quarta-feira, outubro 30, 2013

Demagogia e ridículo

Tenho um grande respeito pelas instituições do Estado ("reformado" ou não). Por isso, num momento em que o país (se) debate (com) o mais rigoroso orçamento da nossa história democrática, que impõe sacrifícios que deveriam concentrar a atenção prioritário do governo, fico chocado, triste e civicamente insultado, embora (já) não surpreendido, quando vejo um ministro da República, usar da tribuna mediática depois do conselho de ministros para lamentar as graçolas do sr. Blatter sobre Cristiano Ronaldo, num exercício de patrioteirismo demagógico e ridículo.

33 comentários:

Anónimo disse...

Pois eu, que detesto futebol, achei que ele falou pelo país inteiro contra um palerma desclassificado e, esse sim, inadmissível. Não pensei que tivesse uma atitude politica mas uma reação absolutamente natural.
João Vieira

zpf disse...

Se me permite…

http://www.josepaulofafe.blogspot.pt/2013/10/o-sr-blatter-e-o-cardeal-montini-alias.html

Melhores cumprimentos,

zpf

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro João Vieira: "tire-me" desse país! Já só nos faltava o futebol no prolongamento do conselho de ministros. Que importa ao país uma polémica entre um profissional da chuteira e um organizador de eventos da bola.

Anónimo disse...

Houve um que, por causa do futebol, se levantou da cadeira e saiu.
Viva o futebol se este fizesse o mesmo. De vez (que o outro é um entra e sai).

Anónimo disse...

Portugal devia sair da FIFA, que não é fofa, é fufa!

a) Feliciano da Mata. homófobo, anti-LGBT

Anónimo disse...

VERSOS A BLATTER

Os suíços quando bebem
dizem coisas sem pensar
e se pancada recebem
põem o cuco a tocar!

Suíço, dado ao dislate,
que só relógios fabrica,
pastilhas e chocolate,
dêem-lhe uma barrica

de vinho bem martelado,
morangueiro ou zurrapa
que o ponha de cara ao lado
que da vergonha não escapa!

a) Henrique de Menezes Vasconcellos (Vinhais) contra a República Suíça, a mais odiosa porque a mais antiga das Repúblicas

Guerra disse...

Neste tempo deveria cheirar a castanhas. Quer parecer-me que está a cheirar a tempo de eleições. O triste é que não se vislumbra uma solução credivel.
Cumprimentos cá da Bila.

Guerra

Bmonteiro disse...

Sr Embaixador
A Pátria tremeu duas vezes.
Ontem por causa do gladiador Ronaldo, hoje devido ao malabarista Portas.
Carpe Diem.

EGR disse...

Senhor Embaixador: a única que me ocorre é a banalidade de dizer: onde nós chegamos!
PS. afinal os oráculos enganaram-se: o guião tem 112 páginas.

Anónimo disse...

Mas desde quando é que política e futebol não andam de braço dado?

O Papa Francisco tambem já vem a Fátima para descansar algumas consciências.

Quando é que se começa a falar em armas?

Nada de mal quando se fala de um português com êxito a nível global.

Enfim preconceitos de quem mesmo gostando...

Silva.



Anónimo disse...

O que parece (é), é que discutiram por muito mais tempo as Blatterisses do que discutiram o guião. Sobre este, lembrei-me da sensação que tive, em miúdo, depois da aula de ciências naturais, para a qual a professora tinha prometido que ia falar de sexualidade. Afinal só falou de óvulos, zigotos e espermatozoides. Coisas sem interesse nenhum…
(Do que estes governantes me fazem recordar…ainda tenho uma memória “jeitosa”…)
antonio pa

Anónimo disse...

São os políticos que temos! :((

Isabel BP

Anónimo disse...

É terceiromundista. E digo isto com a noção da revolta que sinto com a facilidade com que se usa semelhante expressão mas que, neste caso, é inteiramente justificada. Parece-me coisa própria de hispanoamericanos, esta indignação. Ridículo, ridículo, ridículo.

Anónimo disse...

Cheia de tristeza e de raiva (e de algum Alvarinho - como confessa), a 'velha senhora' sonetilha e desatina:

ai que tristeza tamanha,
que nem o alvarinho alivia!
esta corja é tão tacanha
que finge que se arreganha
com a anedota do dia:
ronaldo ser 'insultado'
por blater, que o não devia.

mas que gangue tresloucado!
plos vistos não o arrelia
o insulto, sim, bem pesado
que o durão da comissão
europeia e outro c.....
fazem à constituição.

porra que isso é que dá brado!

