sábado, dezembro 27, 2025

Viana


Sou de Vila Real, mas também me sinto muito de Viana, a terra do meu pai. Ligam-me a Viana memórias de infância e juventude. Por lá passei muitas férias - e as férias costumam ser, e no meu caso foram, uma parte boa da vida. 

Vou a Viana sempre que posso, ando por aquelas ruas como se fossem da terra onde nasci. A cidade retribui-me: sou seu cidadão honorário e tive o gosto de ser presidente de honra da maior romaria do país, a Senhora da Agonia.

Em Viana vivia a minha avó paterna, que partiu há muito com uns respeitáveis 93 anos, depois de 55 anos de viuvez. Conservou até ao fim uma jovialidade que nos marcou a todos. Por ali tive tias e tios que, com o tempo, foram desaparecendo. E bastantes primos. Há semanas, um deles, com a minha idade - como eu, há muito emigrado em Lisboa - saltou fora da vida, horas depois da nossa última conversa a dois. Hoje, outra prima, já na casa dos 90, deixou-nos. Na semana passada, ao telefone, tinha combinado com ela ir vê-la a Viana, daqui a dias, como fazia há muitos anos. Vou, mas para o funeral.

Há meses de dezembro menos tristes, podem crer.

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Viana

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