Há uns anos, numa rua de Paris, passeando com um grande amigo que o tempo já me levou, ao olhar um cartaz de um espetáculo do Tony Bennett, vi-o reagir assim: "Ora ali está um tipo otimista!".
Pensei que fosse pelo sorriso clássico do "crooner", de tacha arreganhada no imenso placard.
Não, não era por isso: é que estávamos em fevereiro e o espetáculo era só em novembro. E Bennett, por essa altura, rondava já os 90 anos. Esperar estar vivo e em condições de poder cantar, a tantos meses de distância, relevava de algum otimismo, pensava ele.
Pensava ele, digo bem. Mas pensava mal: Bennett haveria de sobreviver por ainda mais uma década e esse meu amigo acabaria por ir-se-nos embora praticamente ao mesmo tempo que o cantor.
Mas onde é que este tipo quer chegar?, perguntará o leitor.
É muito simples: acabo de receber um convite para fazer uma palestra ... em abril de 2026. Ora eu sei lá "como" é que vou estar daqui a um ano e tal! Mas, pronto, faço como o Bennett e vou aceitar. Depois, logo se verá!
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