Isabel Seixas disse...

Palavras para quê,a velha Senhora no seu melhor...

Anónimo disse...

Aliás toda a gente sabe que foi por não poder governar com esta Constituição que Durão Barroso se exilou para Bruxelas e nos deixou Santana Lopes. Não foi por sede de protagonismo ou de dinheiro. Foi só por causa da Constituição. Cavaco também governou assim durante quase 18 anos por causa da Constituição, como também toda a gente sabe. O mesmo se passou com Santana Lopes. Se não houvesse Constituiçào como a que há, estaríamos ao nível dos países nórdicos, pelo menos, e até teríamos encontrado petróleo na costa, e poderíamos emprestar dinheiro â Sr.ª Merkel, à Suiça e ao Luxemburgo. Portugal estaria cheio de alemães, de suiços e de luxemburgueses, não para veranearem ou como reformados gold, mas para trabalharem na maior praça financeira da Europa. Portugal teria 0% de desemprego e um crescimento anual de 10% se não fosse a Constituição.

Anónimo disse...

Eu penso que a bola é ainda o melhor que temos em Portugal... É a matéria que permite aos nossos jovens tomar conhecimento da geografia, da economia... e é uma ciencia.
É graças à bola que os nossos jovens sabem onde é a sede do Benfica e do Sporting, em Lisboa, o que não é evidente; onde fica o Porto, que é no Porto; como se chamam os jogadores de futebol e em que clubes jogam...
Sabem tudo sobre as finanças do clube, a que preço se vendem os jogadores, guardam na memória o quanto custaram, a mais valia que os clubes fazem com aquelas vendas, etc, etc, etc. Estes cálculos ajuda-os, por isso, também, na matemática...
Nos aspetos táticos têm opinião sobre a formação das equipas, sobre os melhores treinadores, sobre quem deve ficar no banco...
São imbativeis, os nossos jovens! Têm opinião sobre tudo que é bola!
E os menos jovens não se lhes ficam atrás: Os país de familia portistas tomam o autocarro para irem do Porto a Lisboa e os lisbonenses para irem de Lisboa ao Porto para aplaudirem e torcerem pelo seu clube respetivo... A estes permite-lhes gritar toda a raiva contida e até baterem nas mulheres quando o dinheiro não chega p´ra mais nada.
E para regozijo supremo, Portugal tem um dos melhores jogadores do mundo! Um dos melhores do Mundo!
Na emigração, a bola permite a união sagrada a favor da seleção, o que nenhum partido nem governo da Nação alguma vez conseguiu;
O Ronaldo deve vender mais camisolas aos portugueses do exterior do que em Portugal, mesmo se em Portugal vende muitas, mesmo se aquelas camisolas cujo valor estará mais perto dos 5€ unidade e se vendem muito perto dos 70€ unidade...
Mas são camisolas do Ronaldo e é preciso que o clube tenha receitas para poder pagar muito bem os seus jogadores.
E o que é que os politicos querem de melhor?
Eu vou comprar a camisola do Ronaldo. Que se lixem os setenta euros. Se não puder ir ao teatro, que se lixe o teatro, se a mulher não tiver dinheiro para o pão, que se lixe a mulher.
Viva o Ronaldo, pronto, viva o Ronaldo, viva o Ronaldo! Viva a bola, viva a bola, viva a bola...
Só guardo uma dúvida: quem foi o Ministro da República que ao saír do debate sobre o orçamento de Estado, exausto, ainda conseguiu força e tempo para comentar os comentários do Sr. Blatter?
Grande homem, o Ministro! E o Sr. Blatter, também.
Quanto ao Ronaldo, claro, não vale a pena bater mais na tecla...
José Barros

Defreitas disse...

O "foot" é o novo ópio do povo. E para um político, "colar" estreitamente ao que "pensa" o povo, "sente o povo", "diz o povo", é essencial. Demagogia? Claro, Sr. Embaixador.
Há muito que o desporto, e particularmente o futebol, deixou de ser um desporto são, num corpo são! Basta ver o ódio feroz, a agressividade obsessiva, a generosa distribuição de rasteiras e "tackles" assassinos, a violência incrível dos encontros desportivos para compreender que a competição é uma forma atenuada de assassinato do adversário que se trata de eliminar simbolicamente ( "eliminado" na segunda volta ! Bonito termo!). A barbaria desportiva encontra-se ai, tanto mais que a violência dos relvados é seguida imediatamente pela violência das bancadas numa espécie de osmose de orgias belicistas.
E quando um político se junta à matilha, o nacionalismo desponta. Então, tudo é possível.

