um almoço, há dias. Védrine, que há uns anos criou o termo "hiperpotência" para designar os EUA, tem hoje uma leitura expectante, mas não deslumbrada, de Obama, do novo estilo de liderança americana que alguém, por aqui, qualificou há dias de "modéstia tranquila". Tem também uma reflexão interessante sobre a inquietante não homologia entre a multipolaridade do G20 e o mundo multilateral. E incita a que observemos, com prioridade, a evolução da China e a hipótese de, a prazo, se vir a criar um irónico "G2" (EUA e China), com a Europa a ver navios...

Cuba

Que pena que o novo presidente americano não tenha aproveitado para pôr fim ao embargo comercial a Cuba!

segunda-feira, abril 13, 2009

Parlamento Europeu

As eleições para o Parlamento Europeu nunca foram, em Portugal, um momento muito mobilizador do eleitorado. As percentagens da abstenção neste tipo de eleições acabaram sempre por ser muito elevadas, a demonstrar que aquela instituição não desperta entre nós uma especial atenção. No que, aliás, não divergimos muito do resto da Europa.

Contudo, a importância do Parlamento Europeu é cada vez maior para a nossa vida colectiva. O Parlamento tem vindo a ganhar força a cada revisão dos Tratados europeus e os seus equilíbrios internos pesam decisivamente na formatação de legislação que, posteriormente, é convertida em leis nacionais. À partida, os 24 deputados portugueses não parecem ser um número capaz de marcar decisivamente o destino do voto de mais de 700 parlamentares. As coisas, porém, não são bem assim: alguns deputados, pelo seu activismo, em especial nas comissões especializadas, conseguem ter um papel de relevo e de influência. Refiro-me, claro, aos que trabalham, não aos que escolhem o destino político de Estrasburgo e Bruxelas apenas como uma rentável e cosmopolita sinecura.

Recordo-me, ao tempo em que andei noutras tarefas, de dois presidentes de comissões especializadas do Parlamento Europeu me terem pedido para que convencesse parlamentares portugueses, membros dessas mesmas comissões, a ... comparecerem às reuniões, com vista a reforçar posições que eles, ainda que doutras nacionalidades, reconheciam como importantes para a defesa de interesses portugueses que estavam em jogo. E, com gosto, também me lembro de ouvir fartos elogios a outros deputados portugueses, pela sua actividade, interesse e eficácia nos trabalhos. Em ambos os casos, a cor política dos deputados era completamente indiferente.

Porque a Europa está cada vez mais exigente, porque é vital para Portugal indicar pessoas qualificadas para as instituições europeias, seria da maior importância que, das próximas eleições para o Parlamento Europeu, viesse a resultar um conjunto motivado e eficaz de deputados, experientes, com capacidade de intervenção e qualificação técnica para influírem nas decisões que irão ser tomadas nos próximos anos. Como cidadão, entendo até que seria interessante se, pela primeira vez, fosse possível garantir, com a necessária visibilidade pública, o seu compromisso individual de prestação regular de contas em Portugal pelo trabalho que irão (ou não) executar. O Parlamento Europeu é uma instituição que não é susceptível de ser dissolvida, os seus deputados - quer trabalhem, quer não - ficam no cargo por um período de cinco anos e quem os elegeu raramente tem a mais leve ideia do que eles andam por lá a fazer. E alguns até fazem muito, acreditem!

Se alguém pudesse dedicar-se, em Portugal, à criação de um "Observatório do Parlamento Europeu", com um painel independente de especialistas que pudesse efectuar um regular escrutínio do trabalho dos nossos deputados, com divulgação assegurada por órgãos de comunicação social, que bom seria! Excepto para alguns, claro, que provavelmente virão com a conversa de que uma iniciativa dessas configuraria um demagógico acto de populismo anti-instituições. Pois...

Auto-estrada

Uma longa "seca", ao final da tarde de ontem, numa auto-estrada que conduz a Paris, para além de me trazer à memória o belo conto de Julio Cortázar "Auto-estrada do Sul", dá-me ensejo para relatar uma historieta que ouvi, há dias, durante um jantar.

Era na Polinésia francesa, numa ilha cujo nome me escapou, mas que teria alguns quilómetros de auto-estrada. O meu conviva contou que conduzia a boa velocidade por essa via quando, de repente, começou a observar que os automóveis iam abrandando, até pararem mesmo no meio da própria auto-estrada. Surpreendido, até porque não havia nenhuma razão aparente para esse movimento colectivo, estacou também o seu carro e dirigiu-se ao condutor da viatura que seguia à sua frente, inquirindo sobre a razão de tão estranho procedimento. A resposta sintetiza toda a história: "Sabe, nós cá na ilha paramos sempre para ver o pôr-do-sol"!

domingo, abril 12, 2009

José David

Foto de Susana Paiva

Paris alberga pintores portugueses que o nosso país ganharia em conhecer melhor.

