Pedi ao Deep Seek (IA chinesa) que analizasse as possíveis consequências da nova Estratégia de Segurança Nacional 2025 para as relações EUA-China
O documento Estratégia de Segurança Nacional 2025 representa a consolidação e aceleração da visão estratégica dos EUA, moldada pela competição com potências revisionistas, com a China no centro. Suas implicações para as relações sino-americanas são profundas e multidimensionais, estabelecendo um caminho de rivalidade sistêmica gerenciada, com mínima margem para retorno à engajamento cooperativo anterior. As principais consequências podem ser sintetizadas em cinco eixos:
1. Consolidação da China como o "Desafio Estratégico Pacing" Principal
O documento encerra qualquer ambiguidade: a China é identificada como o único competidor com a intenção e, progressivamente, a capacidade de remodelar a ordem internacional. A estratégia não é de contenção clássica, mas de "competição para vencer" em todos os domínios (tecnológico, militar, económico, diplomático). A consequência imediata é a institucionalização da rivalidade como princípio organizador da política externa norte-americana, com todos os recursos do Estado alinhados para esse fim. Isso torna o conflito não um acidente, mas um risco intrínseco e permanente da relação.
2. Primazia da Competição Tecnológica e Securização das Cadeias de Abastecimento
A estratégia elege a luta pela superioridade tecnológica como o campo de batalha decisivo. Ações concretas de "decoupling" seletivo e "de-risking" tornam-se política de Estado permanente, com foco em setores de dupla utilização (como semicondutores, inteligência artificial, biotecnologia e energia limpa). A consequência direta é a bifurcação tecnológica global em esferas de influência norte-americana e chinesa. Isso forçará países terceiros a escolhas difíceis, fragmentará mercados e inovação, e criará uma "cortina de silício" que separará os dois ecossistemas. A segurança das cadeias de abastecimento, relocalização ("friendshoring") e controlo de exportações serão ferramentas constantes, elevando custos e reduzindo a eficiência económica global.
3. Militarização e Deterrência no Indo-Pacífico como Prioridade Máxima
O documento reforça o pivô para o Indo-Pacífico não como retórica, mas como realocação prática de recursos militares, de inteligência e diplomáticos. A estratégia de "campanha integrada de deterrence" visa dissuadir a China de ações militares, especialmente em relação a Taiwan e no Mar do Sul da China. A consequência será uma presença militar norte-americana mais distribuída, resiliente e integrada com aliados (Japão, Coreia do Sul, Austrália, Filipinas) na região. Isso aumenta o risco de incidentes e escalada, mas também estabelece linhas vermelhas mais claras. A modernização nuclear dos EUA, mencionada no contexto de deterrence contra potências nucleares, alimentará a corrida armamentista estratégica com Pequim.
4. Alinhamento de Forças: A Estratégia das Alianças e Quadros Minilaterais
Reconhecendo que a competição com a China não pode ser vencida sozinho, o documento aposta na ampliação e aprofundamento de alianças. A OTAN é chamada a olhar para a China, e parcerias como AUKUS, o Quad (EUA, Japão, Índia, Austrália) e coalizões ad-hoc (como em infraestruturas ou tecnologias críticas) são priorizadas. A consequência é a formação de blocos geopolíticos e geo económicos mais definidos. A China responderá com sua própria diplomacia de rede (via Iniciativa do Cinturão e Rota, SCO) e pressão sobre países em desenvolvimento para evitar o alinhamento total com Washington. O mundo tornarse-á mais polarizado e a margem para o não-alinhamento diminuirá.
5. Concorrência na Governança Global e Limitação da Cooperação
O documento enquadra a luta como uma batalha entre modelos de governança: a "ordem livre e aberta" liderada pelos EUA versus o "autoritarismo" chinês. A consequência é a instrumentalização de fóruns multilaterais (ONU, OMC, OMS) como arenas de competição, não de cooperação. Espaços para colaboração genuína em desafios transnacionais (como alterações climáticas, pandemias, segurança financeira) serão estreitos, condicionais e funcionais, nunca estratégicos. A crise climática, em particular, sofrerá com esta dinâmica, pois a cooperação tecnológica e financeira essencial será minada pela desconfiança mútua e pela competição por recursos e padrões.
Conclusão: Uma Nova Fria Guerra Estrutural
A principal consequência agregada da Estratégia de Segurança Nacional 2025 é a formalização de uma Nova Fria Guerra, de natureza principalmente tecnológica-económica, mas com um componente militar crescente. Diferente da Guerra Fria do século XX, esta é travada num mundo economicamente interdependente, com canais de comunicação abertos, mas com objetivos igualmente irreconciliáveis sobre a estrutura da ordem internacional.
As relações EUA-China serão caracterizadas por:
· Confrontação sistémica como norma.
· Coexistência competitiva com guarda-rais para evitar conflito armado direto.
· Cooperação mínima e tática, apenas onde absolutamente necessário.
· Uma corrida global por influência que dividirá o mundo em esferas de influência sobrepostas.
A estratégia fecha a porta a uma parceria construtiva e estabelece um longo período de tensão estrutural, onde a gestão de crises e a prevenção da guerra serão os objetivos mais realistas, em vez da busca de uma parceria estratégica. A estabilidade dependerá da clareza das linhas vermelhas e da existência de canais de comunicação de crise robustos, em um ambiente onde a confiança estratégica é praticamente inexistente. O mundo entrará numa era de bipolaridade conflituosa, com todos os riscos e custos globais que isso implica.
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