quinta-feira, abril 24, 2014

Miguel Portas

Há dois anos, a 24 de abril de 2012, desapareceu Miguel Portas. Conhecia-o pela leitura do que ele escrevia, por alguns programas de televisão e por correspondência por email que trocámos, vai para dez anos. Um dia, quis falar comigo pessoalmente sobre a Europa (como já referi aqui). Queria conhecer a minha perspetiva sobre o papel efetivo que Portugal poderia desempenhar nesse contexto.

Tivémos um longo e agradável almoço, rodeados por muitos olhos do MNE que prescrutavam, no espaço da "Tasca da Armada", ali em Alcântara, nesse tempo de "chumbo" de 2003, a conversa entre um embaixador então muito pouco ortodoxo e um conhecido deputado do Bloco de Esquerda. Depois, a vida de cada um trocou-nos as voltas. Nunca mais nos voltámos a encontrar, embora trocássemos breves mensagens.

Miguel Portas deixou natural saudade em quantos o conheceram bem, mas igualmente em outros que, como eu, apenas apreciávamos, à distância, a sua figura de homem livre, nada sectário, ansioso da vida que, por um azar, lhe iria fugir breve.

Nesta data, deixo o nosso abraço sentido à Helena e ao Paulo.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ser de esquerda, centro ou direita, para o caso não interessa. Não o conheci pessoalmente, mas sempre reconheci nele uma forma de estar, bem diferente dos outros políticos. Não merecia ter partido tão novo. Que Deus o tenha em descanso!

Helena Sacadura Cabral disse...

Francisco meu amigo
Bem haja por este seu post. E um muito obrigada pelo abraço que nos envia e que, sentidamente, retribuímos.

Anónimo disse...

Tive a felicidade de conhecer o Miguel ainda antes das diatribes políticas. Antes, e depois, sempre a inteligência, o bom humor, o gosto pela vida, o brilho no olhar quando gostava mesmo das pessoas.
A justiça social acima de tudo.

Guilherme.

patricio branco disse...

não há nada como falar das coisas, trocar ideias, informar se, um bom retrato de mp, aliás, melhor, de mp e fsc...

Anónimo disse...

Não é preciso conhecer o MP ou ter privado com ele para se lhe reconhecer qualidades ímpares. Cheguei mesmo a perguntar-me como era possível existir um Senhor que - andando no meio político, misturado com tantos energúmenos, assediado por lobbies e interesses económicos, convivendo com trapaceiros e hipócritas - conseguia manter aquela honorabilidade e verticalidade? Não o conheci, nunca me cruzei com ele, mas admirava-o muito e no dia em que soube da morte dele senti uma angústia tão grande como se me fosse próximo. Basta ir ao youtube, colocar o nome do Miguel e recordar as palavras e intervenções dele, em muitas ocasiões, mais recentemente em Bruxelas, para sabermos o quanto era um Homem Grande e que, por ele e sobretudo por nós, foi muito injusto partir tão prematuramente.

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