quinta-feira, abril 24, 2014

EPAM

Amanhã, dia 25 de abril, pelas 11.30, terá lugar a cerimónia de afixação de uma lápide no edifício da antiga Escola Prática de Administração Militar, na avenida das Linhas de Torres, 179, ao Lumiar, onde hoje funciona o Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC). 

Trata-se de assinalar, nestes 40 anos do 25 de abril, aquela que foi a primeira unidade militar a sair para a rua nessa data, sob a chefia do capitão (hoje coronel) Teófilo Bento, que também vai estar na ocasião. É uma pena que figuras importantes nessa movimentação da EPAM, como Manuel Geraldes ou António Reis, ausentes no estrangeiro, não possam estar conosco. Foi a sua determinação e a sua liderança, nomeadamente na condução da operação de tomada das instalações da RTP, nessa madrugada, que contribuiu para o sucesso da operação.

Serão muito bem vindos nesta celebração todos quantos andaram pela EPAM e pelas subsequentes "guerras" na RTP, depois dessa data. Quatro décadas passadas, seria uma alegria reencontrá-los.

3 comentários:

Anónimo disse...

Para sua leitura, no Jornal i:


"Nas rádios, televisões, jornais e revistas vem sendo inevitável escapar às massivas doses de propaganda “educativa” a propósito dos quarenta anos do 25 de Abril. O acontecimento, tornado ícone identitário do regime, como referem recentes sondagens, já é tido pela grande maioria dos portugueses como o mais importante de toda nossa História de novecentos anos. Assim se comprova como os mecanismos de controlo social nunca foram tão eficazes como nestes dias.
Ora acontece que, como incondicional amante de liberdade e convicto democrata, dou todos os dias graças a Deus por viver numa democracia liberal e representativa, benesse aliás que não tenho como um dado adquirido. Esse facto não impede que a efeméride me provoque sentimentos contraditórios de adesão ou sobressalto e até, mediante determinados estímulos (como algumas canções de intervenção), de repulsa. Como poderia nessa época a minha família - que carrega uma memória histórica de mais de duzentos anos de atribulações revolucionárias trágicas para o País, persistentemente miserável - olhar sem reservas aos tempos conturbados que se seguiram à queda do Estado Novo? Nessa altura, em que se tornou proibido ter uma vida anterior à revolução que não fosse clandestina ou miserável, testemunhei demasiados arbitrariedades e agressões por parte daqueles que, em nome da sua quimera tudo fizeram para cingir a liberdade dos outros. São os mesmos que hoje, de fato e gravata, se apropriaram da simbologia da data (e não só), incutindo-lhe um estranho cunho religioso a que pretendem ajoelhar toda uma população acrítica.
Perante tudo isto, é evidente que urge que a historiografia da Revolução dos Cravos desça da academia para as bocas do mundo, com serenidade, sem complexos nem enganos que a ninguém servem. Urge também questionar o empenho devotado pelas oligarquias dominantes na sacralização duma narrativa do 25 de Abril a preto e branco. Talvez isso aconteça quando o golpe militar fizer meio século e se tornar absurdo continuar atribuir a Salazar a responsabilidade por todas as nossas incapacidades e falhanços, coisa que até agora tem dado muito jeito."

Joâo Távora

Consultor de comunicação

Alexandre

Anónimo disse...

Recordo um capitão desta Escola, do antes do 25 de Abril, que fez parte do Assalto ao Quartel de Beja (MPM) e não participou no 25 de Abril, acredito, por estar refugiado Brasil. Conheci-o pessoalmente. Fica o meu abraço!

José A Rosado disse...

Relativamente ao Seu Comentário, e porque urge fazer reconhecimento público ao "capitão (hoje Coronel AdMil/SAM Reformado)desta Escola (EPAM)... que fez parte do Assalto ao Quartel de Beja", permito-me referir o nome do mesmo: MANUEL PEDROSO GONÇALVES, dado que este Homem, não participando directamente nas acções do 25ABRIL74, serviu de exemplo, e sempre servirá)!) para todas as gerações de Homens e Mulheres que servem, ou serviram, no SERVIÇO DE ADMINISTRAÇÃO MILITAR (AdMil)!
Mais me permito transcrever um Post que a Comissão Promotora do ASSOCIAÇÃO DO SERVIÇO DE ADMNISTRAÇÃO MILTAR colocou aquando do lançamento do livro ("Os Exilados - Não Esquecem Nada mas Falam Pouco" (Editora Âncora) que Ele publicou em 14 de Abril de 2015.
"O SERVIÇO DE ADMINISTRAÇÃO MILITAR (SAM/AdMil)... TAMBÉM É CULTURA!
MANUEL PEDROSO ALVES MARQUES, nascido em Lisboa, é Coronel AdMil (Reformado) do Exército e gestor de empresas.
Desde cedo manifestou a sua discordância relativamente à política seguida pelo Estado Novo.
Participante activo na acção militar, e civil, designada por Revolta de Beja (1961), e na sequência desta, esteve exilado 12 anos. Julgado à revelia, condenado e expulso do Exército, esteve quase três anos em asilo político na Embaixada do Brasil em Lisboa. Saiu clandestinamente do país, pediu asilo político em França onde conseguiu um salvo-conduto para o Brasil, de onde regressou após o 25ABRIL74.
Foi membro da Acção Socialista Portuguesa, que deu origem ao actual Partido Socialista e do qual é membro fundador.
No exílio, trabalhou em gestão, sempre ligado à comunicação social e à publicidade. No Brasil, e para além de colaborar assiduamente como colunistas no “Jornal do Brasil” e de ter sido responsável por chancelas editoriais, exerceu funções no grupo "Enciclopédia Delta Larousse" e no grupo "LTB - Páginas Amarelas" que tinha um conjunto editorial de grande expressão que ele dirigiu, e deu aulas em cursos profissionais na “Fundação Getúlio Vargas”. Em França, trabalhou e deu aulas no “Centre de Formation des Journalistes”.
Regressado a Portugal logo após o 25ABRIL74, é reintegrado no Exército onde, e para além de outras funções relevantes:
foi instrutor da cadeira de Estratégia e Teoria Geral de Administração em cinco Cursos, consecutivos, de Promoção a Capitão de Administração Militar (AdMil/SAM); desempenhou, por duas vezes, funções no Gabinete do CEME; foi assessor militar do Primeiro-Ministro Mário Soares no 9.º Governo Constitucional.
Passa à Reserva em 1986, ao que então voltou, e em exclusivo, a fazer aquilo que tinha feito no exílio, ou seja: a gestão, essencialmente em editoras e na Comunicação Social.
Nomeado Presidente da “Lusa - Agência de Notícias” em 1996, tornar-se-á Presidente da “RTP”, do “Diário de Notícias” e da “Capital”, passando ainda pela Administração de várias empresas dos sectores da publicidade e editorial, como a “Cinevoz”, a “Bertrand” e a “Difel”.
Autor de diversos artigos de opinião, sobre temas políticos, publicou livros relativos à sua “área de saber”... a gestão empresarial: “Relações de Poder na Empresa” (Publicações Europa-América, 1980); “O Jogo Estratégico na Gestão” (Difel, 1996); “Tempos Difíceis - Decisões Urgentes” (Bnomics, 2010); Os Exilados - Não Esquecem Nada mas Falam Pouco" (Editora Âncora, 2015)"
https://www.facebook.com/ASAMPT

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