A tirania desportiva é um despotismo sem tiranos, uma servidão que mobiliza voluntariamente grandes rebanhos no mundo inteiro sem opressão visível. Uma sociedade dominada pela paixão desportiva é uma sociedade que funciona no vazio, o aborrecimento, a alienação e o embrutecimento populista . A cloroformização industrial das consciências, uma sociedade que destila numa massa pseudo eventos, espectáculos derisórios e falsas necessidades.

Estou talvez exagerando, mas o espectáculo ao qual assistimos neste momento em França, da parte dos clubes de futebol, que ameaçam de fazer "greve" (os presidentes dos clubes são frequentemente chefes de empresas !) por causa da futura taxa de 75% aplicada sobre as rendas superiores a 1 milhão de euros, só durante dois anos, para ajudar a aliviar a crise da divida do Estado, revolta-me. Chantagem contra o Estado! Os franceses não estão contaminados como noutros países, pois que apoiam o governo a 85% ! Claro que o Emir do Qatar, dono do PSG ( Paris-St.Germain), prontificou-se a pagar os impostos dos jogadores!

Que triste modelo dado à juventude que este jogo onde os jogadores, por vezes mercenários e sem educação amassam fortunas colossais , insultantes, num mundo que sofre da crise mais brutal dos últimos tempos. Que triste modelo dado à juventude onde os mais ricos ganham e qualquer que seja a origem da transferência do dinheiro e sem relação com o sentido económico. Desporto este onde recusam de instalar uma arbitragem vídeo que permitiria punir os batoteiros !

O futebol pode ser um belo desporto e pode fazer vibrar perante os sucessos de tal ou tal equipa ou de tal e tal jogador, mas o espectáculo que ele proporciona desde há muito tempo é cada vez mais cínico. Que pensar dos grandes jogadores, mercenários sim, pagos mais de 1 milhão de euros por mês ( quantas centenas de salários mínimos ?) , prontos a vender-se ao bilionário que recruta? Que pensar da competição cada vez mais desigual com clubes que beneficiam do mecenato dum oligarca russo ou dum emir ?

Então, quando um ministro se insurge contra uma decisão das instâncias superiores do futebol, mesmo se esta é injusta, e não sei julgar, faria melhor de se interessar aos problemas mais prementes da nação, e, se quiser interessar-se ao desporto, de não esquecer de tratar todas as derivas .

Anónimo disse...

Senhor Embaixador
Se isso já não o surpreende mas choca, mais o chocará a leitura atenta do documento intitulado "Um Estado Melhor", cuidadosamente preparado pelo Dr. Paulo Portas ao ritmo de cerca de meia página por dia, como resulta da divisão de oito meses por 112 páginas, não tendo cada uma delas mais de 15 linhas, a fim de permitir a suas fácil leitura pelo mais míope, porque o Estado é amigo do cidadão e quer poupá-lo ao martírio da lista de espera para as consultas oftalmológicas.
Pois bem, quanto à diplomacia, o objectivo é reestruturá-la, "acentuando a sua componente económica". E, para assegurar tal desiderato, lê-se em outra página do documento que "a escolha, preparação e formação dos diplomatas portugueses deve acentuar a componente económica e empresarial".
Para quê, Senhor Embaixador, recrutar licenciados em Relações Internacionais, Direito, Economia ou História? Isso é coisa do passado. Frequentar o Colégio da Europa ou qualquer curso complementar do género, para quê? Tempo, dinheiro e massa cinzenta desperdiçados.
Agora o que importa é ir buscar às
Escolas Superiores de Marketing, que pululam por aqui como cogumelos, votando centenas de gente nova ao desemprego, os e as jovens mais competentes e escolher entre eles e elas os futuros diplomatas, melhor dito, os futuros vendedores de tudo o que Portugal tem de melhor: o sol, a cortiça,o calçado o fado, etc., dando talvez de brinde aos melhores compradores um político português, qualquer que ele seja, de qualquer partido, à escolha do freguês, preservando apenas uma meia dúzia que talvez possa ainda
salvar-nos do abismo.
Leão do Amaral

Anónimo disse...

O sr.Portas é um Blatter disfarçado.

