"Estes tipos estão muito atrasados. Parece impossível! Não sabem colocar canalizações!"
Estávamos na Líbia, em 1976, numa artéria de Tripoli. Com o condutor local, viajávamos três portugueses, membros de uma missão técnica exploratória das possibilidades de negócio em matéria de construção civil e obras públicas.
(Para a história, diga-se que essa missão, decidida pelo então ministro nos Negócios estrangeiros, Medeiros Ferreira, iria abrir caminho a uma imensidão de rentáveis contratos nesse setor, para empresas portuguesas, nas décadas seguintes).
O autor da frase, um engenheiro civil português, que seguia ao lado do motorista, queixava-se de uma elevação, que atravessava toda a faixa viária, obrigando a viatura em que seguíamos a "subir" essa protuberância rodoviária, com algum incómodo para os passageiros e, naturalmente, obrigando a uma sensível redução da velocidade. Ele achava que era um cano...
Ao meu lado, no banco de trás, um homem da banca portuguesa, Mascarenhas de Almeida, deu-me uma cotovelada cúmplice e ambos contivemos, a custo, o riso. Mas nada dissémos.
Por essa altura, por esse mundo fora, apenas num número escasso de países fora já introduzido o método de colocar, nas ruas e estradas, em locais mais sensíveis, amortecedores de velocidade. A Líbia era um deles, mas o nosso engenheiro, embora "civil", aparentemente não conhecia ainda a novidade.
Passaram-se alguns minutos. O engenheiro deve entretanto ter constatado que mais "canalizações" iam aparecendo, ao longo dessas avenidas. E a certa altura, saiu-se com esta:
"Pensando bem, esta ideia de usar tubagens para reduzir a velocidade dos automóveis não é má de todo! Às tantas, era capaz de ser útil fazer isto em Portugal..."
Terá sido ele?
Estávamos na Líbia, em 1976, numa artéria de Tripoli. Com o condutor local, viajávamos três portugueses, membros de uma missão técnica exploratória das possibilidades de negócio em matéria de construção civil e obras públicas.
(Para a história, diga-se que essa missão, decidida pelo então ministro nos Negócios estrangeiros, Medeiros Ferreira, iria abrir caminho a uma imensidão de rentáveis contratos nesse setor, para empresas portuguesas, nas décadas seguintes).
O autor da frase, um engenheiro civil português, que seguia ao lado do motorista, queixava-se de uma elevação, que atravessava toda a faixa viária, obrigando a viatura em que seguíamos a "subir" essa protuberância rodoviária, com algum incómodo para os passageiros e, naturalmente, obrigando a uma sensível redução da velocidade. Ele achava que era um cano...
Ao meu lado, no banco de trás, um homem da banca portuguesa, Mascarenhas de Almeida, deu-me uma cotovelada cúmplice e ambos contivemos, a custo, o riso. Mas nada dissémos.
Por essa altura, por esse mundo fora, apenas num número escasso de países fora já introduzido o método de colocar, nas ruas e estradas, em locais mais sensíveis, amortecedores de velocidade. A Líbia era um deles, mas o nosso engenheiro, embora "civil", aparentemente não conhecia ainda a novidade.
Passaram-se alguns minutos. O engenheiro deve entretanto ter constatado que mais "canalizações" iam aparecendo, ao longo dessas avenidas. E a certa altura, saiu-se com esta:
"Pensando bem, esta ideia de usar tubagens para reduzir a velocidade dos automóveis não é má de todo! Às tantas, era capaz de ser útil fazer isto em Portugal..."
Terá sido ele?
9 comentários:
Sem comentários. Também.
Caro Francisco
Mesmo sem lhe ter pedido previamente a sua autorização, permito-me deixar aqui um pedido: uma ou duas três coisas ao meu Amigo Patrício Branco.
1) Deixaste de aparecer na nossa Travessa. Estás zangado comigo? Ofendi-te?;
2) Deixaste de me enviar imeiles. Estás zangado comigo? Insultei-te?
Fiarei muito satisfeito se voltares a comentar e a enviar mensagens. Obrigado.
Caro Francisco
Para si um outro muito obrigado.
Em muitas ruas e avendias de Portugal não é preciso colocar esse tipo de "amortecedores" porque o tempo ocupou-se de "construir" outros que "lombam para baixo"!
José Barros
Tem de reconhecer que é uma “engenhosa” correção... Própria de quem acha que nunca se engana… e muito comum no nosso meio, quando se mete a pata na poça (neste caso no cano)… E, não seja mauzinho: obviamente que não foi ele!
Não é mais um blog… É um blog para vos fazer rir, com crónicas, coisas que vocês também passam no vosso dia-a-dia. Serve isto para divulgar e humildemente vos peço para me ajudarem a divulgar, por favor ajudem-me. Pode ser? Obrigado
http://ocarteiravazia.blogspot.com/
Caro Embaixador,
Tenho a certeza que se recorda do nome desses "canos" no Reino Unido: "sleeping policemen". Os seguidores do seu blogue, antes de se animarem com a ideia de por as rodas sobre policias adormecidos ou quejandos sera bom verificarem a origem etimologica - "sleeping" porque estao na posicao horizontal e "policemen" porque os condutores, em principio, poderao estar sujeitos a vigilancia e multa....
Saudades de Londres
F. Crabtree
Caríssimo FSC
A despropósito de 'O cano' e se me for permitido, gostaria de seguir o exemplo do caro H. Antunes Ferreira e deixar uma mensagem para a caríssima sua 'prima'.
Cara Isabel Seixas
A nossa comum amiga, a 'velha senhora', mostra-se muito sentida (está mal habituada!...) com a sua falta de reação às rimalhices que lhe dirigiu e que o Autor do blogue deixou passar na entrada 'Piropos', de 1 de setembro:
eu de azar a esmifrar
quadra impar e do caraças
e a pensar logo juntar
sonetilho não reaças
e a julgar e apostar
que o autor lê e nada passa
- e a isabel a olhar pró ar
sem mostrar a sua graça
isto a par de provocar
com piropo ou ameaça
meu penar de rimalhar
bela helena em seu lugar
vem loiraça me saudar
…dar andar ao altar do bar
meu bazar onde tomar
pra tomar - hic - e tomar
tomar ar porra e parar
de me afogar neste mar
de -ar
Cara amiga aqui do post quebra molas
cá me venho redimir
de me esquecer de visitar o post graçolas
onde a saudade foi carpir
Piropos e epitetos
enchem o enquadramento atual
em formato de curriculos
batismo politico e sensual
Deixo-lhe então no piropos post
uma resposta agradecida
versos que estimo que goste
duma desgarrada meia pimba
Não terei perdão pela indelicadeza
mas com esta desculpa de serão de rimas
agradeço a chamada de atenção com firmeza
não esquecendo as suas aspas às primas...
Cara Isabel Seixas
Além da resposta no, cito, "post graçolas" (Piropos, de 01.09.13), a 'velha senhora', confiando na generosa condescendência do caríssimo Autor do blogue, quer replicar também aqui no, re-cito, "post quebra molas":
'prima' chamei porque à roda
de um nome andais
mas primas somos nós todas
ou ainda mais
brinquemos irmãs: isto vai
de mal a pior
país nosso à fossa cai
irmãs que horror
quem diz país diz o mundo
ratos e gatos
vai tudo co'a guerra ao fundo
iliteratos
de raiva me vos inundo
chata entre os chatos
em desespero profundo
e em plagiatos
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