sábado, outubro 19, 2013

Luis Filipe Costa


Pode dizer-se que, em Portugal, a informação radiofónica viveu dois períodos: antes e depois de Luis Filipe Costa.

Quem teve o privilégio de apreciar, nesses anos 60 e 70, o jornalismo que era produzido no velho Rádio Clube Português não esquecerá nunca Luis Filipe Costa, a sua voz e as fantásticas equipas que soube conduzir, num período que para sempre ficou na história da nossa rádio. Uma história que passou pelo 25 de abril, onde o Rádio Clube, nessa data fundacional da nossa Democracia, ficou conhecido como a "Emissora da Liberdade".
 
O rigor da produção noticiosa liderada por Luis Filipe Costa fez escola. Esse era um tempo anterior ao jornalismo radiofónico "ofegante", cheio de "ahaaas..." a encher hesitações, com vozes medíocres e atabalhoadas que agora campeia por aí, atingindo mesmo, nos dias de hoje, a bela aventura que já foi a TSF.

Luis Filipe Costa dedicou-se depois à escrita e ao cinema. Ontem, tive o gosto de o encontrar numa livraria lisboeta e com ele lembrei esse tempo fantástico que muito marcou a minha geração.

6 comentários:

Isabel Seixas disse...

Pessoas que são boas lembranças.

Defreitas disse...

O Sr. Embaixador compara o jornalismo português "sério" dos anos 60,70 e aquele que impera hoje nos media,ofegante e cheio de haaa !, particularmente na rádio. Fui sempre muito admirativo da luta que existe nos media para dominar o "mercado". Mas o espectáculo mais aflitivo é na televisão.

O que está em jogo nas contendas eleitorais é o poder e os privilégios que este procura, o poder para si, a sua família, os seus amigos, as suas relações, o poder para favorecer um sistema do qual eles são os principais beneficiários,
Ora os media trabalham o "mercado" em paralelo com os políticos. O bom palpite de quem será o vencedor na contenda eleitoral, é primordial. Convém jogar e não se enganar no bom Joker e no bom cavalo. O trabalho de destruição dos "loosers" potenciais é um jogo que começa bastante cedo nos media, antes da data da corrida! Com subtileza ou com grosseira manipulação, é vê-los "puxar" o tapete sob os pés dos "condenados" , com resultados por vezes inesperados! Chirac que parecia condenado, ressuscitou e Balladur mergulhou no abismo.
Quando se "faz política", deixa-se aos especialistas, aos espertos do marketing politico, o cuidado de falar do interesse publico e outras ninharias. O interesse publico é "uma variável de ajustamento" da estratégia da ambição política.
Os media seguem fielmente o movimento excitando o bom povo com duelos ridículos entre políticos mais mentirosos uns que outros, entre personagens, puros produtos do marketing político fabricados pelos conselheiros em comunicação, interrogados pelos jornalistas da casa e outros "politólogos" e "espertos" que fazem subir a pressão com as pequenas frases "assassinas" dos pretendentes ao poder.

E quando há só no palco estes economistas espertos que explicam ao bom povo, que não há nada a fazer, que os constrangimentos são necessários e que deve sofrer e calar , ainda vá. E mesmo que votamos por vezes por mentirosos e mesmo vigaristas que aproveitam ao máximo do poder! Mas , e em França é corrente, há também os cantores, as vedetas de cinema, da televisão, corredores ciclistas e outros judocas e jogadores de futebol, de ténis, treinadores, ... que pertencem à Corte e dão a sua opinião ! Todo este pequenino mundo está persuadido de constituir a "elite" por uma simples razão : eles passam na televisão !!! Os jornalistas procuram o scoop!
Este mundo, verdadeiro fertilizante da decomposição do pensamento político, fertiliza um sob produto de degenerescência cidadã que só tem um objectivo : Nos fazer tomar a nuvem por Juno ! ( "Prendre des vessies pour des lanternes ! C'est çà ?"), nos fazer esquecer a realidade presente enquadrada por traições passadas e traições futuras !

O grande scoop estes dias, foi a vedeta que se empertigou e abandonou a presidência de Miss France, vejam lá a perda ! foi Alain Delon, que num "plateau" de televisão disse todo o bem que ele pensa do Front Nacional, racista e nazi, que ele apoia a fundo, mesmo se não paga os impostos em França mas na Suíça, e que os media, com justa razão, não o pouparam.

Por esta vez, os media tinham lá alguns da têmpera do Filipe Costa.

Anónimo disse...

Era um dos mais duros comunistas na comunicação social portuguesa mas tudo é possível. Ver Zita Seabra.

EGR disse...

Senhor Embaixador: tal como escreve Isabel Seixas, de facto, profissionais da qualidade de Luís Filipe Costa, são boas lembranças.
E acrescento que face a quantidade dos que V. Exa., há tempos, designou como "analfabetos profissionais" que por aí pululam, daqui alguns anos não haverá lembranças boas.
Talvez não haja, sequer , lembranças.

Anónimo disse...

Caro Anonimo das 17:11

'Ver Zita Seabra'...ver Zita Seabra...parece-me que essa antes de o ser (comunista) ja o nao era! Coisas!

'Good luck and good night'.

Saudades de Londres

F. Crabtree

Anónimo disse...

Caro Anonimo das 17:11

'Ver Zita Seabra'...ver Zita Seabra...parece-me que essa antes de o ser (comunista) ja o nao era! Coisas!

'Good luck and good night'.

Saudades de Londres

F. Crabtree

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...