sábado, outubro 26, 2013

Procopiadas

Os leitores deste blogue já devem estar cansados das vezes que, por aqui, lhes falei do bar "Procópio" e dos viciados da sua "mesa dois", uma confraria decrescentemente propensa aos alcoóis e mais dada a chazadas (reais e morais) ou a águas com picos de mais ou menos fama. Às quartas e às sextas, sempre que possível, é dever de quem, deste grupo, anda pela capital, tentar parar uns minutos no "escritório", para rever amigos, trocar graçolas e dar alento à caixa registadora da Alice.

Ontem, um dos membros expatriados dessa tertúlia, havia sido visto de passagem em Lisboa. Constatada a sua "falta de comparência", foi-lhe por mim chamada a atenção telefónica. Logo, no seu Facebook, nos jorrou o seguinte "soneto ao bar Procópio e ao amigo que me chamou":

Eu ouvi o apelo do Procópio,
mas levemente a chuva aqui batia
e a SIC Notícias fez-se ópio,
já eu no meu sofá adormecia,


enquanto no desvão da Mesa Dois
as ideias salvíficas surgiam
e a Pátria se mirava num depois...
que sabemos virá, mas não o dia!

E eu no meu sofá a ressonar!
Ó vergonha, ó infâmia de um destino!
Que é feito do meu brilho a conversar?
"Se nunca o tiveste" diz ladino

o amigo da onça que há em mim!
Pois bebam muito bem, eu fico assim.  

9 comentários:

margarida disse...

... "o velho senhor"?

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Margarida: não, de certeza que não é e, francamente, não sei quem seja

patricio branco disse...

assim como o manuel maria babosa du bocage, dá me gosto escrever o belo nome completinho, explicando porque não foi ao nicola num dos dias, divertido soneto, sem duvida...

Isabel Seixas disse...

há sonetos que só declamados no contexto que referem, sob pena de ficarem incompletos...

Anónimo disse...

Creio ter visto o poeta pelas Avenidas Novas, ou será ilusão da minha miopia? Mas continue a poetar assim, mesmo que vá à Mesa 2.A gerência agradece.

Anónimo disse...

O "soneto ao bar Procópio e ao amigo que me chamou" impressionou a 'velha senhora':

não é só isso pois não?
parece pouco - lamento -
soneto só divertido

forte é a minha opinião
(fraco o meu entendimento?)
mas pra mim tais versos são
de menino mui sabido
e/ou poeta de talento

Anónimo disse...

Nem imaginam quão satisfeita a 'velha senhora' ficou ao ver confirmada no blogue 'Tim Tim no Tibete' a sua suposição (para mim tinha dito 'certeza') de que o soneto procopiano é de facto do Alcipe:

agora vi no tim tim
e fiquei muito contente
alcipe é que era pra mim
competente e inteligente

pra tal delícia escrever
que li reli encantada
alice eu fora e que prazer
no bar a expor encaixilhada

Anónimo disse...

O Alcipe da Casa Amarela? Farense, Senhoro-Montense de tempos idos, Odeceixense? É preciso é saber. Quem não tem competência não se estabelece e quem bolota trepa. Para chegar a Faro, também se pode ir pelo Caldeirão, passando por Almodôvar.

Anónimo disse...

Curiosa e ansiosa por tudo quanto respeite ao seu querido Alcipe, a 'velha senhora' inquietou-se com o comentário do anónimo das 16:59 do dia 29:

'Alcipe da Casa Amarela?'
faro odeceixe caldeirão?
a quem souber a velha apela:
que alcipe é este? saberão?

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...