Desde 1998 já se escreveram talvez 9999 documentos sobre a reforma do Estado !

Textos técnicos, com números, prazos, dá muito trabalho e os
farsantes instalados de esquerda e direita não permitem !

Alexandre

Anónimo disse...

"Panem et circenses", já diziam os romanos.

Nestes tempos de escassez de pão, ao menos resta-lhes o futebol.

Ao Senhor Embaixador digo que infelizmente essa polémica importa, e muito, ao país em que se vendem mais diários desportivos (leia-se sobre futebol) que quaisquer outros.

carlos cardoso

Anónimo disse...

É claro que o Senhor Embaixador tem alguma razão. Mas confesse lá que se sente um bocadinho pesaroso com o CR pelo facto de o seu inveterado jacobinismo (coisa rançosa que não conduz com a sua modernidade intelectual) não ver bem o nosso rapaz a jogar no Real Madrid, tal a fobia do Senhor Embaixador a tudo quanto cheire a realeza. Que o diga o José Bouza Serrano...

Anónimo disse...

José Barros,
Foi o Guedes. O Marques Guedes, com aquele ar pomposo e balofo. Agora com o ego coçado, ao ter chegado a ministro.
Mais uma mediocridade deste governo.
Jarbas

Anónimo disse...

isso virou a tribuna dos azedos.
já é notório o mau humor português, mais aqui extrapolou.
valha-me deus!

Anónimo disse...

Cara Isabel Seixas

Por consideração pela sua simpatia, que muito agradece, e por automania de perfecionismos (coitada!...), manda-me a 'velha senhora' que corrija dois erros no sonetilho:

- na 2ª linha, cortar 'que', que faz uma sílaba a mais, ficando

"nem o alvarinho alivia!";

- na 7ª linha juntar um t ao blater, ficando "blatter" como é dado.

Anónimo disse...

Caro embaixador: acho o seu comentário, sobre o meu comentário, muito "snob" e "elitista". Ronaldo e Mourinho,que concordo que não sejam grandes intelectuais, são simplesmente os melhores do mundo numa profissão muito valorizada nos dias de hoje. Que o Estado ou simplesmente um ministro que ainda por cima, nos dias de hoje, está muito desvalorizado e terra à terra, reaja à "ofensa" nacional, parece-me uma atitute humaníssima ainda para mais vinda de fanáticos das quatro linhas coisa que eu, como já disse abomino.
João Vieira

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Senhor Embaixador

Pior que isto só mesmo o Carrilho a dar pancada na mulher em publico.

Dizem que se vai juntar ao Paco Bandeira para formarem o DUO OLHO NEGRO

Francisco Seixas da Costa disse...

Como já por aqui disse, há temas que "dão pano para mangas". O futebol (além do Acordo ortográfico, das touradas e da monarquia/República) é um deles.

A ver se nos entendemos: sou um fã de Ronaldo, apoio com entusiasmo o Real de Madrid (como agora apoio 100% o Chelsea), estou desejoso que ele ultrapasse em golos o Raul.

Mas acho indigno e ridículo, numa sociedade civilizada, que um governo fale de futebol em registo de protesto contra os lesa-pátrias.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro José Tomaz Mello Breyner: não fora a relação próxima que tive com o antigo casal, apetecia-me dar uma grande gargalhada com a sua "trouvaille"

Anónimo disse...

Não sei se é engano da minha memória mas.... durante uma sessão importante da Assembleia da Rpública, aqui há uns anos, a mesma sessão teve de ser interrompida para que os deputados pudessem assistir a um jogo de "football" entre Portugal e outro país.
Foi nessa altura que pensei: Isto assim não vale a pena.....
Terá sido também por isto que chegámos até aqui..... veremos.

Anónimo disse...


Acho muito bem que o futebol tenha defensores

O meu marido que é do Porto tem muitas vezes motivos para se sentir orgulhoso!

as pessoas não terão sempre (e todas) que aturar os flagelos dos assuntos económicos

Anónimo disse...

Caro Jose Tomaz Mello Breyner,

Ri-me com gosto com o seu comentário porque o país parece que deixou de ter problemas nos últimos dias.

Os temas são: Blatter/Cristiano Ronaldo, Bárbara/Carrilho, Assunção Cristas/Bichanos domésticos (esta então não pára de inventar!).

Isabel BP

Anónimo disse...

Sr. Embaixador

Portugal é uma aldeia.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...