quinta-feira, dezembro 04, 2025

O meu primeiro livro


É claro que este não foi o primeiro livro de que fui proprietário. Antes dele, em ofertas dos meus pais ou dos meus tios, fui tendo aquelas obras que imagino fossem adequadas para as minhas sucessivas idades. Lá por casa, houve sempre literatura "infanto-juvenil", a somar-se à banda desenhada (no meu tempo, dizia-se histórias aos quadradinhos). Foi sucedida pelos livros policiais, que me marcaram a adolescência.

Este, porém, é, com segurança, o "meu" primeiro livro. Tenho a certeza de ter sido o primeiro livro que me lembro de ter comprado. Andei a namorá-lo, por uns dias, na esconsa montra do Libório, lá por Vila Real. Que idade teria? O livro é de 1960, pelo que eu deveria ter uns treze ou catorze anos. Lembro-me que o livro não era nada barato. Tive a ousadia de pedir dinheiro ao meu pai para o comprar. E, conhecendo o seu cuidado com os gastos, hoje admiro-me bastante da sua anuência à aquisição.

A Geografia sempre me fascinou. Fui um dos fundadores do Centro de Estudos Geográficos, no liceu da cidade. O meu pai contava-me imensas coisas curiosas do mundo, dos Himalaias às fossas de Mindanau, das areias do Saara às ilhas do Pacífico. Havia em casa um globo metálico onde, bem cedo, com a ajuda do meu avô, do meu pai e dos meus tios, eu aprendi a apontar os países. Neles viviam as "raças humanas", que eu recolhia em cromos que se colavam em cadernetas. E também havia mapas deliciosamente coloridos, em alguns atlas. 

Hoje, ao olhar esta "Petite Encyclopédie Geographique", interrogo-me sobre a influência que este livro teve sobre o meu futuro.

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