Acabo de constatar que Baptista Bastos, uma das vozes mais livres do Portugal contemporâneo e uma das escritas mais cultas de um jornalismo que está a desaparecer, deixa de ser colunista regular do "Diário de Notícias". Tenho imensa pena. As crónicas de BB eram uma lufada de ar incómodo na face daqueles a quem ele não poupava na sua indignação, nestes anos cujo cinzentismo é menos de chumbo e mais de cinzas.
14 comentários:
Definitivamente vou deixar de comprar o DN. O jornal que estava há meses com alguma independência do regime, fugindo à sua cruz institucional, parece estar a regredir. Basta!
São homens como Baptista Bastos que continuam a dar ânimo para que não se abandone a leitura. Porque a imprensa hoje é muito uniforme com a "voix de son maître" e a "voix du maître" é uma e única em todos os pasquins aquem e além fronteiras.
José Barros
Um mal que é hoje transversal a quase toda a imprensa, escrita e falada, mas, sobretudo a escrita.
Senhor Embaixador,
Também eu era um assíduo leitor de Baptista Basto... Infelizmente é isto....
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Quem colocar o pé em ramo verde e sujeito a viver à conta da caneta, mais tarde ou mais cedo vai pagar as favas!
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Mas ainda há luar que brilha para aquelas vozes que se estão "marimbando" para os senhores do poder!!!
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Eu pertenço a esse grupo!!!!
Saudações de Banguecoque.
José Martins
Mas, depois, os Camões, de Castelo Branco, e a Camões, de Viseu, vão-se alcandorando ora para Macau, ora para a Lusa, ora para o Jornal de Notícias; ela, via Macau, para o Camões. Como se dizia nos documentários que, nos anos 60, antecediam os filmes, ASSIM VAI O MUNDO. Quero ser filho de carteiro, de polícia, de mulher a dias, etc., para subir na vida e comprar aldeias em ruínas.
O BB fez-me leitor assíduo do DN.Espero bem que Paulo Azevedo nos dê como brinde as suas excelentes
crónicas
CC
Foi mesmo por essas características que refere que o dispensaram.
Como o tão propalado consenso mais uma vez abordado por Cavaco, ou seja, a anulação da Oposição não pode ser imposto ...vão-se afastando as vozes incómodas e assim se demonstra também o minar da da Democracia que está ocorrendo.
Saudações
Mas alguém ainda lê jornais em papel ou em formato digital?
Alguém ainda vê noticiários???
Ohhhh tempo perdido!!!
Eu chamo-lhe língua de trapos. A superioridade vê-se na elegância, o que não era o caso.Parecia o polícia ou o caçador que se esconde traiçoeiro.
Quando BB num pequeno acidente na BAIXA não sabe o que fazer! Disse~lhe,a seguradora resolve isso com um telefonema.
Quando numa entrevista FAZ UMA pergunta BURRA a um Médico se se pode fazer um transplante de cabeça!
Opinião dum leitor.
CUMPS.
BB não era apenas (e já não seria pouco) "uma lufada de ar incómodo na face daqueles a quem ele não poupava na sua indignação".
BB é igualmente um "artesão" da Língua Portuguesa como encontramos poucos nos tempos que correm. Lê-lo é aprender sempre. Mesmo os que dele discordam e que, eivados pela cobardia, anonimamente o insultam, ficariam mais "ricos" se frequentassem a sua escrita. E se fossem capazes de aprender, claro.
Querem acabar com as vozes discordantes, quem " silenciou o BB" não espere uma indiferença dos leitores do DN, JN, O Jogo, e os ouvintes da TSF.Para mim os jornais, é um ponto final . Quanto à TSF (radio jornal?), creio que já não vale a perda de tempo. Passem bem(mal).
plenamente de acordo, mas só se lamenta que saia com tão rasgado elogio a quem em nada merece elogios e a quem fez o mesmo quando chegou ao DN a cronistas como Medeiros Ferreira, ou Rúben de Carvalho.
Quando entrou o demitido diretor deixei de comprar e ler o DN porque ele "correu" com os cronistas que lá estavam (ex Pedro Lomba). De modo que embora concorde que BB escreve bem, embora pense muitas vezes mal, acho que se aplica: é a vida!
A imprensa escrita é, em geral, muito má e não cumpre as regras do jornalismo mais básicas: o Público, que leio, não presta para nada. E a TSF é uma pouca vergonha.
João Vieira
Como se não bastasse, também a habitual crónica de Baptista Bastos no Jornal de Negócios não apareceu na passada sexta-feira, dia 17, sem que, até hoje, fosse dada qualquer explicação.
É evidente que tal poderá dever-se a um qualquer impedimento do escritor, e oxalá seja esse o caso (desde que não resulte do seu estado de saúde); mas, nos tempos que correm, não me surpreenderia se o motivo fosse outro, bem mais mesquinho.
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