Acho de uma naïveté simplória os raciocínios que levam a sério a letra da doutrina nuclear russa. Como se a Rússia, no dia em que lhe der na gana bombardear alguém, vá consultar a "doutrina": "Ora deixa-me lá ver se, ao carregar no botão, não estou a infringir alguma alínea"...
3 comentários:
Anda por aí um "fia-te na Virgem e não corras" de que a conversa da Rússia é mesmo só isso, que espero que não contamine alguns lideres que ainda vão demonstrando alguma avisada cautela quanto à tentação de medidas mais tremendas do ponto de vista militar.
Posso estar engando, mas a doutrina nuclear russa que Putin aprovou em 19 de Novembro de 2024, transformando-a num texto legal oficial, em nada difere dos “Fundamentos da Política de Estado da Federação Russa no Campo da Dissuasão Nuclear” o nome da doutrina aprovada em 2020, antes de a Rússia invadir a Ucrânia.
Putin não é parvo nem um destravado. Sabe que no momento em que o fizer, terá o lugar mais tenebroso na história (se é que restará história). Além disso, o apoio popular de que supostamente goza poderia desvanecer-se num ápice e o seu fim poderia ser daqueles bem trágicos como só o dos facínoras pode ser. E tal como no caso de Trump, tem uma série de militares à sua volta que também não são parvos. A retórica ele sabe usá-la, o resto duvido muito. Andamos no jogo do gato e do rato, mas quem utilizar esse armamento, fá-lo-á pela última vez. E quem não sabe isso?
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