José David está entre eles e do seu trabalho se falará aqui no futuro.

Palma

Que tal começar a semana ouvindo "Encosta-te a mim", tema magnífico de um Jorge Palma mais recente?

Coincidências

No dia em que se ficou a saber que um guarda americano do campo de detenção de Guantánamo terá sido convertido ao islamismo pelos prisioneiros, o ex-presidente George W. Bush reuniu alguns dos seus antigos colaboradores com vista a começar a coordenar o trabalho de recuperação da memória histórica da sua Presidência.

sábado, abril 11, 2009

Mon Oncle

Num novo espaço de exposições, numa das saídas de Paris, foi reconstruída, para prazer de memória de muitos, nos quais me incluo, a famosa casa Arpel, que foi cenário de algumas das cenas mais hilariantes do filme "Mon Oncle", de Jacques Tati.

Servido por uma música que diversas gerações identificam com facilidade, este primeiro trabalho a cores de Jacques Tati, de 1958, constituiu, ao tempo, um grande êxito em Portugal.

Tati já tinha feito o genial "Jour de Fête" e o "Vacances de Monsieur Hulot". Ao "Mon Oncle" seguiu-se o "Playtime", onde o ridículo da modernidade voltou a ser o tema central.

A retrospectiva da sua obra, que a Cinémathèque française agora iniciou, foi o pretexto para esta reconstituição. Para quem, por acaso, possa não ter desistido de sonhar, rever os filmes de Tati é quase uma obrigação eterna.

Aventino Teixeira (1934-2009)

Aventino Teixeira, o militar de Abril que hoje faleceu, era uma figura algo atípica das Forças Armadas portuguesas. Homem de convicções democráticas, aparecia para conversas nada ortodoxas, em 1973, em algumas noites na Escola Prática de Administração Militar, onde nos aligeirava o tédio dos serviços. No pós-25 de Abril, Aventino tornou-se uma figura de algum relevo na manobra política portuguesa, articulando polémicos contactos entre os maoístas do MRPP e o "Movimento dos Nove", o sector moderado do MFA que então contestava a deriva radical da Revolução. Navegador da noite lisboeta, teve, durante alguns anos, pouso regular no Procópio. Com outros, como o autor deste blogue, ajudou a escrever o livro que recolhe a memória dessa "catedral" do convívio e cuja imagem, à falta de uma foto de Aventino Teixeira, aqui fica como sua última recordação. 

Lobo Antunes

Meia página no último Le Figaro Littéraire, com foto em destaque na primeira página, dá bem conta da importância que António Lobo Antunes tem em França e do modo como a sua escrita aqui é apreciada.

Desta vez, o pretexto foi a apresentação de "Livre de Chroniques IV", tradução francesa da recolha de textos publicados na Visão, agora editada pela Christian Bourgois Éditeur.

sexta-feira, abril 10, 2009

Pomar

Foi uma excelente exposição aquela que Júlio Pomar apresentou ontem na Galerie Trigano, em Paris.

24 horas depois de ter mostrado um seu trabalho em objectos, lado a lado com Joana Vasconcelos, no Centro Cultural da Gulbenkian, foi um outro Pomar que pudemos ver em óleos marcados por um tema recorrente do seu imaginário, a que deu o nome de "Nouvelles aventures de Dom Quichotte et trois (4) Tristes Tigres".

Democracia

Na Assembleia Nacional francesa existe uma confortável maioria favorável ao presidente Sarkozy, o que facilita a adopção da diversa legislação no sentido daquilo que o Governo pretende. Ontem, porém, a maioria foi derrotada numa votação sobre o carregamento de conteúdos informáticos.

Quando o debate sobre o tema se concluiu, o Governo deu-se conta de que, na sala, estavam 16 deputados da maioria e que, pela oposição, havia apenas 8 presentes. Margem confortável, portanto. Desconfiados de tanta facilidade, até por observarem frenéticas trocas de SMS por parte dos adversários na sala, alguns responsáveis governamentais deram uma volta pelo edifício, não fosse dar-se o caso de haver oposicionistas escondidos nos gabinetes mais próximos ou na biblioteca. Mas não, num raio confortável de movimentação, nenhum deputado da oposição estava à vista. E, assim, foram dadas instruções ao grupo parlamentar para solicitar a votação imediata do diploma.

Logo que foi anunciado o voto, pelo sistema de braço no ar, o que aconteceu? Saíram detrás das pesadas cortinas vermelhas que decoram um dos lados da Assembleia, onde ninguém se tinha lembrado de procurar, dez sorridentes deputados da oposição. E a proposta do Governo foi rejeitada, com gáudio para uns, para irritação óbvia de outros.

A democracia também se faz de truques.

Notícias de Guerra

Felizes os que vivem em Lisboa e podem dar-se ao luxo de estar no lançamento dos livros dos amigos. Pobres os expatriados, como o autor deste blogue, que não têm o privilégio de poderem partilhar, quando esses mesmos amigos "cometem um livro", a alegria do seu parto editorial.

Aqui vai o retrato: João Paulo Guerra, homem inteiro, voz ímpar da melhor rádio portuguesa, jornalista "engajado" e autor de bela escrita política, sempre polémico, impertinente e afirmativo, jornalista de garra e de muitas guerras, algumas de polémico registo diário, contador gastronómico (infelizmente) inconstante. Com ele coincido muitas vezes, dele divirjo outras tantas (vá lá, muitas menos!), mas encontramo-nos à mesa comum da ironia e do convívio, sempre, sempre do mesmo lado da vida, claro.

Para gáudio dos seus amigos e forte angústia de alguns que o não são, João Paulo Guerra encaderna agora a sua "Coluna Vertebral", surgida na última década no Diário Económico e que tanta urticária política continua a provocar. Julgavam que esses textos tinham desaparecido na voragem perecível do jornal? Enganaram-se! E o prefácio é de outro escritor de bela cepa e sem papas na língua: Baptista-Bastos. Por isso, apertem os cintos!

Um forte abraço, João.

quinta-feira, abril 09, 2009

La Lys

Foi a 9 de Abril de 1918 que se iniciou a batalha de La Lys, durante a qual as tropas portuguesas, entradas tardiamente na 1ª Guerra Mundial, viriam a sofrer uma pesada derrota face ao muito melhor equipado exército alemão.

Este ano, a homenagem que é devida aos nossos soldados, entre os quais figuram alguns destacados heróis, terá lugar numa cerimónia a realizar no dia 18 de Abril, durante a qual a Embaixada portuguesa em França fará uma romagem ao cemitério português de Richebourg.

As Ruas de Mísia

Foi um espectáculo singular aquele que Mísia apresentou ontem à noite no Casino de Paris. Uma sala cheia, com muitos portugueses mas não só, teve oportunidade de seguir um percurso desenhado pela cantora, desde o fado mais ou menos (como ela gosta) convencional até um repertório internacional muito cuidado, com uma musicalidade que alia a viola eléctrica à guitarra. Este espectáculo corresponde ao seu mais recente disco, "Ruas".

Mísia é um caso à parte na música portuguesa. Culta, muito rigorosa nos poetas que escolhe, tem um estilo que pode afastar alguns puristas, mas que agrada a um público fiel. Embora tenha vários dos seus discos, era a primeira vez que ouvia Mísia ao vivo e, por essa razão, estava curioso de ver a reacção da plateia. Que foi muito positiva.

O fado anda por França com uma força que me parece bem maior do que a que tem em Portugal. Desde que cheguei a Paris, por aqui passaram, entre vários outros intérpretes, Kátia Guerreiro, Ana Moura, Mafalda Arnauth e Mísia. Que venham mais!

Páscoa

Os tempos são definitivamente outros. Em Portugal, nos anos 60 do século passado, as rádios deixavam de emitir às 3 da tarde de 5ª feira Santa e só voltavam a emitir no Sábado de manhã, depois da Aleluia, assinalada pelos sinos das igrejas, de manhã. Lembram-se os desse tempo?

Este post serve apenas para mostrar como meio século mudou imenso o comportamento dos portugueses face às datas religiosas.

quarta-feira, abril 08, 2009

"À la mode de chez nous"

Há cerca de um ano, Júlio Pomar descobriu o trabalho de Joana Vasconcelos na Pinacoteca de S. Paulo, onde tinha ido apresentar uma retrospectiva da sua própria obra, a cuja inauguração, por casualidade, eu próprio tive o gosto de estar presente, como embaixador no Brasil. Desse encontro nasceu a ideia da exposição conjunta que ontem abriu no Centro Cultural da Fundação Gulbenkian, aqui em Paris, sob o título bem significativo de "À la mode de chez nous".

À imensa criatividade de Joana Vasconcelos, baseada na ligação insólita de elementos tradicionais portugueses a objectos que, à partida, lhes seriam bem alheios, a exposição alia magníficos trabalhos de Júlio Pomar, em torno da recriação, também em termos marcados pelo insólito, de elementos da cerâmica tradicional de Bordalo Pinheiro.

O resultado é surpreendente e o modo entusiástico como o público ontem acorreu à avenue de Iéna revelou que a aposta de Rui Vilar e de João Pedro Garcia foi mais do que ganha.

A Gulbenkian irá, dentro de alguns meses, mudar de morada em Paris, abandonando o palacete em que habitou Calouste Gulbenkian para uma zona tida como mais prática para o público. Eu, confesso, começava a achar graça às actuais instalações.

Em tempo: leiam a reportagem de Daniel Ribeiro no site do Expresso.

Isto é verdade?